Flávio Rocha
Flávio Rocha | |
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Deputado federal pelo Rio Grande do Norte | |
Período | 1º de fevereiro de 1987 a 31 de janeiro de 1995 (2 mandatos consecutivos) |
Dados pessoais | |
Nome completo | Flávio Gurgel Rocha |
Nascimento | 14 de fevereiro de 1958 (66 anos) Recife, Pernambuco |
Nacionalidade | brasileiro |
Progenitores | Mãe: Eliete Gurgel Rocha Pai: Nevaldo Rocha |
Partido | PFL (1985–1987) PL (1987–1989) PRN (1989–1992) PL (1992–2006) PR (2006–2018) Republicanos (2018–presente) |
Religião | Evangélico[1] |
Profissão | Empresário |
Flávio Gurgel Rocha (Recife, 14 de fevereiro de 1958) é um empresário brasileiro. É o proprietário da rede de lojas de departamento Riachuelo.[2]
Foi presidente das Lojas Riachuelo (terceira maior rede de moda do país), integrante do conselho do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) e vice-presidente de relações com investidores do Grupo Guararapes, empresa familiar que detém o controle da Midway Financeira, Confecções Guararapes Transportadora, Casa Verde e Shopping Midway Mall, maior shopping center do Rio Grande do Norte.[3][4][5] Na carreira política, Rocha foi eleito por dois mandatos como deputado federal - o primeiro pelo PFL (atual DEM), transferindo-se na sequência para o PL; e o segundo via PRN pelo Rio Grande do Norte.
Em março de 2018, anunciou sua filiação ao PRB, para disputar a Presidência da República,[6] e com isso deixou o comando da Riachuelo.[7] Posteriormente, retirou a pré-candidatura.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nascido em 14 de fevereiro de 1958, Flávio Rocha exerceu a função de CEO da rede de Lojas Riachuelo e da Midway Financeira entre os anos de 2008 e 2018, período do maior crescimento da história da empresa, onde passou de 100 para mais de 300 lojas em todo o Brasil[8][9]. Sua família é proprietária do Grupo Guararapes, do qual fazem parte também o Shopping Midway Mall, além de negócios no setor logístico[10]. As Lojas Riachuelo são um dos 15 maiores empregadores do País, com 40 mil colaboradores (2018[11])[12]. A família, com uma fortuna avaliada em 1,3 bilhão de dólares, aparece na 1.567ª posição na Lista Forbes de maiores bilionários do mundo e 39º lugar entre os bilionários brasileiros.[13][14][15]
Perfil político e carreira
[editar | editar código-fonte]Em 1986, foi eleito deputado federal pelo Rio Grande do Norte, sendo reeleito em 1990. Em 1994, chegou a se pré candidatar à presidência da república pelo PL, desistindo por conta do apoio de seu partido à candidatura de Fernando Henrique Cardoso[13]. Na ocasião, acusou o partido de boicotá-lo para que não pudesse expor sua ideia de imposto único, o que, segundo o próprio, fortaleceria o valor do salário mínimo. Disse ainda que tal medida, desagradaria os banqueiros comprometidos com a candidatura de FHC[16].
Rocha defende o livre mercado como ferramenta natural para combater a corrupção[17], sendo um dos principais defensores do liberalismo econômico e de um Estado menor e mais eficiente[18].
Em 2016, recebeu o prêmio de "empreendedor do ano", da revista IstoÉ Dinheiro, na categoria Varejo. Ex-deputado federal entre 1987 e 1995, foi um dos primeiros empresários a apoiar o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e a candidatura de João Doria à Prefeitura de São Paulo.[19]
Foi escolhido em 2017 pela Business Of Fashion como uma das personalidades mais influentes da moda mundial[20] e pela Revista Forbes como um dos 25 maiores CEOs do Brasil.
Em janeiro de 2018, Rocha lançou o manifesto "Brasil 200" defendendo uma agenda liberal no campo econômico e valores conservadores nos costumes, o que é uma incongruência já que o liberalismo advoga que o Estado não pode intervir na vida privada dos cidadãos[21] , aí incluído a vida econômica. Por exemplo, em o maior economista liberal da História, Milton Friedman, advoga a liberalização das drogas[22]. Em outras palavras, afirmar-se como "liberal na economia e conservador nos costumes" é uma contradição em termos. O nome é uma referência aos 200 anos da independência do Brasil[3][23][24].
