Eleições estaduais no Rio de Janeiro em 1990
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Eleições estaduais no Rio de Janeiro em 1990 | ||||
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3 de outubro de 1990 (Decisão em primeiro turno) | ||||
Candidato | Leonel Brizola | Jorge Bittar | ||
Partido | PDT | PT | ||
Natural de | Carazinho, RS | Santos, SP | ||
Vice | Nilo Batista | Antônio Houaiss | ||
Votos | 3.521.206 | 1.040.227 | ||
Porcentagem | 60,88% | 17,98% | ||
Candidato mais votado por município no 1º turno (70):
Brizola (68) | ||||
Titular Eleito | ||||
As eleições estaduais no Rio de Janeiro em 1990 aconteceram em 3 de outubro como parte das eleições gerais em 26 estados e no Distrito Federal. Foram eleitos o governador Leonel Brizola, o vice-governador Nilo Batista e o senador Darcy Ribeiro, além de 46 deputados federais e 70 estaduais num pleito decidido em primeiro turno.[1] Segundo a Constituição, o governador foi eleito para um mandato de quatro anos com início em 15 de março de 1991 sem direito a reeleição.[nota 1]
Natural de Carazinho, o engenheiro civil Leonel Brizola formou-se na Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1949. Filiado ao PTB desde 1945, elegeu-se deputado estadual em 1947 e 1950. Derrotado por Ildo Meneghetti na eleição para prefeito de Porto Alegre em 1951, afastou-se da lida parlamentar para assumir a Secretaria de Obras no governo Ernesto Dorneles e em 1954 foi eleito deputado federal. No ano seguinte venceu a eleição para a prefeitura da capital gaúcha e venceu a disputa pelo governo do Rio Grande do Sul em 1958.[2] Cunhado de João Goulart, liderou a Campanha da Legalidade em favor da posse do mesmo como presidente da República após a renúncia de Jânio Quadros em 1961.[3]
Transferiu seu domicílio eleitoral para a Guanabara e elegeu-se deputado federal pelo respectivo estado em 1962.[4] Adversário do Regime Militar de 1964, foi cassado pelo Ato Institucional Número Um e partiu para o exílio no Uruguai até ser expulso do país, fixando-se entre os Estados Unidos e Portugal até sua volta ao Brasil em 1979 quando o presidente João Figueiredo sancionou Lei da Anistia.[5] Derrotado por Ivete Vargas na disputa pela sigla do PTB,[6] reuniu seus correligionários e fundou o PDT, legenda na qual elegeu-se governador do Rio de Janeiro em 1982 e foi candidato a presidente da República em 1989. Retornou ao governo fluminense em 1990, mas renunciou ao Palácio Guanabara meses antes da eleição presidencial de 1994.[3]
Potiguar de Natal, o advogado Nilo Batista formou-se pela Universidade Federal de Juiz de Fora em 1966 e quatro anos depois tornou-se promotor de justiça na Guanabara. Professor da Universidade Candido Mendes e procurador de Justiça substituto no governo Chagas Freitas, trabalhou no escritório de advocacia de Heleno Fragoso e lecionou também na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Mestre em Direito Penal pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1978, tornou-se conselheiro e depois presidente da seccional fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil e assessorou o conselho federal da mesma. Filiado ao PDT, foi nomeado secretário de Polícia Civil pelo governador Leonel Brizola em julho de 1986. Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, foi eleito vice-governador do estado em 1990 acumulando também o cargo de secretário da Justiça e interinamente o de secretário de Polícia Civil durante o segundo mandato de Leonel Brizola. Assumiu o governo do Rio de Janeiro em abril de 1994 quando o titular renunciou para candidatar-se a presidente da República.[7]
Resultado da eleição para governador
[editar | editar código-fonte]Candidatos a governador do estado | Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Leonel Brizola PDT |
Nilo Batista PDT |
(PDT, PCdoB, PCB) |
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Jorge Bittar PT |
Antônio Houaiss PT |
(PT, PSB) |
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Nelson Carneiro PMDB |
Rockfeller de Lima PFL |
(PMDB, PFL, PTB, PRN, PDS, PDC) |
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Ronaldo Cezar Coelho PSDB |
Carlos Lessa PSDB |
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Fontes:[1][nota 2] |
Resultado da eleição para senador
[editar | editar código-fonte]Candidatos a senador da República | Candidatos a suplente de senador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Darcy Ribeiro PDT |
Doutel de Andrade PDT Abdias do Nascimento PDT |
(PDT, PCdoB, PCB) |
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Técio Lins e Silva PSDB |
Gilberto Braga Machado PSDB Hildete Hermes de Araújo PSDB |
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Milton Temer PT |
- | (PT, PSB) |
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Francisco Amaral PMDB |
Álvaro Fernandes PTB Celso Peçanha PRN |
(PMDB, PFL, PTB, PRN, PDS, PDC) |
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Vicente Mattos PTdoB |
- | (PTdoB, PSC) |
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Fontes:[1][nota 2] |
Deputados federais eleitos
[editar | editar código-fonte]São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.
