Fokker 100
Fokker 100 | |
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Fokker 100 da Greenland Express | |
Descrição | |
Tipo / Missão | Aeronave comercial |
País de origem | Países Baixos |
Fabricante | Fokker |
Período de produção | 1986–1997 |
Quantidade produzida | 283 |
Desenvolvido de | Fokker F28 |
Desenvolvido em | Fokker 70 |
Primeiro voo em | 30 de novembro de 1986 (37 anos) |
Tripulação | 2 |
Passageiros | 100 |
Número de classes | 1 / 2 classe(s) |
Especificações | |
Dimensões | |
Comprimento | 35,53 m (117 ft) |
Envergadura | 28,08 m (92,1 ft) |
Altura | 8,50 m (27,9 ft) |
Área das asas | 93,50 m² (1 010 ft²) |
Alongamento | 8.4 |
Peso(s) | |
Peso vazio | 24 541 kg (54 100 lb) |
Peso máx. de decolagem | 45 810 kg (101 000 lb) |
Propulsão | |
Motor(es) | Rolls-Royce Tay Mk 650-15 |
Performance | |
Velocidade máxima | 845 km/h (456 kn) |
Velocidade de cruzeiro | 737 km/h (398 kn) |
Alcance (MTOW) | 3 167 km (1 970 mi) |
Teto máximo | 11 000 m (36 100 ft) |
Notas | |
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O Fokker 100[2] (modelo F.28 MK 0100,[3] tipo ICAO F100)[2] é um avião comercial bimotor a jato, de médio porte, projetado e construído pela fabricante holandesa Fokker para atender pedidos de companhias aéreas que atuam no mercado de transporte aéreo doméstico e regional.
História
[editar | editar código-fonte]Com desenho baseado no antecessor Fokker F28, foi lançado em 1983, juntamente com o turboélice Fokker 50, com o primeiro voo o ocorrido em 1986 .[4]
Em relação ao Fokker F28, as principais mudanças estão na fuselagem bem mais alongada, que acomoda cerca de 108 passageiros com razoável conforto, a aviônica sofisticada e a econômica motorização Rolls-Royce Tay 650, com reduzido nível de ruído, dentro do limite Stage III, e cerca de 15 000 libras de potência individual para a decolagem.
A boa combinação de asas retas e motores turbofan potentes e econômicos resultou numa aeronave ideal para operar em aeroportos com pistas de médio tamanho, dando o conforto e a velocidade de um avião a jato aos passageiros da aviação regional. Em função disso, o Fokker 100 foi um sucesso de vendas da companhia holandesa.
Design e Desenvolvimento
[editar | editar código-fonte]O desenho do Fokker 100 foi anunciado em 1983, em substituição atualizada do já defasado jato comercial F28 Fellowship. Apesar da maioria das partes entre as duas aeronaves serem diferentes, o Fokker 100 foi certificado pela FAA - Federal Aviation Administration como Fokker 28-0100. A distinção mais notável foi a fuselagem consideravelmente mais longa, que aumentou o número de assentos em 65%, indo de 65 nas séries originais do F28, para cerca de 108 em classe única, com assentos triplos e duplos.
A Fokker também introduziu uma asa redesenhada para o 100, que garantia um ganho em eficiência de até 32% nos voos de cruzeiro. A fabr8cante optou pelos econômicos e modernos motores turbofan Rolls-Royce Tay, enquanto a cabine foi aperfeiçoada com um pacote de instrumentos EFIS (navegação por instrumentos).
A aeronave apresenta motores montados na fuselagem e cauda em "T", semelhante aos modelos da família DC-9, MD-80 e MD-90, da norte-americana McDonnell Douglas. Diferente de seu antecessor, não possui janelas acima da cabine de comando, conhecidas como "eyebrow windows".
Dois protótipos foram construídos - o primeiro, PH-MKH, voou sua primeira vez em 30 de novembro de 1986 e o segundo, PH-MKC, em 25 de fevereiro de 1987. O certificado de tipo foi alcançado em novembro de 1987. As primeiras entregas dos motorizados com o TAY620-15 se iniciaram para a Swissair em fevereiro de 1988. A American Airlines utilizou 75 aeronaves, a TAM utilizou cerca de 50 aeronaves e a US Airways outras 40. Foram essas grandes empresas as principais clientes da Fokker na década de 1990 e os maiores operadores do Fokker 100, todos com motores TAY650-15.
No ano de 1991 foram produzidas 70 unidades, com mais de 230 pedidos. Uma versão ER (Extended Range), com tanques adicionais nas asas, foi introduzida em 1993, e outra versão de mudança rápida entre passageiros e cargueiro em 1994, denominado 100QC.
Um modelo derivado mais curto do Fokker 100, chamado pela empresa de Fokker F-70, foi apresentado em 1993 como um substituto do seu irmão mais velho, F28, com a remoção de 4,70 m (15,42 ft), dando-lhe uma capacidade máxima de 80 assentos.
