Igreja de Santa Inês em Agonia
Sant'Agnese in Agone | |
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Fachada da igreja | |
Informações gerais | |
Estilo dominante | Barroco |
Arquiteto | Girolamo Rainaldi, seu filho Carlo Rainaldi e Francesco Borromini |
Início da construção | 1652 |
Fim da construção | 1672 |
Religião | Igreja Católica |
Diocese | Diocese de Roma |
Website | Site oficial |
Geografia | |
País | Itália |
Localização | Piazza Navona (Rione Parione) |
Região | Roma |
Coordenadas | 41° 53′ 56″ N, 12° 28′ 21″ L |
Localização em mapa dinâmico |
Sant'Agnese in Agone é uma igreja barroca do século XVII localizada em Roma, na Itália. Ela está de frente para a Piazza Navona, um dos principais espaços urbanos do centro histórico da cidade e é o local onde Santa Inês, a quem dedicada, foi martirizada, o antigo Estádio de Domiciano, cujo traçado ainda se percebe no formato da Piazza.
A reconstrução da igreja iniciou-se em 1652 sob ordens do papa Inocêncio X, cujo palácio, o Palazzo Pamphili, também dava de frente para a piazza e era vizinho ao local da nova igreja, que se tornaria para todos os efeitos uma capela da família anexa à residência). Para isso, uma abertura se abriu no domo para que eles pudessem participar dos serviços religiosos sem sair do palácio[1].
Diversos arquitetos se envolveram na construção da igreja, incluindo Girolamo Rainaldi e seu filho Carlo Rainaldi, e dois dos mais importantes arquitetos barrocos da época: Francesco Borromini e o escultor Gian Lorenzo Bernini[2].
O nome desta igreja não tem relação com a "agonia" da mártir: in agone era o antigo nome da Piazza Navona (piazza in agone) e significa, ao invés disso, "no local das competições" (do grego), pois a Piazza Navona foi construída no local de um antigo estádio romano de modelo grego utilizado para corridas a pé. De in agone, o uso popular e a pronúncia mudou o nome para "Navona", mas outras ruas da região mantiveram o nome original[3].
O cardeal-presbítero pro hac vice de Santa Inês em Agonia é Gerhard Ludwig Müller.
História
[editar | editar código-fonte]Os primeiros esboços para uma igreja em formato de cruz grega foram preparados para os Pamphili pelo arquiteto da família, Girolamo Rainaldi e pelo seu filho Carlo em 1652. Eles foram contratados pelo papa Inocêncio X, cujo monumento funerário seria futuramente colocado na igreja[4]. Eles reorientaram a fachada principal da igreja a partir da via Santa Maria dell’Anima, uma rua a um quarteirão de distância, para a própria Piazza Navona, um grande espaço urbano cuja renovação artística estava a ser financiada e promovida por Inocêncio, que a pretendia transformar num símbolo de poder da sua família. O plano original pretendia edificar a nova igreja sobre a antiga, que se tornaria a cripta, e que implicaria que a nova igreja estivesse num nível acima do da praça; ideia que, no entanto, foi abandonada logo que a construção começou. Os desenhos originais estão perdidos, mas é provável que a fachada na Piazza Navona incluísse um nártex entre as duas torres e uma escadaria de grandes dimensões descendo até a praça[5].
O projeto foi alvo de críticas severas, sobretudo a proeminência excessiva da escadaria em relação à praça, tendo levado a que Carlo eliminasse o nártex e projetasse uma fachada côncava para que os degraus não invadissem tanto o espaço público[6]. O desenho das torres gêmeas enquadrando a cúpula central parece ter sido inspirado nas torres de Bernini da fachada da Basílica de São Pedro. No entanto, o desenho de Rainaldi de fachada côncava e cúpula central emoldurado por duas torres viria a influenciar diversos projetos de igrejas na Europa Setentrional[7].
