Itinga do Maranhão
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Município do Brasil | |||
Símbolos | |||
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Hino | |||
Gentílico | itinguense | ||
Localização | |||
Localização de Itinga do Maranhão no Maranhão | |||
Localização de Itinga do Maranhão no Brasil | |||
Mapa de Itinga do Maranhão | |||
Coordenadas | 4° 27′ 00″ S, 47° 31′ 33″ O | ||
País | Brasil | ||
Unidade federativa | Maranhão | ||
Região metropolitana | Sudoeste Maranhense | ||
Municípios limítrofes | Açailândia, Imperatriz, Ulianópolis, Dom Eliseu (Pará) | ||
Distância até a capital | 615 km | ||
História | |||
Fundação | 10 de novembro de 1994[1] | ||
Administração | |||
Prefeito(a) | Lúcio Flávio[2] (PSDB, 2021–2024) | ||
Características geográficas | |||
Área total [3] | 3 590,033 km² | ||
População total (est. IBGE/2017[4]) | 25 589 hab. | ||
Densidade | 7,1 hab./km² | ||
Clima | Equatorial | ||
Altitude | 175 m | ||
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | ||
CEP | 65939-000 | ||
Indicadores | |||
IDH (PNUD/2000[5]) | 0,702 — alto | ||
• Posição | BR: 3487º MA: 04º | ||
PIB (IBGE/2013[6]) | R$ 218 459,000 mil | ||
PIB per capita (IBGE/2013[6]) | R$ 8 739,42 | ||
Sítio | itinga.ma.gov.br (Prefeitura) |
Itinga do Maranhão é um município brasileiro localizado na Região Amazônica do Estado do Maranhão e na Região Metropolitana do Sudoeste Maranhense, sendo o 4ª mais populoso da Microrregião de Imperatriz e o 65ª do estado.
Itinga conta com uma população de 26.000 habitantes segundo estimativas do IBGE 2019 e 3.596,99 km² em extensão territorial o 19ª maior município em área do estado. Fundada em 1994, tem como principal fonte de renda a indústria madeireira, pecuária e o setor de serviços.
O município está em intensa conurbação com a Vila Bela Vista, distrito da cidade de Dom Eliseu do Pará, herdando mais características culturais do estado vizinho do que do próprio estado.
Topônimo
[editar | editar código-fonte]"Itinga" do tupi y'tinga que significa "água branca" ou "águas claras", junção dos termos 'y ("água") e ting ("branco" ou "claro", "alvo").[7]
História
[editar | editar código-fonte]Em 1959, em decorrência da Rodovia Belém-Brasília, foi criado um pequeno povoado às margens do Rio Itinga, no estado do Maranhão. O rio, mais tarde, lhe emprestaria o nome. Fato ocorrido durante o governo do Presidente Juscelino Kubitschek, teve como primeiros moradores, Manoel Pereira de Carvalho (Manoel Ventinha), Manoel da Silva (Manoel Baixinho) e Manoel Barros (Manoel Tratorista), Darly Rosa e Nadir Campos oriunda do estado de Minas Gerais, quando a migração da cidade de Carlos Chagas - MG começou para o povoado de Itinga. Outro motivo que estimulou a sua criação foi a implantação do Posto Fiscal, na fronteira com o estado do Pará. Nesta época, incentivados pelo estado e pela promessa de terras e riqueza na nova fronteira amazônica, chegaram na região muitas famílias vindas de outros estados, principalmente Bahia, Minas Gerais, Ceará e Espírito Santo. Nessa época chegou a família de João Barbosa Botelho, cuja esposa Luíza Botelho Costa foi a primeira professora na localidade, na Escola Catulo da Paixão Cearense. Com vistas ao crescimento da localidade, instalou-se a Igreja Católica, tendo como primeiro padre o frei Noé. Em seguida, seu primeiro hospital, Cristo Rei, tendo, como médico, José dos Santos.
Itinga foi elevado à categoria de município e distrito com a denominação de Itinga do Maranhão, pela lei estadual n° 6147 de 10 de novembro de 1994, desmembrado do município de Açailândia - MA. Inicialmente foi instalado o município com seus limites se estendendo entre a nascente do Rio Itinga e a margem esquerda do Rio Açailândia, na divisa com o então município de Carutapera. Posteriormente sofreu uma nova alteração, no ano de 2005, com a divisão do município de Carutapera, parte deste passou a integrar o município de Itinga, ganhando o perímetro atual com o igarapé Panemã no limite norte.
Durante a década de 70 a região viu florescer a indústria madeireira, contando com a disponibilidade e o grande estoque madeireiro da Amazônia, trazendo a instalação de muitas serrarias e movelarias na cidade, consequentemente atraindo outros tipos de investimento. O ciclo madeireiro durou até o início dos anos 2000, quando a disponibilidade do produto caiu pela conversão das florestas e a exploração não sustentável, o que levou muitas madeireiras a fecharam ou se deslocarem para outras frentes no interior da Amazônia. As terras abertas então proporcionaram um grande desenvolvimento da pecuária de corte, que hoje é uma das principais atividades econômicas do município.
