Elevador da Estrela
Elevador da Estrela | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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O Elevador da Estrela, em Lisboa, Portugal, também conhecido por Ascensor Estrela-Camões, Elevador de São Bento et c., funcionou entre 1890 e 1913. Era um sistema de transporte público de passageiros em carros tracionados por cabo sem-fim subterrâneo, rodando sobre carris-ranhura encastrados na via pública. Foi projetado por Raoul Mesnier de Ponsard,[1] e funcionou entre 1890 e 1913, gerido pela Nova Companhia dos Ascensores Mecânicos de Lisboa, tendo sido adquirido (em 1913), e substituído (em 1915), pela Carris.
O sistema era também informalmente conhecido por “Mata Cães”, devido às frequentes vítimas que causava,[2] e também por “Maximbombo” (nomeadamente, por Maximbombo da Estrela[3][4]), corruptela de machine pump,[5] a bomba de acetileno que propulsionava o mecanismo de fixação ao cabo a bordo de cada carro-guia.
O trajeto apresentava um perfil em "U", ao invés dos declives simples mais habituais nestes meios de transporte: Ligava a Praça Luís de Camões ao Largo da Estrela, passando na Calçada do Combro, nos Poiais de São Bento, e pelo Palácio de São Bento. No cruzamento da Calçada da Estrela com a Rua de São Bento, cruzava, desde a sua construção em 1901, a linha de elétricos da CCFL que ligava o Conde Barão ao Rato (à época, carreiras 22-23).[6] Tinha paragem comum com a estação superior do Elevador da Bica, da mesma empresa, e correspondência com a concorrente CCFL no Camões (paragem e terminal do “Largo das Duas Igrejas”, ao Chiado), bem como efemeramente com camionagem suburbana (na Estrela, para Sete Rios e Benfica).
O Elevador da Estrela deixou de funcionar a 3 de julho de 1913; o encerramento deu-se na sequência da aquisição pela Companhia Carris de Ferro de Lisboa da Nova Companhia dos Ascensores Mecânicos de Lisboa. O canal e o trilho foram posteriormente integrados na rede de elétricos da CCFL, que reinaugurou o serviço, agora em unidades eletroviárias motorizadas, em 1915, prolongado em 1936 ao Cemitério dos Prazeres. Este percurso corresponde desde 1991 a um troço da carreira 28E.
Referências
- ↑ O. Correia: p.32
- ↑ Price (1972): p.22
- ↑ A.M.F.: p. 57
- ↑ «O que era o machimbombo da Estrela». Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. 29 de junho de 2015. Consultado em 16 de abril de 2021
- ↑ Cp. Dicionário Priberam. O étimo será proveniente de anglicismo em uso na N.C.A.M.L., ainda que à data esta companhia usasse principalmente tecnologia alemã e tivesse sido fundada por um luso-francês, Raul Ponsard. Este termo foi generalizado para outros meios de transporte não dotados de qualquer machine pump, tendo-se tornado sinónimo genérico de transporte público coletivo em Angola e Moçambique — este último uso conferiu à palavra uma etimologia apócrifa bantu. É por vezes também grafado / pronunciado *"machimbombo" [ĩ]. Compare-se com "maxambomba", neologismo similar de etimologia idêntica criado décadas antes no Recife, Brasil.
- ↑ Como se vê nesta foto da época.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- João Manuel Hipólito Firmino da Costa: “Um caso de património local: A tomada de Lisboa pelos ascensores” Universidade Aberta: Lisboa, 2008.
- Octaviano Correia: “Do Pombal ao Bom Jesus de Braga” Jornal da Madeira / Revista Olhar 2007.09.08
- A. M. F.: “A Morte do Maximbombo” Ilustração Portugueza 386 (1913.07.14): p. 57-61
- J. H. Price: The Tramways of Portugal : A Visitor’s Guide Light Railway Transport League: London, 1972 (2nd ed.) ISBN 0-900433-43-4 (3.ª ed. de 1974 com capa re-impressa e texto atualizador nas contra-capas).
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Informações de Ernst KERS, em inglês