Estudos para um provável Fokker 130, com 130 assentos e o Fokker 100QC (cargueiro) não alcançaram estágios mais avançados de desenvolvimento. Um Fokker 100EJ (Executive Jet) foi introduzido em 2003, como uma conversão de aeronaves Fokker 100 usadas.
Falência da Fokker e fim do projeto
[editar | editar código-fonte]Apesar de o desenho ter sido um sucesso no mercado, a Fokker continuou perdendo dinheiro por má administração, o que fez sua controladora Daimler Benz Aerospace decidir por seu fechamento em 1996, encerrando a produção de aeronaves no final de 1997. Havia alguma discussão sobre a empresa ser comprada pela Bombardier, mas os planos não se concretizaram.
Baseado em Schiphol, nas proximidades de Amsterdã, o grupo holandês Rekkof Restart[nota 1] foi criado com o objetivo de reiniciar a produção dos Fokker 70 e 100, mas após não obter o financiamento necessário, o grupo foi rebatizado para Next Generation Aircraft (ou abreviadamente NG Aircraft) e pretende lançar uma nova versão do Fokker 100, denominada F-120NG, em que "NG" é alusão a Next Generation ("próxima geração").[5]
Especificações
[editar | editar código-fonte]O Fokker 100 foi produzido em duas versões: Tay 620 e Tay 650:[nota 2]
Fokker 100 Tay 620 |
Fokker 100 Tay 650 | |
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Tripulação Técnica | Dois | |
Capacidade de Assentos | 122 (1 classe - máximo) 107 (1 classe - típico) 97 (2 classes) | |
Comprimento | 35,53 m | |
Envergadura | 28,08 m | |
Área de Asa | 93,5 m² | |
Altura | 8,50 m | |
Diâmetro da Fuselagem | 3,30 m | |
Largura da Cabine | 3,10 m | |
Altura da Cabine | 2,01 m | |
Peso Básico Operacional | 24 375 quilogramas (53 738 lb) | 24 541 quilogramas (54 104 lb) |
Peso Máximo de Decolagem (MTOW) | 43 090 quilogramas (94 997 lb) | 45 810 quilogramas (100 994 lb) |
Carga Paga | 11 242 quilogramas (24 784 lb) | 11 993 quilogramas (26 440 lb) |
Velocidade Máxima de Cruzeiro | 845 km/h (525 mph, 456 nós), Mach 0,77 | |
Alcance | 1 323 nm (2 450 km) | 1 710 nm (3 170 km) |
Pista Necessária | 1 520 m | 1 621 m |
Capacidade de Combustível | 13 365 L | |
Teto Operacional | 35 000 pés (11 000 m) | |
Motorização (2x) | Rolls-Royce Tay Mk 620-15 | Rolls-Royce Tay Mk 650-15 |
Potência | 13 850 lbf (61,6 kN) | 15 100 lbf (67,2 kN) |
Utilização no Brasil
[editar | editar código-fonte]A primeira companhia aérea a utilizar o Fokker 100 no Brasil foi a TAM Linhas Aéreas, que soube aproveitar bem a aeronave após a proibição de grandes aviões nos aeroportos centrais do Rio de Janeiro e São Paulo na década de 1980, o que fez do modelo o único jato da frota brasileira apto a operar no mais movimentado e lucrativo trecho do país: a ponte-aérea Rio São Paulo.
Também era a única companhia regional a utilizar jatos em aeroportos pequenos, o que a diferenciava das demais, chegando a contar com 50 aeronaves em sua frota ativa.
Com a crise nas companhias tradicionais, a TAM logo se transformou na maior empresa brasileira de aviação e, após sua rápida internacionalização, viu-se obrigada a renovar e ampliar a frota, escolhendo para isso a família Airbus, o que fez com que paulatinamente aposentasse os aviões holandeses que a ajudaram a se tornar uma gigante no setor.
