Glironia venusta
[1] Glironia venusta | |||||||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||||||
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [2] | |||||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||
Glironia venusta Thomas, 1912 | |||||||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||||||
Glironia venusta é uma espécie de marsupial da família dos didelfiídeos (Didelphidae). É a única espécie descrita para o gênero Glironia.[1] Tem sido encontrada na Colômbia, Equador, Peru, Brasil e Bolívia.[2] Com os registros de exemplares em lugares muito distantes entre si, se estima que G. venusta é localmente rara e difícil de encontrar, mas tem ampla distribuição em toda a Amazônia.[4]
Descrição
[editar | editar código-fonte]Um adulto pesa entre 95 e 119 g. Comprimento do corpo, entre 160 e 205 mm; comprimento da cauda 160 a 214 mm. A textura da pelagem do corpo varia de macia e aveludada a densa e lanosa. Os pêlos do dorso têm 7 a 8 mm de comprimento. O dorso geralmente é fulvo, canela ou marrom e o ventre é cinza e amarelo a esbranquiçado. As bases dos pelos ventrais são xistosas e as pontas branco-amareladas. As mãos e os pés são de um branco acastanhado opaco a cinza.[5][6][7][8][9]
As orelhas são grandes, ovais, nuas, de cor enegrecida. Uma faixa larga, proeminente, marrom-escura a preta se estende por cada olho e dá a aparência de uma máscara. As listras começam nas laterais do rinário, passam pelos olhos dorsais às orelhas e terminam atrás das orelhas. Uma faixa estreita de pêlos branco-acinzentados, de cor ardósia em suas bases, estende-se ao longo da linha média da cabeça do rinário à nuca e separa as listras escuras dos olhos.[8]>[9]
A cauda é cilíndrica e densamente peluda, com os pelos próximos ao meio da cauda sed 14 a 15 mm de comprimento, o que dá uma aparência espessa, decrescente em direção à ponta.[5][9]
Registros
[editar | editar código-fonte]Exemplares de G. venusta têm sido achados em pelo menos 28 sítios diferentes espalhados pela bacia do rio Amazonas e duas divisória de águas contiguas (rio Paraguai e Guaviare). Estes são os lugares dos 28 registros:
Nº | Sítio | Município / localidade | Departamento / Estado | País |
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1 | 800 m.s.n.m. | Pozuzo[3] | Pasco | Peru |
2 | Los Yungas[5] | Sud Yungas | La Paz | Bolívia |
3 | Boca de Lagarto Cocha[10] | Cuyabeno | Sucumbíos | Equador |
4 | Boca del Curaray[10] | Napo | Loreto | Peru |
5 | Montalvo[5] | Cantón Pastaza | Pastaza | Equador |
6 | El Hacha[11] | Puerto Leguízamo | Putumayo | Colômbia |
7 | Bocas del Mapuera[12] | Oriximiná | Pará | Brasil |
8 | Alto Río Urucu[13][14] | Tefé | Amazonas | Brasil |
9 | Cocha Cashu[15] | Parque Nacional de Manú | Madre de Dios | Peru |
10 | Valle de Machariapo[16] | Apolo | La Paz | Bolívia |
11 | Carretera a El Puente[17] | San Javier | Santa Cruz | Bolívia |
12 | Meseta de Huanchaca[17] | San Ignacio de Velasco | Santa Cruz | Bolívia |
13 | Fazenda Jaburi[18] | Espigão d'Oeste | Rondônia | Brasil |
14 | Quebrada Vainilla[19] | Las Amazonas | Loreto | Peru |
15 | Puerto Almendra[20] | Iquitos | Loreto | Peru |
16 | Teotônio[21] | Porto Velho | Rondônia | Brasil |
17 | Riozinho da Liberdade[22] | Tarauacá | Acre | Brasil |
18 | Reserva Adolpho Ducke[4] | Manaus | Amazonas | Brasil |
19 | Rio Cabaçal[21] | Mirassol d'Oeste | Mato Grosso | Brasil |
20 | Floresta Tapirapé[23] | Marabá | Pará | Brasil |
21 | Represa Guaporé[23] | Vale de São Domingos | Mato Grosso | Brasil |
22 | Santo Antonio do Rio Bonito[23] | Nova Ubiratã | Mato Grosso | Brasil |
23 | Floresta Carajás[7] | Parauapebas | Pará | Brasil |
24 | Represa Teles Pires[24] | Jacareacanga | Pará | Brasil |
25 | Rio Tales Pires[24] | Paranaíta | Mato Grosso | Brasil |
26 | Terra Indígena Roosevelt[25] | Pimenta Bueno | Rondônia | Brasil |
27 | El Capricho[26] | San José del Guaviare | Guaviare | Colômbia |
28 | Ducutipabo[27] | San Felipe | Guainía | Colômbia |
Referências
- ↑ a b Gardner, A.L. (2005). «Order Didelphimorphia». In: Wilson, D.E.; Reeder, D.M. Mammal Species of the World 3º ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494
- ↑ a b Patterson, B.; Solari, S. (2008). Glironia venusta (em inglês). IUCN 2014. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2014. Página visitada em 10 de julho de 2014..
- ↑ a b Thomas, Oldfield (1912). «A new Genus of Opossums and a new Tuco-tuco». The Annals and Magazine of Natural History 9 (50): 239-241.
- ↑ a b Calzada, Javier et all. (2008) "First record of the bushy-tailed opossum, Glironia venusta, Thomas, 1912, (Didelphimorphia) from Manaus, Amazonas, Brazil". Acta Amazónica 38(4): 807 - 810.
