Indústria Brasileira de Formulários
Indústria Brasileira de Formulários | |
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Logotipo utilizado pela IBF nos anos 1990 | |
Razão social | IBF - Indústria Brasileira de Formulários Ltda. |
Atividade | serviços gráficos |
Fundação | 1968 |
Encerramento | 2000 |
Sede | São Bernardo do Campo, São Paulo |
Proprietário(s) | Hamilton Lucas de Oliveira |
Indústria Brasileira de Formulários (também conhecida pela sigla IBF) foi uma empresa brasileira do setor gráfico, comandada pelo empresário Hamilton Lucas de Oliveira. A empresa declarou falência em março de 2000.[1]
A IBF se tornou conhecida nos anos 1990 por patrocinar a equipe do São Paulo, o piloto Christian Fittipaldi e pelas tentativas de compra de emissoras de TV como a Rede Manchete e a TV Jovem Pan, além do envolvimento de seu dono com o esquema PC Farias.
História
[editar | editar código-fonte]A IBF era uma indústria gráfica que produzia formulários, folhas matriciais e produtos gráficos em geral, era conhecida principalmente por imprimir ingressos, passagens de avião, bilhetes de loteria e outros formulários.[carece de fontes]
Em 1990, a empresa comprou o Diário Comércio e Indústria, publicadora responsável pelos jornais DCI e Shopping News e pela revista semanal Visão. O DCI pertenceu a Hamilton Lucas de Oliveira até o ano de 2002, quando foi vendido para as Organizações Sol Panamby, de Orestes Quércia.[2]
Caso TV Jovem Pan
[editar | editar código-fonte]Em 1991, Hamilton faz seu primeiro investimento em uma emissora de televisão ao comprar 40% das ações da TV Jovem Pan, tal fato foi questionado pela imprensa na época, tendo o Jornal do Brasil questionado em uma matéria “Por que, afinal, um grupo sem nenhuma experiência com empresas jornalísticas estaria entrando nesse ramo de negócio num momento econômico difícil?”.[3]
Os planos de Hamilton eram de declarar a falência da emissora para que seu valor de mercado despencasse e assim, pudesse comprar as ações dos demais sócios e ter poder maior ou total sobre a programação do canal.[4]
Em 1993, com as investigações do escândalo PC Farias e a descoberta de um cheque de 300 mil dólares para a empresa de Hamilton Lucas, resultando na abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar possíveis fraudes na emissora.[5] A CPI concluiu que houve prática de sonegação fiscal, dívidas previdenciárias e enriquecimento ilícito da parte de Hamilton Lucas e Tuta.[6]
Compra da Rede Manchete
[editar | editar código-fonte]A IBF também fechou um acordo com a Bloch Editores em 1992 para administrar a Rede Manchete de Televisão. Na época, o grupo Bloch sofria uma grave crise financeira.[7][8][9]
Durante sua administração, a IBF transferiu a sede da emissora para São Paulo, além de ter problemas por não cumprir com obrigações trabalhistas, atrasar salários dos funcionários e descumprir cláusulas contratuais. Em abril de 1993 por determinação da justiça, a Bloch Editores retomou o comando da emissora.[10][11]
Nos anos seguintes, o empresário travou uma disputa judicial contra os donos da Manchete para tentar retomar o controle do canal, tendo causado problemas para a Bloch Editores quando esta buscava um comprador para a emissora em 1998. Em dezembro deste mesmo ano, a Justiça do Rio de Janeiro determinou que a Manchete pertencia aos Bloch e condenou Hamilton Lucas ao pagamento de 6,5 milhões de reais como indenização por danos morais a eles.[5]
Em abril de 1999, Hamilton consegue uma nova liminar na justiça para impedir a venda da emissora para o grupo TeleTV.[12] Esta liminar foi derrubada por um juiz em 6 de maio do mesmo ano, permitindo que a emissora fosse finalmente vendida para Amilcare Dallevo Jr. e Marcelo de Carvalho.[13]
Em julho do mesmo ano, a Bloch Editores pede concordata preventiva e declara em seu pedido além de motivos econômicos, que "o descumprimento de obrigações contratuais pelo grupo Hamilton Lucas de Oliveira" teria colaborado para a ruína financeira da empresa.[14]
Condenação por sonegação fiscal
[editar | editar código-fonte]Em 1999, Hamilton Lucas de Oliveira foi condenado a quatro anos e dois meses de prisão, além do pagamento de 240 salários mínimos por sonegação fiscal e não pagamento de contribuições previdenciárias dos funcionários da IBF entre os meses de março e outubro de 1992. Em abril de 2002, a 8ª Turma do Tribunal Regional Federal reduziu sua pena para três anos de prisão e o pagamento de 180 salários mínimos.[1]
Após diversos recursos e processos nos anos seguintes, em fevereiro de 2016, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki decidiu manter uma pena de quatro anos e seis meses em regime semiaberto contra o empresário pela apropriação indébita de recursos previdenciários.[15]
Referências
- ↑ a b «TRF confirma condenação de Hamilton Lucas de Oliveira, ex-diretor da IBF». Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Consultado em 9 de abril de 2021
- ↑ «Fundado em 1934, jornal econômico DCI deixa de circular no dia 23». Consultor Jurídico. Consultado em 9 de abril de 2021
- ↑ ««IBF PODERÁ ADQUIRIR 40% DA TV JOVEM PAN».». www.tv-pesquisa.com.puc-rio.br. Consultado em 9 de abril de 2021
- ↑ «CPI da TV Jovem Pan (também conhecido como Caso TV Jovem Pan)» (PDF). Arquivado do original (PDF) em 22 de abril de 2016
- ↑ a b Freitas, Renata (18 de dezembro de 1998). «Manchete é dos Bloch, diz Justiça do Rio». Folha de S.Paulo. Consultado em 9 de abril de 2021
- ↑ «Jovem Pan TV - Que fim levou?». Terceiro Tempo. Consultado em 9 de abril de 2021
- ↑ Hugo Studart (11 de junho de 1992). «Grupo IBF compra a Rede Manchete». Folha de S.Paulo. TV-Pesquisa
- ↑ Ana Cecília Americano e Eleno Mendonça (6 de junho de 1992). «Compra da Manchete pelo IBF». Jornal do Brasil. TV-Pesquisa
- ↑ «Grupo IBF é o novo dono da Manchete». Jornal do Brasil. TV-Pesquisa. 11 de junho de 1992
- ↑ «Bloch reassume o controle da Rede Manchete». Folha de S.Paulo. TV-Pesquisa. 24 de abril de 1993
- ↑ «Bloch recupera o controle da TV Manchete em todo o país». Jornal do Brasil. TV-Pesquisa. 24 de abril de 1993
- ↑ «n1504991». web.archive.org. 10 de outubro de 2000. Consultado em 9 de abril de 2021
- ↑ «n0805991». web.archive.org. 20 de agosto de 2007. Consultado em 9 de abril de 2021
- ↑ Bloch Editores pede concordata no Rio, Página 2-3, Folha de S.Paulo, 27 de julho de 1999
- ↑ «Pena imposta a dono da extinta TV Manchete é mantida pelo Supremo». Consultor Jurídico. Consultado em 9 de abril de 2021