Representação eleita
PDT: 19PFL: 5PTB: 4PT: 3PDS: 2PL: 2PMDB: 2PRN: 2PDC: 2PCB: 1PTR: 1PSDB: 1PCdoB: 1PSB: 1
FonteːTSE[1]
Deputados estaduais eleitos
[editar | editar código-fonte]No Rio de Janeiro foram eleitos setenta (70) deputados estaduais.
Representação eleita
PDT: 21PMDB: 9PT: 7PFL: 6PDC: 4PRN: 4PTB: 3PTR: 3PL: 3PSDB: 3PDS: 2PMN: 2PCB: 1PST: 1PNT: 1
FonteːTSE[1]
Notas
- ↑ A data da posse dos governadores eleitos em 1990 foi determinada pelo Art. 4º, § 3º do Ato das Disposições Constituições Transitórias, exceto no Amapá, Distrito Federal e Roraima, que empossaram seus mandatários em 1º de janeiro de 1991 conforme o Art. 28 da Carta Magna.
- ↑ a b Em 1990, o Partido Socialista lançou uma chapa para concorrer às eleições no Rio de Janeiroː Jussara Guimarães (governadora), Samuel Aguiar (vice-governador) e Jasiel Santana (senador), mas a chapa foi impugnada.
- ↑ Eleito prefeito do Rio de Janeiro em 1992, renunciou ao mandato parlamentar em prol de Marino Clinger.
- ↑ O caso dos Anões do Orçamento resultou nas cassações de Fábio Raunheitti e do suplente Feres Nader, motivos pelos quais efetivaram Messias Soares.
- ↑ Faleceu em 29 de setembro de 1991 e em seu lugar foi efetivado Laerte Bastos.
- ↑ Faleceu em 2 de setembro de 1993 e em seu lugar foi efetivado Paulo Ramos.
- ↑ Durante sua passagem como ministro da Saúde do Governo Itamar Franco, foi substituído na Câmara dos Deputados por Cyro Garcia.
- ↑ Efetivados no curso da legislatura, Laerte Bastos, Marino Clinger e Paulo Ramos foram originalmente convocados para a Câmara dos Deputados porque o governador Leonel Brizola nomeou parlamentares para a sua equipe. Por esta mesma razão foram convocados outros suplentes do PDT, mas nenhum foi efetivado, a saber: Eduardo Mascarenhas, Edésio Frias e Lysâneas Maciel.
- ↑ Não confundir com o produtor musical Deeplick.
- ↑ Homônimo do político goiano Paulo César Martins.
- ↑ Faleceu em Niterói vítima de infecção generalizada em 3 de novembro de 1991, resultando na efetivação de Roberto Cid.
- ↑ Não foi possível determinar em qual cidade nasceu, mas ao chegar ao Brasil obteve a cidadania brasileira.
- ↑ Não confundir com o político Aluísio de Castro ou com o médico Aloísio de Castro.
Referências
- ↑ a b c d e f g BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Eleições de 1990». Consultado em 8 de abril de 2024
- ↑ BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Eleições de 1958». Consultado em 8 de abril de 2024
- ↑ a b BRASIL. Fundação Getúlio Vargas. «Biografia de Leonel Brizola no CPDOC». Consultado em 8 de abril de 2024
- ↑ BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Leonel Brizola». Consultado em 7 de setembro de 2020
- ↑ BRASIL. Presidência da República. «Lei nº 6.683 de 28/08/1979». Consultado em 7 de setembro de 2020
- ↑ Redação (13 de maio de 1980). «TSE dá sigla do PTB a Ivete por cinco votos contra um. Primeiro Caderno, Política e Governo – p. 04». bndigital.bn.gov.br. Jornal do Brasil. Consultado em 8 de abril de 2024
- ↑ BRASIL. Fundação Getúlio Vargas. «Biografia de Nilo Batista no CPDOC». Consultado em 7 de setembro de 2020
- ↑ BRASIL. Câmara dos Deputados. «Página oficial». Consultado em 8 de abril de 2024
- ↑ a b BRASIL. Presidência da República. «Lei nº 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 8 de abril de 2024