Dominguiso
| ||||
---|---|---|---|---|
Freguesia | ||||
Igreja Paroquial do Dominguiso | ||||
Gentílico | Dominguisense | |||
Localização | ||||
Localização de Dominguiso em Portugal | ||||
Coordenadas | 40° 12′ 40″ N, 7° 31′ 32″ O | |||
Região | Centro | |||
Sub-região | Beiras e Serra da Estrela | |||
Distrito | Castelo Branco | |||
Município | Covilhã | |||
Código | 050309 | |||
Administração | ||||
Tipo | Junta de freguesia | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 4,95 km² | |||
População total (2021) | 1 018 hab. | |||
Densidade | 205,7 hab./km² | |||
Código postal | 6200-513 | |||
Outras informações | ||||
Orago | Divino Espírito Santo |
Dominguiso (antigamente Dominguizo, versão que surge ainda em vários documentos oficiais) é uma povoação portuguesa sede da Freguesia de Dominguiso do Município da Covilhã, freguesia com 4,95 km² de área[1] e 1018 habitantes (censo de 2021)[2], tendo, por isso, uma densidade populacional de 205,7 hab./km².
Localização
[editar | editar código-fonte]Situa-se nas franjas da Serra da Estrela, mirando a Gardunha, e tendo o Rio Zêzere a seus pés.
Lugares da freguesia
[editar | editar código-fonte]- São Sebastião
- Pinho Manso
- Cimo do Povo
- Fonte Velha
- Quintarola
- Adro
Demografia
[editar | editar código-fonte]Nota: nos anos de 1911 e 1920 esteve anexada à freguesia de Tortosendo. Pelo decreto nº 12.541, de 22/10/1926, esta freguesia foi desanexada, ficando a constituir uma freguesia autónoma (Fonte: INE).
A população registada nos censos foi:[2]
|
Distribuição da População por Grupos Etários[4] | ||||
---|---|---|---|---|
Ano | 0-14 Anos | 15-24 Anos | 25-64 Anos | > 65 Anos |
2001 | 175 | 176 | 629 | 208 |
2011 | 160 | 103 | 607 | 249 |
2021 | 133 | 99 | 487 | 299 |
Topónimo
[editar | editar código-fonte]Da origem do nome de Dominguizo. Quanto ao topónimo existem três versões:
- Segundo o Dr. Alexandre Carvalho Costa, em "Lendas, Historietas, Etimologias Populares e outras etimologias respeitantes a Cidades, Vilas, Aldeias e Lugares de Portugal Continental", baseia este topónimo "no facto de no português proto-histórico existem apelidos de homem DOMINIGUIZ e DOMINGUIZ (vidé Onomástico de A. A. Cortezão). Este último "Dominguiz", encontra-se ainda no Português-Histórico, em documentos do Séc. XIV, a par de DOMINGOS (vidé Antroponimia Portuguesa de Leite de Vasconcelos). O étimo de Dominguiso é, pois, a forma arcaica Dominguez.
DOMINGUEZ > DOMINGUIZ > DOMINGUISO
- A antiga ainda não freguesia, conhecida por Divino Espírito Santo era anexa ao priorato de S. João do Monte in Colo, passaria mais tarde a Freguesia com o título de Vigaria. Não tendo Igreja e como o Povo era Cristão, tinha o hábito de ir todos os Domingos à missa. Para tal, dirigia-se a Alcaria, povoação mais próxima. Os habitantes de Alcaria começaram a chamar "DOMINGUEIROS" àqueles estranhos que todos os Domingos invadiam a sua Igreja. Mais tarde este povo viria a ser conhecido como DOMINGUEIRO e mais tarde ainda, como DOMINGUISO.
- Nova versão diz respeito aos lacticínios, em especial devido à quantidade de queijo da serra lá produzido. Teria havia o "Senhor dos Queijos".
DOMINUS QUESUM > DOMINOGUESO > DOMINGUISO
História
[editar | editar código-fonte]O Dominguiso é a terra de "Farrapeiros" que outrora, palmilhavam caminhos, em busca de trapo ou roupa velha, que esfarrapavam, para construir fio novo.
Farrapeiro - o mesmo que adelo (deriva da palavra Árabe ad-dallal), negociantes que compram e vendem roupas velhas, papéis, ferro-velho, metais, peles, cera, objectos usados e outros, ou seja, todo o tipo de material que possa ser reciclado e/ou reutilizado.
A recliclgem no Dominguizo, já se fazia em "1940".
Igualmente, se fazia aproveitamento de sucatas, metais, e borracha virgem.
A onze quilómetros da sede do concelho, a freguesia do Dominguiso encontra-se nas faldas da Serra da Estrela, perto da margem direita do rio Zêzere.
Em termos administrativos, o Dominguiso pertenceu até 2 de Novembro de 1926 ao Tortosendo, tendo, a partir daí, constituído freguesia independente, embora também já tivesse sido paróquia nos séculos anteriores.
Em termos patrimoniais, destaca-se a capela de São Sebastião, tendo esta sido a primeira igreja paroquial da freguesia, antes da construção do actual templo matriz, em 1786, em honra do Divino Espírito Santo. O campanário, muito mais recente, é de 1922. No interior, podem ver-se algumas imagens sagradas, sendo as mais valiosas as do Imaculado Coração de Maria, Nossa Senhora da Conceição, Sagrado Coração de Jesus, Senhor dos Passos, Sagrada Família e São Sebastião. A igreja tem dois altares, um dedicado a nossa Senhora da Conceição e outra a Nossa Senhora do Rosário. Sem altar, estão as imagens de Nossa Senhora de Fátima e a de Nossa Senhora do Bom Parto.
