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Hippocampus reidi

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaHippocampus reidi
Espécime avistado em 2007 no Aquário de Paris (CineAqua), na França
Espécime avistado em 2007 no Aquário de Paris (CineAqua), na França
Espécimes macho (esquerda) e fêmea (direita) avistados em 2001
Espécimes macho (esquerda) e fêmea (direita) avistados em 2001
Estado de conservação
Quase ameaçada
Quase ameaçada (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Actinopterygii
Ordem: Gasterosteiformes
Família: Syngnathidae
Género: Hippocampus
Espécie: H. reidi
Nome binomial
Hippocampus reidi
(Ginsburg, 1933)

Hippocampus reidi, popularmente chamado cavalo-marinho-de-focinho-longo,[2] é uma espécie de peixe gasterosteiforme do grupo dos cavalos-marinhos pertencente à família dos singnatídeos (Syngnathidae). É endêmico de zonas de águas subtropicais.[3]

O nome específico homenageia o Sr. Earl D. Reid da Divisão de Peixes do Instituto Smithsonian nos Estados Unidos.[4]

Hippocampus reidi tem um período de gestação de cerca de duas semanas e normalmente cresce até cerca de 17,5 centímetros de comprimento, enquanto a altura média dos juvenis é de apenas cerca de 8,2 milímetros.[5] Os machos são geralmente laranja, enquanto as fêmeas são amarelas. No entanto, tanto machos quanto fêmeas podem ter manchas marrons ou brancas colocadas esporadicamente em seu corpo. Essas manchas também podem mudar para uma cor rosa ou branca durante o período de cópula.[6]

Distribuição e habitat

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Hippocampus reidi foi encontrado em até 55 metros de profundidade. Indivíduos menores habitam águas mais rasas. Tem afinidade com vários habitats costeiros e locais nos quais possa de abrigar, incluindo invertebrados como briozoários, esponjas e tunicados, corais gorgônias, ervas marinhas, estuários e especialmente em macroalgas (geralmente do gênero Caulerpa), manguezais (Avicennia shaueriana, mangue-branco (Laguncularia racemosa) e mangue-vermelho (Rhizophora mangle)) e em estruturas artificiais como pilares.[1] É nativo de muitos países, incluindo Baamas, Barbados, Belize, Bermudas, Brasil, Colômbia, Cuba, Granada, Haiti, Jamaica, Panamá, Estados Unidos (Flórida e Carolina do Norte) e Venezuela.[1] Habita regiões subtropicais, variando de 29 graus norte a 25 graus sul e 133 graus oeste a 40 graus leste.[7] Muitos Hippocampus reidi residem perto da China e mais ainda no Brasil, mas em ambas as áreas correm o risco de se tornar uma espécie ameaçada de extinção. Na China, esses cavalos-marinhos são utilizados para o comércio e para medicamentos chineses tradicionais, enquanto no Brasil fazem parte de um grande comércio, envolvendo a extração comercial de 25 milhões de cavalos-marinhos por ano.[8]

Comportamento

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O Hippocampus reidi geralmente vive só, mas pares para cópula são comuns e já houve registro de grupos de até sete indivíduos. Se alimenta de crustáceos, como copépodes, harpacticoides, calanoides e ciclopoides, camarões carídeos, anfípodes gamarídeos e caprelídeos (Caprellidae), nematoides e ostracoides. Os juvenis se alimentam mais de insetos himenópteros e ovos de moluscos e crustáceos, e as fêmeas dependem muito de camarões carídeos. Às vezes o Hippocampus reidi persegue ativamente suas presas, mas em geral opta por utilizar a técnica de caça de sentar e esperar. Como em outros cavalos-marinhos, esta espécie é monogâmica e ovovivípara, e os machos chocam os filhotes em uma bolsa antes de dar à luz. Os machos amadureceram a 9,5 centímetros, mas não carregaram embriões até 12,4 centímetros, enquanto as fêmeas maduras foram registradas com comprimentos de 8,8 centímetros. Reproduz-se o ano todo. No nordeste do Brasil, por exemplo, seu pico reprodutor ocorre entre maio e novembro. Estima-se que cresçam a uma taxa de 1,195/ano e sua mortalidade natural varia de 1,43 a 1,58/ano. Sua expectativa de vida foi estimada em 2,5 anos.[1]

Conservação

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Hippocampus reidi encontra-se ameaçado pela perca e degradação de alguns de seus habitats preferidos, principalmente manguezais, devido ao desenvolvimento costeiro. Também é vítima da captura acessória na pesca de arrasto e artesanal e para uso em aquários. Consta no Apêndice II da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Silvestres Ameaçadas de Extinção (CITES) como forma de regular o comércio internacional sustentável da espécie. A partir de levantamentos de alguns dos países nos quais o Hippocampus reidi, se estima que a espécie diminuiu 30% dentro de sua área de avistamento. Além disso, a tendência atual é de declínio populacional. Nos estuários brasileiros, apresentou densidade média de 0,026 espécimes/m², variando de 0,0023-0,066 espécimes/m² em localidades amostradas de 2002 a 2006. Densidades mais baixas foram encontradas nas localidades onde houve comércio (média de 0,013 espécimes/m²) do que em locais onde não houve comércio (média de 0,04 espécimes/m²). Nos costões rochosos do estado do Rio de Janeiro, as densidades médias podem variar de 0,001 a 0,04 espécimes/m². Declínios foram relatados por pescadores em várias localidades em pelo menos cinco estados do nordeste brasileiro; em algumas localidades, os declínios podem chegar a 90% ao longo de uma década. A extirpação local foi relatada em alguns locais. Declínios também foram relatados na Colômbia, mas sua extensão é desconhecida. Em Cuba, de 2004 a 2005, a densidade média variou de 0,01 a 0,0037 espécimes/m².[1]