- ↑ a b c d Marshall, Larry G. (1978). «Glironia venusta». Mammalian Species 107: 1-3.
- ↑ López Arévalo, Hugo F. et al. (2019) Guía de mamíferos de San José del Guaviare Bogotá: Universidad Nacional de Colombia, p. 18. ISBN 978-958-783-741-4
- ↑ a b Ardente, Natália et al. 2013 "Mammalia, Didelphimorphia, Didelphidae, Glironia venusta Thomas, 1912 and Chironectes minimus (Zimmermann, 1780): distribution extension for eastern Amazonia"; Check List 9(5): 1104–1007.
- ↑ a b Barkley, Linda J. (2007). «Genus Glironia O. Thomas, 1912». In: Alfred L. Gardner. Mammals of South America. 1 Marsupials, Xenarthrans, Shrews, and Bats. [S.l.]: University of Chicago Pres. pp. 12–14. ISBN 978-0-226-28240-4
- ↑ a b c Rossi, Rogério; Gledson Blanconi e Wagner Pedro (2006). «Ordem Didelphimorpha». In: Nelio R. dos Reiss; et al. Mamíferos do Brasil. Londrina: [s.n.] p. 31. ISBN 85-906395-0-9
- ↑ a b Anthony, Harold E. (1926) "Preliminary report on Ecuadorean mammals. No.7. American Museum novitates 240:1-6.
- ↑ Rodríguez-Mahecha, José Vicente et al. (1995) "Mamíferos colombianos: sus nombres comunes e indígenas". Occasional Papers in Conservation Biology 3. Bogotá, Colombia: Conservation International, p.6.
- ↑ da Silva, Maria Nazareth and Alfredo Langguth (1989) "A new record of Glironia venusta from the Lower Amazon, Brazil". Journal of Mammalogy 70: 873-875.
- ↑ da Silva, Maria Nazareth; C. A. Peres; J. R. Malcom; J. L. Patton (1989). "Inventário de Pequenos Mamíferos Não-voadores (Rodentia e Didelphimorphia) na Região do alto rio Urucu, Amazonas". Mec.
- ↑ Nogueira, M. R.; M.N. Ferreira da Silva; B.G.O. Câmara. 1999. Morphology of the male genital system of the bushy- tailed opossum Glironia venusta Thomas, 1912 (Didel- phimorphia, Didelphidae). Mammalia 63(2):231–236.
- ↑ Emmons, Louise and François Feer (1999) Mamíferos de los bosques húmedos de América tropical: una guía de campo. Andres Ibáñez, Santa Cruz, Bolivia: Fundacion Amigos de la Naturaleza. ISBN 978-99905-801-0-5
- ↑ Emmons, Louise (1991) " Mammals of mid-elevation dry forest (Machariapo Valley)". T. Parker III and B. Bailey (eds.)A biological assessment of the Alto Madidi Region and adjacent areas of northwest Bolivia. Rapid Assessment Program Working Papers I. , Washington D.C.: Conservation International, p. 33.
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- ↑ Brown, Bárbara (2004) Atlas of New World Marsupials. Fieldiana, Zoology, New Series 102:
- ↑ Díaz, M. Mónica y Michael R. Willig (2004). «Nuevos registros de Glironia Venusta y Didelphis Albiventris (Didelphimorphia) para Perú». Mastozoología Neotropical. 11 (2). pp. 185–192. ISSN 0327-9383
- ↑ a b Santos-Filho, Manoel; da Silva, M.N.F., Costa, B.A., Bantel, C.G., Vieira, C.LG., Silva, D.J. y Franco, A.M.R. (2007) "New records of Glironia venusta, Thomas, 1912 (Mammalia, Didelphidae), from the Amazon and Paraguay basins, Brazil". Mastozoología Neotropical, 14(1):103-105
- ↑ Bernarde, Paulo Sérgio and Reginaldo Machado (2008) "Mammalia, Didelphimorphia, Didelphidae, Glironia venusta Thomas, 1912: Distribution extension to the state of Acre, Brazil". Check List 4(2): 151.
- ↑ a b c Rossi, R.V., C.L. Miranda, T.S. Santos-Júnior and T.B.F. Semedo (2010) "New records and geographic distribution of the rare Glironia venusta (Didelphimorphia, Didelphidae)". Mammalia 74: 445 – 447.
- ↑ a b Silveira, Thiago et al. (2014) "New field data on reproduction, diet, and activity of Glironia venusta Thomas, 1912 (Didelphimorphia, Didelphidae) in northern Brazil". Mammalia 78(2): 217-222.
- ↑ Cardozo, Ivanilde Bandeira (org.) (2016). Diagnóstico Etnoambiental Participativo, Etnozoneamento e Plano de Gestão em Terras Indígenas: Terra Indígena Roosevelt. Porto Velho: ECAM. pp. 115–116,118. ISBN 978-85-99991-14-5
- ↑ Montenegro, Olga Lucía & Héctor Restrepo (2018). "Mamíferos". Vriesendorp, C., et al. (Eds.). La Lindosa, Capricho, Cerritos. Rapid Inventories 29: 139–146. Chicago, USA: The Field Museum. ISBN 978-0-9828419-7-6
- ↑ «Científicos colombianos registran especie de zarigüeya poco conocida para la ciencia, en Guainía». Fundación Omacha. Bogotá. 14 de janeiro de 2022
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