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Estefânia de Beauharnais

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Estefânia
Princesa Francesa
Estefânia de Beauharnais
Retrato por François Gérard, 1807
Grã-Duquesa Consorte de Baden
Período 10 de junho de 1811
a 8 de dezembro de 1818
Antecessor(a) Carolina Luísa de Hesse-Darmstadt
Sucessor(a) Sofia da Suécia
Nascimento 28 de agosto de 1789
  Versalhes, França
Morte 29 de janeiro de 1860 (70 anos)
  Nice, França
Nome completo Estefânia Luísa Adriana
Cônjuge Carlos II de Baden
Descendência Luísa Amélia de Baden
Josefina de Baden
Alexandre de Baden
Maria Amélia de Baden
Casa Beauharnais (por nascimento)
Zähringen (por casamento)
Pai Claude de Beauharnais
Mãe Claudine de Lézay-Marnézia
Religião Catolicismo

Estefânia Luísa Adriana de Beauharnais (em francês: Stéphanie Louise Adrienne; Versalhes, 28 de agosto de 1789Nice, 29 de janeiro de 1860), foi uma princesa francesa, a esposa do grão-duque Carlos II e Grã-Duquesa Consorte de Baden de 1811 até 1818. Filha de Claude de Beauharnais, 2º Conde de Roches-Baritaud e de sua esposa, Claudine Lézay-Marnézia, Estefânia foi adotada por Napoleão Bonaparte e sua esposa, Josefina de Beauharnais em 1806, tornou-se assim Princesa do Império Francês.

Nascida em Versalhes no início da Revolução Francesa, Estefânia era bisneta de Claude de Beauharnais e Renée Hardouineau, que se casaram em La Rochelle em 1713. O filho mais velho do casal era François de Beauharnais, marquês de la Ferte-Beauharnais que foi governador de Martinique. O seu filho mais novo era Claude de Beauharnais, 1.º conde des Roches-Baritaud, que era o avô paterno de Estefânia.

Claude casou-se em 1753 com Marie Anne Françoise Mouchard, conhecida no mundo da poesia como Fanny de Beauharnais. O seu filho mais velho era Claude de Beauharnais, 2.º conde des Roches-Baritaud. Em 1783, o segundo conde casou-se com Claude Françoise de Lezay. Deste casamento nasceram o seu irmão mais velho, Alberic de Beauharnais, e da própria Estefânia. O seu pai voltou a casar-se em 1799 com Suzanne Fortin-Duplessis. Deste casamento nasceu a meia-irmã de Estefânia: Joséphine de Beauharnais, marquesa de Quiqueran-Beaujeu.[1]

Subida ao poder de Napoleão Bonaparte

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Contudo, seria outra Josefina que iria definir o destino da sua família. A 13 de dezembro de 1779, o visconde Alexandre de Beauharnais, primo direito do seu pai, casou-se com Joséphine Tascher de la Pagerie. A 23 de julho de 1794, Alexandre foi guilhotinado. Josefina teve casos com várias figuras influentes do governo francês, incluindo Paul François Jean Nicolas Barras que a apresentou a um dos seus favoritos, Napoleão Bonaparte. Napoleão começou a cortejá-la pouco depois. A 9 de março de 1796, os dois casaram-se.

O general Napoleão tornou-se então padrasto dos dois filhos de Josefina: Eugénio de Beauharnais e Hortênsia de Beauharnais, primos em segundo-grau de Estefânia. Como a sua influência e riqueza continuaram a aumentar, Napoleão acabou por tornar-se o chefe de família tanto dos Bonaparte como dos Beauharnais. Pouco depois Estefânia viu o novo membro da sua família a tornar-se primeiro cônsul da França.

O seu "tio" coroou-se imperador da França a 2 de dezembro de 1804. Como membro proeminente da família imperial, Estefânia residia no Palácio das Tulherias. O seu novo estatuto permitia-lhe viver uma vida bastante luxuosa. Contudo, não faltava muito para que ela tivesse de deixar o palácio e o país.

Diadema de Estefânia
Estefânia em seu Leito de morte, única fotografia conhecida da mesma,

Em consequência do esforço de Napoleão para assegurar uma aliança com o príncipe-eleitor de Baden, foi arranjado um casamento entre os descendentes de ambos os soberanos com o objectivo de unir as duas dinastias. O príncipe-eleitor escolheu o seu neto, o príncipe Carlos. No entanto, Napoleão não tinha descendentes legítimos, por isso decidiu adotar oficialmente Estefânia como sua filha, conferindo-lhe o título de "Princesse Française" ("Princesa Francesa"), com o tratamento de Alteza Imperial. O casamento celebrou-se em Paris, a 8 de abril de 1806. A 25 de julho, o título do avô do seu novo marido foi elevado para grão-duque de Baden e seria ele a liderar a Confederação do Reno.

Segundo a maior parte dos testemunhos, o casamento não teve grande sucesso. O seu marido estava determinado a continuar a sua vida de solteiro, escolhendo Karlsruhe como sua residência oficial. Estefânia teve permissão para residir separadamente em Mannheim. Nem as queixas oficiais do imperador francês resolveram a situação. O grão-duque (avô de Carlos) ofereceu Schwetzingen para se tornar a residência comum do casal, mas apenas Estefânia aceitou a proposta. A situação mudou ligeiramente quando se tornou evidente que o grão-duque estava a envelhecer e não ia viver por muito mais tempo. O casal ter-se-à reconciliado para conseguir gerar um herdeiro.

A 10 de junho de 1811, o marido de Estefânia, Carlos, sucedeu o avô como grão-duque de Baden. O casal teve cinco filhos:

Entre os seus descendentes encontram-se os antigos reis da Roménia e o antigo rei Pedro II da Jugoslávia, bem como o atual rei Alberto II da Bélgica, grão-duque Henrique do Luxemburgo e o príncipe Alberto II do Mónaco.

O grão-duque morreu a 8 de dezembro de 1818 e Estefânia ficou viúva o resto da sua longa vida. Terá sido uma mãe atenciosa para as suas três filhas. A sua residência em Mannheim tornou-se um popular salão para artistas e intelectuais. Estefânia morreu em Nice, na França, aos setenta e um anos de idade, em 1860, quarenta e um anos depois da morte do marido.

Referências

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