Em 1653, os Rainaldis foram substituídos por Borromini, que tinha agora o desafio de trabalhar com o plano inicial dos Rainaldi, tendo sido no entanto autor de várias alterações. No interior, por exemplo, encostou as colunas às arestas dos pilares da cúpula, aumentando significativamente a largura da base dos pendículos, o que contrasta com a pequena dimensão das bases Romanas.[8]. Os seus desenhos revelam que havia projetado para a fachada da Piazza Navona uma escadaria até a piazza de degraus convexos, cuja relação com a fachada côncava definia um patamar oval na entrada principal. Sua fachada teria oito colunas e um frontão interrompido sobre a entrada. As torres laterais foram projetadas para ter apenas um patamar, sobre o qual assentaria um jogo complexo de colunatas e balaustradas.
Quando Inocêncio morreu, em 1655, a construção da fachada já havia alcançado o topo da ordem inferior. O sobrinho do papa, Camillo Pamphili, não se interessou pela construção, o que levaria à demissão de Borromini em 1657. Foi novamente contratado Carlo Rainaldi, o qual fez outras modificações no projeto de Borromini, incluindo um patamar adicional nas torres laterais e uma simplificação da parte superior de cada uma delas. Com a morte de Camillo, sua esposa Olímpia (Aldobrandini), contratou novamente Bernini para assumir a obra. Ele foi o responsável pelo frontão contínuo sobre o portal principal e pelo entablamento proeminente no interior.
Em 1668, o filho de Olímpia, também chamado Camillo, assumiu a responsabilidade pela obra. Contratou novamente Carlo Rainaldi como arquiteto e Ciro Ferri para pintar os afrescos da cúpula (sobre a Assunção de Maria). Ciro morreu em 1689 sem completar a obra , sendo a continuidade assegurada por Sebastiano Corbellini. Para a pintura dos pendículos, foi escolhido o tema das virtudes cardinais pelo protégée de Bernini, Giovanni Battista Gaulli entre 1662 e 1672.
Interior
[editar | editar código-fonte]Há diversas esculturas de grande porte nesta igreja, incluindo o relevo em mármore no altar principal, instalado por Carlo Rainaldi e Ciro Ferri, que mostra o Milagre de Santa Inês, inicialmente encomendado para Alessandro Algardi e completado por Ercole Ferrata e Domenico Guidi em 1688, com restrições para que o produto final estivesse conforme o design original de Algardi. A peça-de-altar da Sagrada Família (terceiro à direita) é também de Domenico Guidi.
O altar dedicado à Santo Aleixo, e que mostra a sua morte, foi completado por Giovanni Francesco Rossi. O altar que mostra o "Martírio de Santa Emerenciana" é de Ercole Ferrata. Ele também completou a "Santa Inês em Chamas", com Leonardo Retti terminando a parte superior. O altar com a "Morte de Santa Cecília" é obra de Antonio Raggi. A peça-de-altar do "Martírio de Santo Eustáquio" foi encomendado a Melchiorre Caffà, mas foi completado após a sua morte por Ferrata e Giovanni Francesco Rossi. A estátua de São Sebastião é de Pietro Paolo Campi.
Na igreja também há um santuário dedicado a Santa Inês e que preserva como relíquia o crânio da santa.
Referências
- ↑ A família Doria-Pamphili ainda é proprietária da igreja
- ↑ Para a história do edifício, veja Eimer G. La Fabbrica di S. Agnese in Navona, Stockholm, 1970
- ↑ Como, por exemplo, a Corsia Agonale, uma pequena rua que liga a piazza com o Palazzo Madama.
- ↑ Inocêncio havia planejado um túmulo monumental; no entanto, viria a ser erigido um monumento mais modesto em 1729, da autoria de G.B. Maini
- ↑ Magnuson T. Rome in the Age of Bernini, Stockholm, 1986, Vol 2, 56
- ↑ Magnuson, 1986, v2, 60
- ↑ Magnuson, 1986, v2, 61.
- ↑ Blunt, A. Borromini, Harvard University Press, 157
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- "Sant'Agnese in Agone", by Nyborg.