Saltar para o conteúdo

Clépton

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Anfíbio do gênero Pelophylax (Pelophylax lessonae)

Clépton, ou klepton (abreviado kl.), é uma classificação biológica para-específica utilizada para descrever as populações animais que resultam do processo de hibridogénese entre duas espécie próximas simpátricas, podendo ser definido como uma comunidade de populações com um genoma híbrido derivado das mesmas espécies parentais, que existe em dependência reprodutiva de espécies simpátricas que desempenham o papel de hospedeiro sexual.[1] Sendo uma forma específica de híbrido, resultado de uma forma de partenogénese, a manutenção de uma população de cleptónica requere o contributo genético permanente das espécies parentais em cada ciclo reprodutivo. O termo é derivado do grego κλέπτω – klepto, particípio neutro de kleptein, "roubar",[2] uma alusão ao genoma obtido de outra espécie.

Cléptons são populações que requerem a contribuição genética de outro taxon para completar o seu ciclo reprodutivo, dependendo em cada geração da repetição de um ciclo de hibridogénese hemiclonal. Os cléptons podem ainda ser classificados como sincléptons.

Quanto à forma de reprodução, os cléptons são considerados como: (1) zigocléptons, quando resultam de um processo de zigogénese; (2) ginocléptons quando resultem de um processo de ginogénese; e (3) ticocléptons, quando se reproduzem por uma combinação de ambos os sistemas.[3][4]

Esta forma de partenogénese foi identificada em espécies de anfíbios dos géneros Pelophylax e Ambystoma[3] e entre peixes vivíparos do género Poeciliopsis.[5] Os casos mais conhecidos ocorrem entre algumas espécies de rãs-verdes do complexo específico Pelophylax ssp.:

Notas

  1. Manuel Polls Pelaz, "The Biological Klepton Concept (BKC)". Alytes, volume 8, fascicle 3, 1990, pp. 75 - 89.
  2. Gordh, Gordon; Headrick, David (2011), A Dictionary of Entomology 2 ed. , CABI, Klepton, p.769 
  3. a b Dubois, Alan (abril de 2010), «Cópia arquivada» (PDF), TAPROBANICA, ISSN 1800-427X, 02 (01): 9–10, consultado em 6 de julho de 2014, cópia arquivada (PDF) em 28 de junho de 2012 
  4. Dubois, Alain (1 de janeiro de 2011). «Species and "strange species" in zoology: Do we need a "unified concept of species"?». Comptes Rendus Palevol. 10 (2-3). doi:10.1016/j.crpv.2011.01.002 
  5. Vrijenhoek, J M; Avise, J C; Vrijenhoek, R C (1 de janeiro de 1992). «An Ancient Clonal Lineage in the Fish Genus Poeciliopsis (Atheriniformes: Poeciliidae)». Proceedings of the National Academy of Sciences. 89 (1): 348–352. Bibcode:1992PNAS...89..348Q. ISSN 0027-8424. doi:10.1073/pnas.89.1.348. Consultado em 30 de março de 2012 
  6. «Graphical representation». tolweb.org 
  7. Beukeboom, L. W; Vrijenhoek, R. C (1 de novembro de 1998). «Evolutionary genetics and ecology of sperm‐dependent parthenogenesis». Journal of Evolutionary Biology. 11 (6): 755–782. ISSN 1420-9101. doi:10.1046/j.1420-9101.1998.11060755.x 
  • Dubois, A.; Günther, R. (1982), «Klepton and synklepton: two new evolutionary systematics categories in zoology», Zoologische Jahrbucher, Abteilung für Systematik, Ökologie & Biologie der Tiere, 109: 290–305 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]