Em março de 2018, Flávio Rocha anunciou ser pré-candidato a presidência da república pelo PRB.[25]
Em maio de 2018, recebeu, em 2018, o prêmio de CEO do ano da revista Consumidor Moderno, pelo seu trabalho ainda a frente da Riachuelo.[26]
Em junho, Flávio decide desistir de sua pré-candidatura por entender que o Brasil passava por um momento turbulento, que não podia flertar com os extremos e convicto de que inspirou aqueles que produzem ou que desejam produzir a ser protagonistas dessa luta política que não se esgota nas eleições de 2018.[27]
Polêmica
[editar | editar código-fonte]Em 2017, o grupo Guararapes envolveu-se em uma polêmica com o Ministério Público do Trabalho, o qual moveu uma ação com valor de 37 milhões de reais sobre o grupo, alegando o não cumprimento de obrigações trabalhistas com os empregados das empresas terceirizadas prestadoras de serviços para o grupo. A ação foi aberta após um levantamento envolvendo mais de 50 empresas ligadas ao programa Pró-Sertão em 12 municípios indicar que os empregados desses fornecedores recebiam menos e tinha menos direitos trabalhistas do que os contratados diretamente pela Guararapes. Do outro lado, Rocha alegou que a ação era uma perseguição do MPT contra sua indústria. Em uma carta aberta, considerou nominalmente a procuradora Ileana Neiva Mousinho como responsável por prejudicar o estado com suas ações, ao forçar a empresa transferir suas operações para outras regiões do país e exterior. Considerou ainda algumas exigências com absurdas e impostas injustamente já que não aplicadas a outros concorrentes. Em apoio à empresa, um grupo de trabalhadores, empresários e representantes de órgãos do estado protestaram com receio que a ação do MPT viesse causar prejuízos e desemprego no sertão potiguar para 62 facções e seus 2.600 empregados por conta do acréscimo de encargos, dificultando a concorrência com o mercado asiático. Em 2016, o movimento do setor na região teria sido de 100 milhões de reais.[28]
A Riachuelo alega que o programa Pró-Sertão atende uma região do semiárido do Rio Grande do Norte com 50 cidades. São 61 oficinas que prestam serviço a 15 marcas. A empresa aderiu ao programa porque as oficinas são obrigadas por lei a cumprir todas as normas trabalhistas previstas por lei. A empresa destaca: “ambiente de trabalho saudável, realização de auditorias periódicas com o objetivo de verificar o cumprimento das leis trabalhistas, tratamento igualitário a fornecedores terceirizados e contratados, além de contratos regulares de prestação de serviço com as oficinas de costura do Rio Grande do Norte”. A iniciativa gerou 5 mil empregos diretos e afetou 50 mil pessoas. Os trabalhadores tiveram carteira assinada (90% deles pela primeira vez). Antes disso, não tinham qualquer trabalho formal.[29]
Em decisão do juiz da 7º Vara do Trabalho de Natal, Alexandre Érico da Silva, a Guararapes foi inocentada e foi negada a multa solicitada pelo MPT. "Vencemos apesar de todos os obstáculos enfrentados. E, a sentença demonstra a idoneidade da empresa e a responsabilidade com o trabalhador norte-rio-grandense", disse Erick Pereira, advogado que atuou na defesa da Guararapes durante a polêmica.
A ação civil pública do MPT tinha como objetivo responsabilizar a gigante têxtil, dona da Riachuelo, quanto aos direitos trabalhistas de empregados das facções de costura terceirizadas. Desde 2017, a ação milionária contra a Guararapes gerou várias manifestações de empresários, políticos e funcionários das pequenas fábricas do interior potiguar.
