Cerco de Segúsio
Cerco de Segúsio | |||
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Guerra Civil de Constantino e Magêncio | |||
À esquerda: cabeça do Colosso de Constantino, nos Museus Capitolinos, em Roma; à direita: Busto de Magêncio, no Museu Pushkin, em Moscou
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Data | Primavera de 312 | ||
Local | Susa, Piemonte, Itália | ||
Coordenadas | |||
Desfecho | Vitória de Constantino | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Localização de Segúsio no que é atualmente a Itália |
O cerco de Segúsio (em latim: Segusium) ou Susa foi o primeiro confronto travado durante a Guerra Civil entre os imperadores romanos Constantino, o Grande (r. 306–337) e Magêncio (r. 306–312) na primavera de 312. Magêncio naquele ano havia declarado guerra a Constantino sob alegação de pretender vingar a morte de seu pai Maximiano (r. 285-308; 310) que suicidara-se após ser derrotado por ele. Constantino responderia com uma invasão maciça à Itália.
O cerco de Segúsio foi a primeira de muitas batalhas ocorridas na península Itálica naquele ano, todas elas vitórias de Constantino. Com a tomada da cidade após um breve cerco, o imperador vitorioso pôde prosseguir marcha pelo interior peninsular até encontrar-se com nova oposição nas imediações de Augusta dos Taurinos (atual Turim).
Antecedentes
[editar | editar código-fonte]Desde 293, o Império Romano está dividido em duas metades, cada qual governada por um Augusto (imperador sênior) e um César (imperador júnior). Em 306, o augusto do Ocidente Constâncio Cloro (r. 293–306) falece em Eboraco (atual Iorque, Inglaterra)[1] e seus soldados elevam seu filho Constantino, o Grande (r. 306–337) como seu sucessor.[2] O augusto do Oriente Galério (r. 293–311), no entanto, eleva Valério Severo (r. 305–307) à posição de augusto, pois pelas prerrogativas do sistema tetrárquico vigente, sendo ele o césar ocidental, deveria suceder o augusto morto. Após algumas discussões diplomáticas, Galério demoveu Constantino para a posição de césar, o que ele aceitou, permitindo assim que Severo assumisse sua posição.[3]
Magêncio (r. 306–312), filho de Maximiano (r. 285-305; 310), o augusto antecessor de Constâncio Cloro, com inveja da posição de Constantino, declara-se imperador na Itália com o título de príncipe e chama seu pai da aposentadoria para co-governar consigo. Por 307, ambos sofrem invasões de Valério Severo, que é derrotado e morto, e Galério, que decide retirar-se.[3][4] Em 308, na Conferência de Carnunto convocada por Galério, o oficial Licínio (r. 308–324) foi nomeado augusto do Ocidente e deveria, portanto, lidar com o usurpador, porém nada fez.[5] No mesmo ano, em algum momento antes da conferência, Maximiano tentara depor seu filho num fracassado plano, o que forçou-o a fugir para a corte de Constantino na Gália.[4][6]
Em 310, contudo, Maximiano também tentaria depor Constantino, mas seria derrotado e forçado a suicidar-se.[7][8][9][10][11][12] No ano seguinte, Magêncio, conclamando vingança pela morte de seu pai, declara guerra a Constantino, que responde com uma invasão ao norte da Itália com 40 000 soldados;[13][14] Zósimo alega que o exército invasor era de 90 000 infantes e 8 000 cavaleiros provenientes de germânicos e celtas subjugados e de parte do exército estacionado na Britânia.[15]
Batalha e rescaldo
[editar | editar código-fonte]A primeira localidade que o exército de Constantino encontrou foi Segúsio (atual Susa, Itália), uma cidade pesadamente fortificada durante o programa de refortificação das cidades do norte da Itália no ano anterior.[16] Em vez de auxiliarem o exército invasor, os cidadãos de Segúsio fecharam suas portas para Constantino. O imperador então ordenou a seus homens que ateassem fogo em suas grandes portas e escalassem seus muros. A cidade foi rapidamente tomada, porém Constantino impediu que suas tropas a saqueassem, preferindo avançar com eles para o interior da Itália.[17][18]
Com a conquista de Segúsio, o exército invasor marcha em direção a Augusta dos Taurinos (atual Turim), onde um exército composto principalmente de cavalaria estava acampado.[17][19][20] Uma importante e decisiva batalha ocorre nas imediações da cidade, e Constantino consegue nova vitória,[14][21][22][23] o que abriu-lhe caminho em direção as demais cidades importantes da Planície Padana.[24][25]
Referências
- ↑ DiMaio 1996c.
- ↑ Eutrópio século IV, 10.1–2.
- ↑ a b DiMaio 1996b.
- ↑ a b DiMaio 1997a.
- ↑ DiMaio 1997c.
- ↑ DiMaio 1997b.
- ↑ Pohlsander 2004, p. 17.
- ↑ Barnes 1981, p. 34–35.
- ↑ Elliott 1996, p. 43.
- ↑ Lenski 2006, p. 65–66.
- ↑ Odahl 2004, p. 93.
- ↑ Potter 2004, p. 352.
- ↑ Anônimos século III-IV, (9)5.1–3.
- ↑ a b MacMullen 1969, p. 71.
- ↑ Zósimo, II.15.1..
- ↑ Odahl 2004, p. 96.
- ↑ a b Barnes 1981, p. 41.
- ↑ Odahl 2004, p. 101.
- ↑ Jones 1978, p. 70.
- ↑ Odahl 2004, p. 101–2.
- ↑ Anônimos século III-IV, (9)5–6.
- ↑ Jones 1978, p. 70–71.
- ↑ Odahl 2004, p. 102, 317–18.
- ↑ Barnes 1981, p. 41–42.
- ↑ Odahl 2004, p. 103.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Anônimos (século III–IV). Doze Panegíricos Latinos
- Barnes, Timothy D. (1981). Constantine and Eusebius. Cambridge, MA: Harvard University Press. ISBN 978-0-674-16531-1
- DiMaio, Michael (1997a). «Maxentius (306-312 A.D.)». Salve Regina University
- DiMaio, Michael (1996b). «Galerius (305-311 A.D.)». Salve Regina University
- DiMaio, Michael (1996c). «Constantius I Chlorus (305-306 A.D.)». Salve Regina University
- DiMaio, Michael (1997c). «Licinius (308-324 A.D.)». Salve Regina University
- DiMaio, Michael (1997b). «Maximianus Herculius (286-305 A.D)». Salve Regina University
- Elliott, T. G. (1996). The Christianity of Constantine the Great. Scranton, PA: University of Scranton Press. ISBN 0-940866-59-5
- Eutrópio (século IV). Breviário da História Romana 🔗. Constantinopla
- Jones, A. H. M. (1978). Constantine and the Conversion of Europe. Buffalo: University of Toronto Press
- Lenski, Noel Emmanuel (2006). The Cambridge companion to the Age of Constantine. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0-521-52157-2
- MacMullen, Ramsay (1969). Constantine. Nova Iorque: Dial Press. ISBN 0-7099-4685-6
- Odahl, Charles Matson (2004). Constantine and the Christian Empire. Nova Iorque: Routledge. ISBN 0-415-38655-1
- Pohlsander, Hans (2004). The Emperor Constantine. Londres & Nova Iorque: Routledge. ISBN 0-415-31937-4
- Potter, David Stone (2004). The Roman Empire at Bay AD 180–395. Londres/Nova Iorque: Routledge. ISBN 0-415-10057-7
- Zósimo. História Nova In Ridley, R.T. (1982). Zosimus: New History (em inglês). Camberra: Byzantina Australiensia 2