O Hippocampus reidi foi reconhecido como ameaçado nos Estados Unidos pela Sociedade Americana de Pesca (American Fisheries Society), que cita que a degradação ambiental como motivo da listagem. Na Venezuela e Colômbia, consta como vulnerável, e no México está listada no NOM-059-SEMARNAT-2001 como uma espécie sujeita a proteção especial. A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN) definiu a espécie como quase ameaçada em 2016 na sua Lista Vermelha.[1] No Brasil, em 2005, foi classificado como vulnerável na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo;[9] em 2010, como vulnerável no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada no Estado do Paraná;[10] em 2011, como vulnerável na Lista das Espécies da Fauna Ameaçada de Extinção em Santa Catarina;[11] em 2014, como ameaçado de sobreposição no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo;[12] em 2014 e 2018, respectivamente, como vulnerável no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção e na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio);[13] em 2017, como vulnerável na Lista Oficial das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção do Estado da Bahia;[14][15] e em 2018, como vulnerável na Lista das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Estado do Rio de Janeiro.[16] Ainda no Brasil, São Paulo reconhece o Hippocampus reidi como uma espécie que necessida de manejo pesqueiro e políticas para sua conservação.[1]

Referências

  1. a b c d e f g Oliveira, T.; Pollom, R. (2017). «Hippocampus reidi». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2017: e.T10082A17025021. doi:10.2305/IUCN.UK.2017-3.RLTS.T10082A17025021.enAcessível livremente. Consultado em 23 de abril de 2022 
  2. Cardoso, Maria Luísa Valões (2016). Diversidade genética do cavalo-marinho Hippocampus reidi no literal do Nordeste do Brasil (PDF). Vitória de Santo Antão: Centro Acadêmico de Vitória, Universidade Federal de Pernambuco. p. 6-7 
  3. «Hippocampus reidi Ginsburg, 1933». Integrated Taxonomic Information System - Report (ITIS). Consultado em 23 de abril de 2022 
  4. Ginsburg, Isaac (1933). «Descriptions of five new species of seahorses». Journal of the Washington Academy of Sciences. 23 (12): 560–563 
  5. Hora, Maik (16 de março de 2009). «Closing the reproductive cycle: Growth of the seahorse Hippocampus reidi (Teleostei, Syngnathidae) from birth to adulthood under experimental conditions». Aquaculture. 292 (1-2): 39. doi:10.1016/j.aquaculture.2009.03.023 
  6. «Slender seahorse». Monterey Bay Aquarium. Arquivado do original em 21 de julho de 2012 
  7. Froese, R.; Pauly, D. (6 de outubro de 2010). «Hippocampus reidi Ginsburg, 1933». Fishbase. Consultado em 23 de abril de 2022 
  8. Cividanes da Hora, Maik dos Santos (1 de julho de 2009). «Closing the reproductive cycle: Growth of the seahorse Hippocampus reidi (Teleostei, Syngnathidae) from birth to adulthood under experimental conditions». Science Direct. Consultado em 14 de outubro de 2020 
  9. «Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo». Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), Governo do Estado do Espírito Santo. Consultado em 7 de julho de 2022. Cópia arquivada em 24 de junho de 2022 
  10. Livro Vermelho da Fauna Ameaçada. Curitiba: Governo do Estado do Paraná, Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná. 2010. Consultado em 2 de abril de 2022 
  11. Lista das Espécies da Fauna Ameaçada de Extinção em Santa Catarina - Relatório Técnico Final. Florianópolis: Governo do Estado de Santa Catarina, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Fundação do Meio Ambiente (FATMA). 2010 
  12. Bressan, Paulo Magalhães; Kierulff, Maria Cecília Martins; Sugleda, Angélica Midori (2009). Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo - Vertebrados (PDF). São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SIMA - SP), Fundação Parque Zoológico de São Paulo. Consultado em 2 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 25 de janeiro de 2022 
  13. «Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 2018. Consultado em 3 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de maio de 2018 
  14. «Lista Oficial das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção do Estado da Bahia.» (PDF). Secretaria do Meio Ambiente. Agosto de 2017. Consultado em 1 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 2 de abril de 2022 
  15. «Hippocampus reidi Ginsburg, 1933». Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Consultado em 23 de abril de 2022. Cópia arquivada em 9 de julho de 2022 
  16. «Texto publicado no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro contendo a listagem das 257 espécies» (PDF). Rio de Janeiro: Governo do Estado do Rio de Janeiro. 2018. Consultado em 2 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 2 de maio de 2022 
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