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Enkrateia

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Xenofonte foi um dos primeiros a escrever sobre enkrateia.

Enkrateia (do grego ἐγκράτεια, "no poder (de si mesmo)") tem origem no adjetivo enkratês (ἐγκρατής de ἐν (en, “em”) κράτος (krátos, “poder”) que significa possessão, poder sobre algo ou alguém. Foi durante a vida de Sócrates, no dialeto ático, que três de seus discípulos, Isócrates, Xenofonte e Platão, transformaram o adjetivo Enkratês no substantivo Enkrateia e deram um diferente significado: com eles, Enkrateia deixa de significar poder sobre algo ou alguém e passa a significar poder sobre si mesmo, poder sobre suas paixões e instintos, autocontrole.[1] Enkrateia, para Aristóteles é o antônimo de akrasia (ἀκρασία de ἀ, sem κράτος, poder, controle) que significa "falta de comando (sobre si mesmo)", falta de autocontrole.[2] Nesse sentido, Enkrateia é o estado de fazer o que é sabido ser uma escolha positiva por causa de suas consequências positivas ao contrário de akrasia que é o estado de fazer o que é sabido não ser uma escolha positiva (por causa de suas consequências negativas) mas ainda assim fazê-lo por causa de seus prazeres imediatos.[3]

Para Xenofonte, Enkrateia não é uma virtude particular, mas "a base de todas as virtudes".[4]

  1. Jaeger, W. (1943) Paideia: The Ideals of Greek Culture. Volume 2: In Search of the Divine Centre. New York and Oxford: Oxford University Press. pp 52-57
  2. http://plato.stanford.edu/entries/aristotle-ethics/#Akr
  3. Akrasia in Greek Philosophy: From Socrates to Plotinus (2007) Christopher Bobonich and Pierre Destrée (ed.) Brill. p. 9
  4. Jaeger, W. (1943) Paideia: The Ideals of Greek Culture. Volume 2: In Search of the Divine Centre. New York and Oxford: Oxford University Press. p. 54