Filosofia concreta
A filosofia concreta é o conceito filosófico proposto pelo filósofo francês Gabriel Marcel.[1][2][3]
A metodologia filosófica de Marcel era única, embora tenha alguma semelhança com o existencialismo e a fenomenologia amplamente interpretadas. Ele insistiu que a filosofia começou com uma experiência concreta e não com abstrações. Para esse fim, ele faz uso constante de exemplos para fundamentar as idéias filosóficas que está investigando. O método em si consiste em “trabalhar ... da vida para o pensamento e depois do pensamento para a vida novamente, para que alguém possa tentar lançar mais luz sobre a vida”.[4] Assim, essa filosofia é uma espécie de "descrição que se baseia nas estruturas que a reflexão elucida a partir da experiência".[5][6]
“O que significa filosofar concretamente?” A questão, originalmente posta por Marcel em seu Esboço de uma filosofia concreta (1940), enfoca o estatuto mais próprio da filosofia, bem como o seu modus operandi. Dessa maneira, o filósofo se pergunta pelo “ser” estando ele mesmo imerso no mistério que o ser constitui.[7]
Outras abordagens
[editar | editar código-fonte]Vale mencionar que, No Brasil, o filósofo Mário Ferreira dos Santos nomeou seu sistema de filosofia concreta. Tal abordagem é totalmente distinta da de Marcel. A do brasileiro se caracteriza, sobretudo, pela tentativa de metamatematizar a filosofia, dentro de um critério pitagórico, compreendendo 258 teses com demonstrações análogas às da geometria. Mário tentou sustentar essa abordagem sobre critérios apodíticos, que, a seu ver, eram válidos para todas as ciências.[8]
Referências
- ↑ Du refus à l'invocation, Paris, Gallimard, 1940. (Réédité en 1967 sous le titre Essai de philosophie concrète, Paris, NRF/Gallimard, 1967)
- ↑ Position et approches concrètes du mystère ontologique, introduction par Marcel de Corte. Louvain, E. Nauwelaerts; Paris, Librairie philosophique J. Vrin, 1949
- ↑ Gabriel Marcel interrogé par Pierre Boutang suivi de Position et approches concrètes du mystère ontologique, Paris, J.-M. Place Éditeur, 1977
- ↑ O Mistério do Ser , vol.1, Reflexão e Mistério , traduzido por GS Fraser, Londres: The Harvill Press. p. 41
- ↑ Homo Viator: Introdução a uma Metafísica da Esperança , traduzido por Emma Crawford, Nova York: Harper Torchbooks. p. 180
- ↑ The Stanford Encyclopedia of Philosophy, Gabriel (-Honoré) Marcel Publicado pela primeira vez em 16 de novembro de 2004; revisão substantiva qui 3/03/2016, disponível em https://plato.stanford.edu/entries/marcel/
- ↑ SILVA, Claudinei Aparecido de Freitas da (Org.). Encarnação e Transcendência: Gabriel Marcel, 40 anos depois. Cascavel, PR: EdUNIOESTE, 2014, 153p.
- ↑ «Por que reler Mário Ferreira dos Santos hoje?». link Consultado em 24 de dezembro de 2016. Arquivado do original em 24 de dezembro de 2016