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Hitler (comercial de televisão)

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Imagem do Führer Adolf Hitler que aparece ao final do comercial da Folha de S.Paulo.

Hitler é um comercial de televisão realizado pela W/Brasil para a Folha de S.Paulo em 1987.[1] O comercial ganhou vários prêmios, inclusive o Leão de Ouro, em Cannes, em 1988.[1]

Hitler foi lançado ao fim de 1987, sendo segunda cooperação entre a Folha de S.Paulo com a W/Brasil, atrás da Campanha do Alarme.[2] A Folha também cooperava com a DM9 a Jarbas Publicidade e a New Lara a partir de 2001, e passou a ser reconhecida por suas campanhas publicitárias, publicando propagandas como o Ratinho dos Classificados e o bordão de rabo preso com o leitor.[3] Na época, estava acontecendo uma disputa acirrada entre a Folha de S.Paulo e o Estadão.[4]

Em 1988, a propaganda ganhou diversos prêmios, sendo o mais importante o Leão de Ouro em Cannes. Em 2000, figurou na lista das 100 melhores propagandas de todos os tempos, de Berneci Kanner, sendo uma das duas únicas propagandas íbero-americanas na lista.[3]

A propaganda traz a imagem de um ponto preto ao fundo branco que, conforme o zoom é retirado com a marcação de um tambor durante 40 segundos, revala-se como fazendo parte de uma fotografia em pontos de Adolf Hitler.[5] O narrador cita diversas proezas do líder da Alemanha Nazista, e por fim, quando a imagem é revelada, termina dizendo: "É possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade. Por isso é preciso tomar muito cuidado com a informação no jornal que você recebe. Folha de S.Paulo, o jornal que mais se compra e o que nunca se vende".[3][6] Por fim, a logomarca do jornal aparece em branco em um fundo negro.[5]

A peça publicitária apresenta diversas características de um "homem de bem", porém ao fim o telespectador é surpreendido quando descobre que este homem é Adolf Hitler. Ela destacou-se na época pela sua falta de atributos. A propaganda é em preto e branco e não possui trilha sonora. Enquanto o narrador enumera qualidades genéricas, visualmente, a propaganda leva o telespectador a entender que se trata de uma visão limitada, que não está captando o todo. O som dos tambores e a velocidade do zoom da imagem possuem um descompasso rítmico com a narração, que criam uma aura de suspense. Por fim, o logotipo indica a seriedade e a credibilidade da Folha de S.Paulo.[5]

Equipe técnica

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O comercial, que contou com locução de Ferreira Martins,[7] teve Washington Olivetto como diretor de criação, o publicitário Nizan Guanaes foi o redator, com Gabriel Zellmeister na direção de arte e Andrés Bukowinski na direção do filme.[1]

Ligações externas

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Referências

  1. a b c «"Hitler" concorre a comercial do século». Folha de S.Paulo. 11 de maio de 1999. Consultado em 16 de outubro de 2022 
  2. «Publicitário foi o principal da história da Folha e levou Leão de Ouro em Cannes com 'Hitler'». Folha de S.Paulo. 14 de outubro de 2024. Consultado em 24 de outubro de 2024 – via PressReader 
  3. a b c «Hitler, o ratinho e o leões». Folha de S.Paulo. Consultado em 24 de outubro de 2024 
  4. Mendonça, Johnathan Borges; Feitosa, Vladimir Alencastro (setembro de 2018). «REDAÇÃO PUBLICITÁRIA E O COMERCIAL "HITLER" DA FOLHA DE S. PAULO». Universidade Federal do Tocantins. Desafios. 5 (3): 134-141. doi:10.20873/uft.2359-3652.2018v5n3p134. Consultado em 23 de outubro de 2024 
  5. a b c Mancini, Renata; Trotta, Mariana; Souza, Silvia Maria de (1 de janeiro de 2007). «Análise semiótica da propaganda Hitler, da Folha de São Paulo». Universidade Federal Fluminense. XIII Colóquio do CPS. Consultado em 24 de outubro de 2024 
  6. Dalmir Reis Jr. «Folha de São Paulo (Hitler) - 1987». Propagandas Históricas. Consultado em 24 de outubro de 2024 
  7. «Comercial Hitler é um dos 100 melhores comerciais de todos os tempos». Acontecendo Aqui. 18 de setembro de 2013. Consultado em 16 de outubro de 2022 

Ligações externas

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