Clima
[editar | editar código-fonte]A região de Itinga tem um Clima tropical (Aw) de acordo com a classificação climática de Köppen com temperatura média anual de 26,5°C, índice pluviométrico médio de 1.462mm anuais, temperatura média mínima anual de 26,1° e temperatura média máxima anual de 26,9°. As chuvas costumam a ocorrer depois de novembro quando se aproxima o verão (inverno amazônico) e vão até maio, já o mês mais chuvoso do ano é março com precipitação média de 330mm.[8] Após o mês de maio ocorre a estiagem e com ele o relativo frio durante madrugadas e início das manhãs atípico para a região com temperaturas mínimas caindo aos 20°C ou menos.
Relevo
[editar | editar código-fonte]Seu relevo é formado basicamente de depressões que compõe a região oeste da Serra do Tiracambu que se estende até a Serra da Desordem, com altitude entre 100 e 200m. Uma região de terreno arenoso e barrento, rica em barro amarelo, propício para produção de todos os tipos de verduras e cereais, como milho, arroz e feijão.
Hidrografia
[editar | editar código-fonte]Itinga do Maranhão é o maior município da Bacia do Rio Gurupi, com todo seu território exclusivo da bacia. A hidrografia da região é formada por vários rios e riachos que nascem na Serra do Tiracambu, todos afluentes do Rio Gurupi, este formado pela confluência do Rio Açailândia e Rio Itinga, que define a divisa com o estado do Pará. Alguns dos mais importantes rios afluentes do Rio Gurupi são o Rio Cajuapara e Rio Açailândia, ambos nascem numa região de planalto. Existem ainda outros afluentes importantes ao norte do Rio Açailândia, todos com curso sentido leste-oeste, como o Rio Guaramandí, Rio Nova Descoberta, Rio Ipuí, Rio Ipanema e o Igarapé Panemã que define a divisa norte do município, já na Rebio Gurupi.
Um dos problemas crescentes no município é a poluição e assoreamento dos rios, principalmente aqueles que contornam a área urbana, devido ao despejo de efluentes sem nenhum tratamento.
Vegetação
[editar | editar código-fonte]A vegetação é composta por Floresta ombrófila densa, englobando outras faciações floristicas classificadas em Floresta Ombrófila Densa Aluvial, de Terras Baixas e Submontana, esta última com maior predominância, associadas a diferentes faixas altimétricas e, no caso da primeira a corpos d'água, conforme a posição do terreno.[9] Em geral se caracteriza por ter dossel podendo atingir 50 metros de altura, com grande diversidade de espécies vegetais, fazendo parte da área de endemismo Belém.
Ressalta-se que no município não há formações com características de ecótonos, ou consideradas áreas transição, entre o bioma amazônico e extra-amazônico, não possuindo também a presença de palmeiras Babaçu (Attalea speciosa), assim não é correto utilizar o termo pré-amazônia para a região, pois não se trata de uma área de transição, além de ser um termo político, e não acurado cientificamente.
A região possui muitas espécies de interesse florestal, o que levou a uma intensa exploração da região, com a grande maioria das áreas convertidas para pastagens e lavoura. Ainda se encontram áreas com algum grau de preservação ao norte do município, principalmente na árae que compõe a Zona de amortecimento da Reserva Biológica do Gurupi, área considerada prioritária para conservação[10]
Fauna
[editar | editar código-fonte]A fauna da região sofre grande pressão das atividades humanas, direta e indiretamente. Entre as atividades que mais impactam a biodiversidade local estão o elevado grau de desmatamento, a exploração ilegal de madeira, a abertura de áreas de cultivo e pastagens e para produção de carvão, gerando perda de habitats, além da pesca e caça intensa e desenfreada de aves e mamíferos. Apesar disso há uma grande variedade de animais típicos da região amazônica que ainda resistem nos fragmentos florestais da região, porém não se sabe o quanto essas populações foram e são afetadas pela ação humana.
Com grande diversidade biológica, são encontradas espécies endêmicas Ararajuba (Guaruba guarouba), Tiriba-pérola (Pyrrhura lepida) e o macaco Cairara-kaapor (Cebus kaapori) ameaçados de extinção,[11] principalmente, no caso das aves, pela caça e procura como animal de estimação.
Há ainda tantas outras espécies de répteis como a sucuri (Eunectes murinus), lagarto-de-cifres (Stenocercus dumerilii), Jacaretinga (Caiman crocodilus); de mamíferos como antas (Tapirus terrestris), Veado-mateiro (Mazama americana) e a onça-pintada (Panthera onca), comuns em toda a região de floresta.
Referências
- ↑ «Dados do município». Prefeitura de Itinga do Maranhão. Consultado em 10 de novembro de 2022
- ↑ «Resultado Final eleições 2012 no Maranhão» Página visitada em 13/01/2013.
- ↑ IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010
- ↑ «Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2013. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010
- ↑ «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008
- ↑ a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010
- ↑ [1]
- ↑ «Clima Itinga do Maranhão: Temperatura, Tempo e Dados climatológicos Itinga do Maranhão - Climate-Data.org»
- ↑ IBGE (2012). «Manual Técnico da Vegetação Brasileira». IBGE. Consultado em 7 de agosto de 2018
- ↑ Embrapa (2014). Relatório final do Macrozoneamento ecológico-econômico do Estado do Maranhão. Campinas - SP: Embrapa. 124 páginas. Consultado em 7 de agosto de 2018
- ↑ MARTINS, Marlúcia Bonifácio; OLIVEIRA, Tadeu Gomes (2011). Amazônia Maranhense: Diversidade e Conservação. Belém, PA: MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI. 328 páginas. ISBN 978-85-61377-52-6