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Tema Cibirreota

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θέμα Κιβυρραιωτῶν
Tema Cibirreota
Tema do(a) Império Bizantino
731/732-século XII


Temas bizantinos em 950, mostrando o Tema Cibirreota em verde na parte sul da Anatólia.
Capital Antália
Líder estratego

Período Idade Média
731/732 Estabelecimento do tema
século XII Abolição por Manuel I Comneno

O Tema Cibirreota, mais corretamente chamado de Tema dos Cibirreotas (em grego: θέμα Κιβυρραιωτῶν; romaniz.: Théma Kivyrraiotón) foi um tema (província civil-militar) bizantina que abrangia a costa sul da Ásia Menor a partir do século VIII até o final do século XII. Como o primeiro e mais importante tema naval do Império Bizantino, sua função principal era prover navios e tripulações para a marinha bizantina.

Os cibirreotas (em grego: - "homens de Cibirra") derivam seu nome da cidade de Cibira (é incerto se seria Cibira Maior na Cária ou a Cibira Menor na Panfília). O comando aparece pela primeira vez na expedição contra Cartago em 698, quando um "drungário dos cibirreotas" liderou os homens de Córico: Apsímaro, que à frente de uma revolta da frota, se tornaria o imperador bizantino Tibério III (r. 698–705). Na época, os cibirreotas eram subordinados ao grande corpo naval dos carabisianos.[1][2][3][4]

Quando os carabisianos foram dispersados (a data exata é disputada, tendo ocorrido entre c. 719-20 e ca. 727), os cibirreotas foram organizados como um tema regular, com seu estratego atestado pela primeira vez em 731-32.[1][3][5][6] Até o século IX, quando os temas do Mar Egeu e o Samos foram elevados do nível de comando de drungário para estratego, o Tema Cibirreota foi o único tema unicamente naval do império.[7][8]

Abrangência e organização

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O tema abrangia a costa sul da Ásia Menor a partir do sul de Mileto (que pertencia ao Tema Tracesiano) até os confins da fronteira com os árabes na Cilícia, incluindo as antigas províncias romanas da Cária, Lícia, Panfília e partes da região da Isáuria, além da moderna região do Dodecaneso[2][9][10] Sua posição geográfica o transformou na "linha de frente" para enfrentar as frotas árabes do Levante e do Egito e, consequentemente, os cibirreotas tiveram um importante papel nas batalhas navais das guerras bizantino-árabes.[11] Já os territórios, conhecidos por sua fertilidade,[1] sofreram com frequentes e devastadores raides árabes, que praticamente despopularam a região, com exceção das cidades fortificadas e as bases navais.[2]

Histameno de Aleixo I Comneno (r. 1081–1118)

A capital do estratego era provavelmente Antália.[10][12] Ele tinha um salário anual de cinco quilos de ouro e sua posição geral na hierarquia imperial era relativamente baixa, mas ainda sênior em relação aos demais comandantes navais: vigésima-quinta no Taktikon Uspensky de 842-43, caindo para quinquagésimo-quinto no Escorial Taktikon de 971-75[2][13] Assim como seus contrapartes, o Tema Cibirreota era dividido em drungos e turmas e possuía toda a gama de posições administrativas típicas. Entre os mais importantes subordinados do estratego estava o ek prosopou imperial em Silião, os drungários de Antália e Cós e o catepano que comandava os mardaítas do tema.[2][14] Eram os descendentes dos milhares de prisioneiros transplantados do Líbano e assentados na região por Justiniano II (r. 685-695 e 705-711) na década de 680 para prover tripulações e fuzileiros para a frota.[15] No início do século IX, a frota do cibirreotas tinha 70 navios[16] e na expedição contra o Emirado de Creta de 911, o tema enviou 31 naus - 15 grandes dromons e 16 pânfilos de tamanho médio - com 6 000 remadores e 760 soldados.[17]

Últimos anos

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Hipérpiro de Manuel I Comneno (r. 1143–1180)

Por volta da metade do século XI, conforme a ameaça naval muçulmana diminuía, as frotas provinciais bizantinas iniciaram um forte declínio:[18] a frota dos cibirreotas foi mencionada pela última vez na defesa contra um raide dos rus' em 1043 e o tema se tornou uma província puramente civil, governada por um krites e, posteriormente, por um duque[2][19] A maior parte do território foi perdida para os turcos seljúcidas após a derrota na Batalha de Manziquerta (1071), mas recuperado parcialmente sob Aleixo I Comneno (r. 1081–1118). O já combalido tema foi finalmente abolido por Manuel I Comneno (r. 1143–1180) e o território remanescente na Cária foi subordinado ao Tema de Milasa e Melanúdio.[20][21]

Referências

  1. a b c Nesbitt 1994, p. 151.
  2. a b c d e f Kazhdan 1991, p. 1127.
  3. a b Pertusi 1952, p. 149.
  4. Pryor 2006, p. 28.
  5. Ahrweiler 1966, p. 26, 50–51.
  6. Pryor 2006, p. 32.
  7. Ahrweiler 1966, p. 64; 81; 83; 109.
  8. Pryor 2006, p. 267.
  9. Ahrweiler 1966, p. 80, 135.
  10. a b Pertusi 1952, p. 150.
  11. Pryor 2006, p. 46ff.
  12. Ahrweiler 1966, p. 82.
  13. Pryor 2006, p. 390–391.
  14. Ahrweiler 1966, p. 82–83.
  15. Ahrweiler 1966, p. 399.
  16. Ahrweiler 1966, p. 91–92.
  17. Pryor 2006, p. 549.
  18. Pryor 2006, p. 88.
  19. Ahrweiler 1966, p. 131–135.
  20. Kazhdan 1991, p. 1127; 2048.
  21. Ahrweiler 1966, p. 273.
  • Ahrweiler, Hélène (1966). Byzance et la Mer: La Marine de Guerre, la Politique et les Institutiones Maritimes de Byzance aux VIIe–XVe Siècles (em francês). Paris: Presses universitaires de France 
  • Nesbitt, John W.; Nicolas Oikonomides (1994). Catalogue of Byzantine Seals at Dumbarton Oaks and in the Fogg Museum of Art. Volume 2: South of the Balkans, the Islands, South of Asia Minor (em inglês). Washington D. C.: Dumbarton Oaks Research Library and Collection. ISBN 0-88402-226-9 
  • Pertusi, A. (1952). Constantino Porfirogenito: De Thematibus (em italiano). Roma: Biblioteca Apostolica Vaticana 
  • Pryor, John H.; Elizabeth M. Jeffreys (2006). The Age of the ΔΡΟΜΩΝ: The Byzantine Navy ca. 500–1204 (em inglês). Leiden e Boston: Brill Academic Publishers. ISBN 978-90-04-15197-0