Ilha do Presídio
Ilha do Presídio Ilha das Pedras Brancas, Ilha da Pólvora | |
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Coordenadas: | |
Geografia física | |
País | Brasil |
Estado | Rio Grande do Sul |
Lago Guaíba | |
A Ilha do Presídio, também conhecida como Ilha das Pedras Brancas e Ilha da Pólvora,[1] é uma ilha situada no Lago Guaíba, no Rio Grande do Sul. Territorialmente, pertence ao município de Porto Alegre, mas o município de Guaíba tinha concessão para administrá-la desde 2012.[1][2]
História
[editar | editar código-fonte]As construções existentes na ilha ocorreram entre 1857 e 1860 e originalmente sediaram a Quarta Casa da Pólvora de Porto Alegre, ficando sob uso do Exército até 1930. A partir de 1940 a Ilha passa a ser administrada pelo Estado que utiliza o espaço, nos anos de 1947 a 1948, como laboratório de pesquisa animal, com foco na peste suína.
A transformação da ilha em um presídio ocorre em 1950 e inicialmente recolhe jovens com delitos leves, pessoas com problemas psiquiátricos e menores de idade. Com o início da Ditadura Militar no Brasil o presídio passa a ser utilizado como espaço de detenção para presos políticos, perseguidos pelo regime.[2]
Estima-se que entre as décadas de 60 e 70 mais de cem pessoas tenham sido presas no local por motivos políticos. Um dos casos mais conhecidos que envolvem o presídio da ilha foi o do sargento Manoel Raymundo Soares, que 5 meses após a sua prisão, feita pelo DOPS, foi encontrado morto nas águas do lago Guaíba, com as mãos amarradas às costas. O caso amplamente divulgado na época ficou conhecido como "O caso das mãos amarradas".
O presídio foi desativado em 1983 e desde então está desocupado. A ilha do presídio foi oficialmente reconhecida como Patrimônio Histórico do Estado em Dezembro de 2014, sendo tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul (IPHAE) neste mesmo ano. O processo de tombamento da Ilha das Pedras Brancas foi direcionado pela Comissão Estadual da Verdade, que reuniu uma gama diversa de documentos entre relatos orais, mapas, pesquisas, entre outros, que serviram de aporte para o reconhecimento do local como importante espaço para a história de Porto Alegre.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b «Ilha do Presídio». IPHAE-RS. Consultado em 31 de agosto de 2020
- ↑ a b «Com construções em ruínas, Ilha do Presídio vive nova saga pela valorização do patrimônio no meio do Guaíba». GaúchaZH. 14 de fevereiro de 2020. Consultado em 31 de agosto de 2020
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- ROSA, Susel Oliveira, " A escrita de si na situação de tortura e isolamento: as cartas de Manoel Raimundo Soares", Disponível In: https://web.archive.org/web/20160304031114/http://www.historiaimagem.com.br/edicao7setembro2008/escritadesi.pdf, último acesso em 28 de outubro de 2015.
- SOSA, Ana Maria . FERREIRA, Maria Leticia Mazzucchi. "Memoria musealizada: un estudio sobre los procesos de patrimonialización de memorias traumáticas en Uruguay y Brasil". Disponível In: http://revistamuseologiaepatrimonio.mast.br/index.php/ppgpmus/article/viewFile/333/271, ultimo acesso em 28 de outubro de 2015.
- https://web.archive.org/web/20140626011938/http://www.comissaodaverdade.rs.gov.br/inicial, Comissão Estadual da Verdade (RS), último acesso em 28 de outubro de 2015
- IPHAE - Ilha do Presídio