Fonte: Portal Grande Ponto
Links
[editar | editar código-fonte]- Entrevista com Sônia Racy
- Entrevista ao Estadão
- Entrevista a BBC h
- Entrevista Folha de S.Paulo
- Entrevista Gazeta do Povo
- Entrevista IstoÉ
- https://www.grandeponto.com.br/noticia/justica-nega-multa-de-r-38-mi-e-mpt-perde-acao-contra-guararapes-e-pro-sertao
Referências
- ↑ «Evangélico, Flavio Rocha 'ora' por 'liberal de cabo a rabo'». Folha de S.Paulo. 16 de fevereiro de 2018. Consultado em 10 de fevereiro de 2021
- ↑ «Flavio Gurgel Rocha». FGV CPDOC
- ↑ a b «Dono da Riachuelo lança manifesto em NY». Folha de S.Paulo. 18 de janeiro de 2018
- ↑ «Riachuelo tem lucro maior e lança e-commerce». epocanegocios.globo.com
- ↑ Estadão. «Entrevista». 5 de setembro deo 2015
- ↑ Folha de S.Paulo (27 de março de 2018). «Dono da Riachuelo se filia ao PRB para disputar Presidência»
- ↑ «Flavio Rocha deixa a Riachuelo para disputar a Presidência». Folha de S.Paulo. Uol. 23 de março de 2018. Consultado em 21 de abril de 2018
- ↑ «A 300ª loja da Riachuelo é inaugurada em Natal». www.riachuelo.com.br. Consultado em 12 de junho de 2018
- ↑ «Riachuelo confirma que Flavio Rocha deixa companhia para eleição | EXAME». exame.abril.com.br. Consultado em 12 de junho de 2018
- ↑ «Grupo Guararapes». Riachuelo
- ↑ «Riachuelo». www.riachuelo.com.br. Consultado em 12 de junho de 2018
- ↑ «Melhores e Maiores – As 500 maiores empresas do Brasil». Revista Exame. 11 de agosto de 2017
- ↑ a b «Flávio Rocha lidera campanha por maior protagonismo do empresariado no Brasil – Forbes Brasil»
- ↑ «Grupo Guararapes». www.riachuelo.com.br. Consultado em 25 de janeiro de 2018
- ↑ «Grupo Guararapes - Midway Financeira». www.midwayfinanceira.com.br. Consultado em 25 de janeiro de 2018
- ↑ «Flávio Rocha aponta boicote». Folha de S.Paulo. 9 de agosto de 1994
- ↑ «Flávio Rocha: "O livre mercado é o predador natural da corrupção" | Augusto Nunes». VEJA.com
- ↑ «'O mito do Estado Robin Hood acabou', diz o empresário Flavio Rocha - Política - Estadão». Estadão
- ↑ «Presidente da Riachuelo vê Placar da Previdência 'com profundo pesar' - ISTOÉ Independente». ISTOÉ Independente. 8 de dezembro de 2017
- ↑ «Flavio Rocha is One of the 500 People Shaping the Global Fashion Industry in 2017». The Business of Fashion (em inglês)
- ↑ Guerra, Valeschka M.; Gouveia, Valdiney V. (2007). «Liberalismo / conservadorismo sexual: proposta de uma medida multi-fatorial». Psicologia: Reflexão e Crítica (em inglês) (1): 43–53. ISSN 0102-7972. doi:10.1590/S0102-79722007000100007. Consultado em 6 de maio de 2024
- ↑ «Folha de S.Paulo - Entrevista: "Legalize já (a maconha)", diz Friedman, 92 - 19/06/2005». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 6 de maio de 2024
- ↑ «Flávio Rocha explica movimento "Brasil 200" e pede presidente liberal na economia e conservador nos costumes». Infomoney. 18 de janeiro de 2018
- ↑ «Flávio Rocha: Por um liberal na economia e conservador nos costumes». Valor Econômico
- ↑ «PRB anuncia pré-candidatura de Flávio Rocha à Presidência da República». G1
- ↑ «Os 25 melhores CEOs do Brasil, segundo a Forbes | EXAME». exame.abril.com.br. Consultado em 12 de junho de 2018
- ↑ «Flávio Rocha anuncia retirada da disputa eleitoral e agradece ao MBL». UOL. Consultado em 13 de julho de 2018
- ↑ «Ação trabalhista de R$ 37 milhões contra gigante têxtil gera protestos no RN». G1. 17 de setembro de 2017
- ↑ «Pro Sertão». www.riachuelo.com.br. Consultado em 12 de junho de 2018