Alta subtropical
Alta subtropical ou crista subtropical é um sistema de alta pressão semipermanente situado sobre os grandes oceanos do planeta e próximo ao paralelo 30° de ambos os hemisférios. O ar em seu centro tende a ir para as bordas num sentido anticiclônico, ou seja, horário no hemisfério norte ou anti-horário no hemisfério sul.[1]
Formação
[editar | editar código-fonte]As altas subtropicais, tais como os outros tipos de anticiclones, são percebidas nas representações de pressão sobre a superfície em cartas sinóticas através de uma ou mais isóbara delimitando uma área com maior pressão em relação a sua volta. Sua formação se inicia no ar quente e úmido das regiões equatoriais.[1] Esse ar, ao atingir a troposfera, desloca-se em direção aos polos e passa por resfriamento durante o transporte, além de se tornar mais seco e denso e, portanto, propício à subsidência.[1][2]
Quando chega próximo à latitude de 30°, a chamada latitude dos cavalos, a subsidência é influenciada pela circulação de massas de ar descendentes:[1][2] o ar seco é forçado a descer e, ao mesmo tempo, a atmosfera se aquece e a umidade relativa diminui, impedindo a formação de instabilidades.[1] A força exercida pelo ar descendente é o que gera a elevação da pressão sobre a superfície.[2] A radiação solar absorvida nos trópicos, que é superior à perda de radiação infravermelha, gera um acúmulo de energia, enquanto que nos polos acontece o contrário. Dessa forma, o ar mais quente nos trópicos induz os ventos a se convergirem dos hemisférios para as regiões próximas da linha do equador, sob influência do gradiente de pressão e da rotação da Terra por meio da força inercial de Coriolis.[1]
A chamada circulação de Hadley, por sua vez, é o principal fator determinante da variação latitudinal das altas subtropicais.[3] Como parte de tal ciclo, os ventos gerados pelos anticiclones se tornam alísios ao retornarem à região da linha do equador e a convergência deles origina a zona de convergência intertropical (ZCIT).[1] Esta determina a oscilação norte–sul dos anticiclones semipermanentes.[4]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c d e f g Degola 2013, p. 1–4
- ↑ a b c Reboita, Michelle Simões; Krusche, Nisia; Ambrizzi, Tércio; Rocha, Rosmeri Porfírio da (2012). «Entendendo o Tempo e o Clima na América do Sul». Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Terræ Didatica: 36. Consultado em 1 de janeiro de 2020. Cópia arquivada em 1 de janeiro de 2020
- ↑ Degola 2013, p. 62
- ↑ Degola 2013, p. 20
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Degola, Thiago Souza Dias (2013). «Impactos e variabilidade do anticiclone subtropical do Atlântico sul sobre o Brasil no clima presente e em cenários futuros» (PDF). Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG). Consultado em 1 de janeiro de 2020. Cópia arquivada (PDF) em 1 de janeiro de 2020