Dominguiso é uma terra virada para o comércio, em contraste com a generalidade das freguesias vizinhas, essencialmente agrícolas. Em relação à sua economia, destaca-se então o comércio e alguns sectores industriais, como a indústria de confecção, a construção civil e a reciclagem de trapos.
Em relação à reciclagem de trapos, de notar que esta é a sucessora de uma actividade que, no passado, ocupava a grande maioria da população. A figura típica do farrapeiro, com o saco às costas e o habitual "pregão" ("Farrapo, peles, cera!"), entretinha os mais novos. Famoso era o Senhor Ezequiel, por volta da década de 1950, pessoa sempre ligada ao comércio, sendo um dos embaixadores de Dominguiso. A actividade, naturalmente, diversificou-se e actualmente existem ainda alguns Farrapeiros no Dominguiso, mas já mais modernizados e virados para o futuro.
A fisionomia actual da povoação, é-nos descrita por um suplemento do "Jornal do Fundão", de Julho de 1989, totalmente dedicado a esta freguesia: "A paisagem da localidade, em termos de habitações, é quase inenarrável: uma linha de construções novas, de cores fortes e variadas, risca o aglomerado ao meio. De um lado e do outro salvam-se poucas referências de construções típicas da região (…) Existe apenas um núcleo central, com habitações de traço antigo, alvenaria à mostra, balcões e janelas de madeira, de guilhotina, típicas da região. Mas, ao que nos disseram, os habitantes de Dominguiso têm orgulho no conjunto de habitações e vivendas, de todos os gostos e variedades, que se estende ao longo da estrada municipal.
Foi 1.ª Viscondessa de Dominguizo Teodora Alexandrina de Almeida Pais Castelo Branco, um título que lhe foi concedido por D. Luís I de Portugal por Decreto de 2 de Agosto e Carta de 7 de Setembro de 1871 em homenagem à memória do seu falecido marido e primo, José Augusto de Oliveira de Lima Pais Castelo Branco, e ao facto de ser a referida senhora uma beneficiária, protectora dos pobres e das crianças órfãs e abandonadas. O seu magnífico solar, a Casa do Espírito Santo, brasonado e conhecido como o palácio da Viscondessa, é uma das mais importantes construções da freguesia.
Na base desta família, Silvestre João Pais Castelo Branco, riquíssimo proprietário desta terra, que muitos apelidavam de "Dono do Dominguiso". Chega a dizer-se que este abastado nobre "ia de casa ao Fundão por terras só dele". Deixou tudo a uma sobrinha solitária, que as teria de deixar aos seus sobrinhos.
A ponte sobre o rio Zêzere é obra reivindicada pelas populações há mais de cinquenta anos e que se concretizou nos princípios dos anos 90. (in Freguesia do Dominguizo pela Câmara Municipal da Covilhã)
Atividades económicas
[editar | editar código-fonte]- Construção civil
- Reciclagem de trapos
- Comercialização de Vinho e cerejas da Quinta São Tiago
Festas e romarias
[editar | editar código-fonte]- São Sebastião (Julho/Agosto)
- Divino Espírito Santo (3º Domingo de Agosto)
- Farrapeiros (Último fim de semana de Junho)
Festivais Musicais
[editar | editar código-fonte]- Rock In Zêzere
- Free Mind Festival (Realizado Anualmente durante o mês de Julho)
Gastronomia
[editar | editar código-fonte]- Bolo Xadrez
- Papas de Milho
Vinicultura
[editar | editar código-fonte]- Tranca da Barriga (Quinta de S.Tiago):
- Tinto Roriz
- Tinto Monocasta
- Branco
- Rosé
- Ginja
- Geropiga
- Vinho Tinto e Braco Maduro | JBR
- Aguardente | JBR
- Génépi
Coletividades
[editar | editar código-fonte]- Associação de Caça, Pesca e Tiro de Dominguiso
- Associação Farrapeiros
- Sport Lisboa e Águias do Dominguiso
- Vivênciar -Associação de Desenvolvimento Social
- AAD - Associação Amigos do Dominguiso
Património
[editar | editar código-fonte]- Casa do Espírito Santo, Casa dos Castelo Branco, Palácio da Viscondessa ou Casa Neves
- Chafariz Público ou Fonte Nova e Fonte Velha
- Estátua do Farrapeiro
- Igreja Paroquial de Dominguiso
- Capela de São Sebastião
- Parque fluvial do rio Zêzere
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Contribuição para uma monografia "A mudança em Dominguiso" de Maria da Graça Sardinha (1995)
Referências
- ↑ «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 10 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013
- ↑ a b Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos»
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
- ↑ INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- WikiMapia http://WikiMapia.org/#lat=40.2103924&lon=-7.5261712&z=16&l=9&m=a&v=2
- Dominguiso (C.M.Covilhã) http://www.cm-covilha.pt/simples/?f=2412
- Dominguiso ou Dominguizo http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=17475&
- Dominguiso https://web.archive.org/web/20050907214111/http://dominguiso.paginas.sapo.pt/index.html