A partir de 2006, a Avianca Brasil (antiga Ocean Air) passou a utilizar unidades de segunda-mão adquiridas da norte-americana American Airlines. Os aviões foram rebatizados MK-28.[6]
Outra companhia que operou o tipo, duas aeronaves que acabaram na frota da TAM, foi a extinta TABA
No dia 24 de novembro de 2015 o Fokker 100 se despediu do Brasil, quando a Avianca Brasil fez seu último voo com o modelo.[7]
Operadores e ex-operadores
[editar | editar código-fonte]Em 2013, 157 aeronaves Fokker 100 continuavam em operação em diversas empresas mundo afora:[8]
- África:
- Ásia, Austrália e Médio Oriente:
- Air Bagan
- Air Niugini
- Alliance Airlines
- Bek Air
- InvestAvia Airline
- Iran Air
- Iran Aseman Airlines
- Iranian Naft Airlines
- Kish Air
- Network Aviation Australia
- Pelita Air Service
- Qeshm Airlines
- Transwisata Air
- Virgin Australia Regional Airlines
- Europa:
- Carpatair
- Excellent Air
- Helvetic Airways AG
- Moldavian Airlines
- Montenegro Airlines
- Trade Air
- Tyrolean Airways
- Américas:
- Air Panama
- Dutch Antilles Express
Ex-operadores do Fokker 100:[carece de fontes]
- Air Berlin
- Air Gabon
- Air Greece
- Air Europe
- American Airlines
- Avianca Brasil
- CCM Airlines
- EUjet
- Flight West Airlines
- Germania
- Girjet
- Jetsgo
- Korean Air
- Mais Linhas Aereas
- MALEV
- Mandarin Airlines
- Mexicana de Aviación
- Midway Airlines
- Palair Macedonian Airlines
- PGA - Portugália Airlines
- Swissair
- TAM Airlines (Paraguai)
- TABA
- TAM Linhas Aéreas
- TAT European Airlines
- US Airways
Acidentes
[editar | editar código-fonte]Há registros de 30 acidentes envolvendo o modelo Fokker 100 entre 1987 e 2019,[9][10][11] dentre os quais em 12 houve perda total (hull loss) da aeronave.[12]
- Voo Palair Macedonian Airlines 301 - em 5 de março de 1993, um voo que seguia de Escópia para Zurique caiu logo após a decolagem devido a acúmulo de gelo nas asas.[carece de fontes]
- Voo TAM 402 - em 31 de outubro de 1996 um voo da brasileira TAM que partia de Caxias do Sul em direção a Recife, na escala entre São Paulo e Rio de Janeiro caiu logo após a decolagem próximo ao Aeroporto de Congonhas, o acidente resultou na perda de 99 vidas: todos os 96 ocupantes do avião mais 3 pessoas no solo. É o acidente aéreo com mais mortes envolvendo um avião Fokker 100.[9]
- Voo Bek Air 2100[13] - em 27 de dezembro de 2019, com mais de 90 passageiros e 5 tripulantes, caiu no Cazaquistão deixando 12 mortos. O acidente aconteceu logo após a decolagem, quando a aeronave perdeu altitude, atravessou um muro de concreto e atingiu uma casa de dois andares.
- Em 28 de março de 2014, um Fokker 100 da brasileira Avianca declarou emergência e realizou um "pouso de nariz"[nota 3] no Aeroporto Internacional de Brasília, devido a uma falha no acionamento do trem de pouso dianteiro ("trem de nariz"). O voo 6393 seguia de Petrolina para Brasília com 44 passageiros e 5 tripulantes a bordo. Não houve feridos.[10][11]
Notas
- ↑ Note que Rekkof é Fokker grafado ao contrário.
- ↑ Essas denominações são referências à motorização de cada versão.[1]
- ↑ Embora as notícias veiculadas pela mídia mencionem um "pouso de barriga", na realidade tratou-se de um "pouso de nariz", uma vez que o trem de pouso principal do avião funcionou e por isto a parte da fuselagem coloquialmente conhecida como "barriga" da aeronave não tocou o solo. Já a parte dianteira da fuselagem coloquialmente conhecida como "nariz" da aeronave tocou o solo, devido ao não-acionamento do trem de pouso dianteiro.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Aeronaves semelhantes bimotores
- Aeronaves semelhantes trimotores
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Fokker» (em inglês). Website oficial. Consultado em 30 de março de 2014
- «Fokker 100» (em inglês). Perfil e estatísticas de segurança da aeronave na Aviation Safety Network (ASN). Consultado em 30 de março de 2014
Referências
- ↑ a b «The Fokker 100» (em inglês). Airliners.net. Consultado em 30 de março de 2014
- ↑ a b «Doc 8643: Aircraft Type Designators» (em inglês). International Civil Aviation Organization (ICAO). Consultado em 30 de março de 2014
- ↑ Federal Aviation Administration (FAA). «Make / Model Inquiry» (em inglês). FAA Aircraft Registry. Consultado em 30 de março de 2014
- ↑ «History» (em inglês). Fokker. Consultado em 30 de março de 2014
- ↑ «Next Generation Aircraft» (em inglês). Consultado em 30 de março de 2014
- ↑ Terra. «Aeronaves - Fokker 28MK100» (HTML). Consultado em 7 de Maio de 2010
- ↑ «Fokker 100 faz último voo na Avianca e se despede do Brasil - Aviões em foco». Aviões em foco. 24 de novembro de 2015
- ↑ Flightglobal Insight, ed. (2013). «World Airliner Census 2013» (PDF). Flight International (em inglês). Flight Global. p. 20. 22 páginas. Consultado em 30 de março de 2014
- ↑ a b «Fokker 100: accident database» (em inglês). Aviation Safety Network. Consultado em 30 de março de 2014
- ↑ a b G1 DF (28 de março de 2014). «Avião faz pouso de emergência no aeroporto JK, em Brasília». G1. Consultado em 30 de março de 2014
- ↑ a b Gustavo Gantois (28 de março de 2014). «Avião da Avianca faz pouso de emergência de barriga em Brasília». Cidades. Terra. Consultado em 30 de março de 2014
- ↑ «Losses» (em inglês). Aviation Safety Network. Consultado em 30 de março de 2014
- ↑ «Avião com cerca de 100 pessoas cai no Cazaquistão e deixa mortos». G1. Consultado em 27 de dezembro de 2019