Cemitério da Ajuda
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Estatuto patrimonial |
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O Cemitério da Ajuda é o 3º Cemitério Municipal de Lisboa, localizado na freguesia da Ajuda.
História
[editar | editar código-fonte]Em 1787, Pina Manique, a mando da rainha D. Maria I, ergueu na Ajuda um cemitério que serviria os criados da Casa Real e os pobres das freguesias da Ajuda e Santa Maria de Belém. Em 1835 passa a ser propriedade pública através do decreto-lei de Rodrigo da Fonseca Magalhães, que obrigava a existência de cemitérios públicos ao invés do que acontecia anteriormente, visto que a população era sepultada nas igrejas. Em 1849 passa para tutela municipal, a mando da rainha D. Maria II, ficando circunscrito à população das freguesias da Ajuda, Santa Maria de Belém e por vezes a freguesias vizinhas. A entrada do cemitério está ornamentada com quatro esculturas dispostas em nichos que representam a Verdade e a Fortaleza ladeando o portão à direita e no lado oposto, a Justiça e a Esperança. No exterior da Capela, as figuras escultóricas simbolizam a Oração e a Fé, à esquerda e a Humildade e a Caridade, à direita.[1][2]
Como os restantes cemitérios da capital, dispõe de numerosas sepulturas temporárias e perpétuas, jazigos particulares e municipais e ossários.[1]
Entre os vários jazigos de importância histórica ou arquitetónica, encontram-se o de Domingos Parente, arquiteto responsável pelo projeto do edifício dos Paços do Concelho de Lisboa e do pórtico do Cemitério dos Prazeres e o jazigo do almirante Gago Coutinho que realizou a primeira travessia aérea do Atlântico Sul de Lisboa ao Rio de Janeiro com Sacadura Cabral.[1]
No âmbito das homenagens, denota-se o jazigo onde se encontram os futebolistas Matateu e Pepe do clube futebolístico Os Belenenses e o jazigo das vítimas da Revolta de 14 de Maio de 1915, que repôs o cumprimento da Constituição de 1911, depôs o governo do general Pimenta de Castro, substituído pela Junta Constitucional de 1915 e destituiu Manuel de Arriaga do cargo de presidente da República Portuguesa.[1][2]
Ilustres sepultados no Cemitério da Ajuda
[editar | editar código-fonte]- Álvaro de Brée (1903-1962), escultor;[2]
- Américo Thomaz (1894-1987), 13.º presidente de Portugal;[2]
- António da Cunha Telles (1935-2022), cineasta;[3]
- António de Saldanha da Gama (1778-1839), aristocrata, militar e político;[4]
- António Eduardo Vilaça (1852-1914), político;[5]
- António Joaquim Freire (1877-1958), médico, escritor e jornalista;[6]
- António José Viale (1806-1889), escritor, professor, tradutor e conselheiro real;[7]
- António Pinto Barbosa (1917-2006), político, economista e professor;[8]
- Clemente Rogeiro (1921-2010), político e advogado;[9]
- Domingos Parente (1836-1901), arquiteto;[1]
- Francisco José da Rocha Martins (1879-1952), escritor, jornalista, historiador e ativista;[2]
- Gago Coutinho (1869-1959), aviador, navegante, cartógrafo, historiador e militar;[1]
- Gertrudes Thomaz (1894-1991), 13.ª primeira-dama de Portugal;[2]
- José António Simões Raposo (1840-1900), professor e pedagogo;[10]
- José Carlos Rates (1880-1961), dirigente sindical e político;[11]
- José de Castro (1848-1929), político, advogado e jornalista;[12]
- José Manuel Soares (1908-1931), futebolista;[1]
- José Mendes Nunes Loureiro (1873-1928), político e comerciante;[13]
- José Ribeiro Santos (1946-1972), ativista;[14]
- Marciano Henriques da Silva (1831-1873), pintor;[15]
- Maria Benedita Mouzinho de Albuquerque de Faria Pinho (1865-1939), escritora, professora e ativista;[2]
- Maria do Carmo Carmona (1878-1956), 11.ª primeira-dama de Portugal;[16]
- Mário de Sampayo Ribeiro (1898-1966), maestro, musicólogo, compositor, historiador e escritor;[17]
- Mário Gil (1941-2017), cantor;[18]
- Mário Murteira (1933-2013), político, professor, economista, sociólogo e escritor;[19]
- Matateu (1927-2000), futebolista;[1]
- Natércia Freire (1919-2004), poetisa e escritora;[20]
- Nuno Bragança (1929-1985), escritor;[21]
- Pedro Augusto Franco (1833-1902), 1.º Conde do Restelo;[22]
- Plácido Abreu (1903-1934), piloto;[2]
- Rui Nogueira Simões (1930-2002), engenheiro civil, empresário e dirigente associativo;[23]
- Virgínia Almeida (1874-1945), escritora e tradutora;[24]
Galeria
[editar | editar código-fonte]-
Entrada do cemitério e capela
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Elétricos junto à entrada do cemitério
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Mercado de floristas em frente ao cemitério
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Arruamento do cemitério
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Arruamento do cemitério
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Jazigo do almirante Gago Coutinho
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Jazigo de Maria do Carmo Carmona e família
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Jazigo de Américo Thomaz e Gertrudes Thomaz
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b c d e f g h «Cemitério da Ajuda». informacoeseservicos.lisboa.pt. Câmara Municipal de Lisboa
- ↑ a b c d e f g h «Cemitério da Ajuda, O Terceiro Cemitério Histórico de Lisboa». getLISBON. 14 de janeiro de 2022
- ↑ Lusa (24 de novembro de 2022). «Funeral do cineasta madeirense António da Cunha Telles é no sábado em Lisboa». Diário de Notícias da Madeira
- ↑ «Livro de registo de óbitos da paróquia da Ajuda (1834 a 1858)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. 69 verso
- ↑ «Livro de registo de óbitos da 3.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa (31-01-1914 a 21-03-1914)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. 92, assento 183
- ↑ «Livro de registo de óbitos da 4.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa (01-01-1958 a 26-07-1958)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. 72 verso, assento 144
- ↑ «Livro de registo de óbitos da paróquia de Santa Maria de Belém (1889)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. 14, assento 66
- ↑ Lusa (5 de março de 2006). «Morreu o economista António Manuel Pinto Barbosa». PÚBLICO
- ↑ «Morreu Clemente Rogeiro, último ministro da Saúde antes do 25 de Abril». SIC Notícias
- ↑ «Livro de registo de óbitos da paróquia de Alcântara (1900)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. 43, assento 206
- ↑ «Livro de registo de óbitos da 4.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa (02-01-1961 a 19-06-1961)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. 36 verso, assento 72
- ↑ «O funeral do dr. José de Castro revestiu a maior simplicidade». Casa Comum - Fundação Mário Soares. Diário de Lisboa: 5. 2 de agosto de 1929
- ↑ «Livro de registo de óbitos da 4.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa (09-02-1928 a 07-11-1928)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. 86, assento 171
- ↑ «O assassinato de Ribeiro Santos». Esquerda. 12 de outubro de 2021
- ↑ «Livro de registo de óbitos da paróquia da Ajuda (1869 a 1878)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. 88 verso, assento 57
- ↑ «Livro de registo de óbitos da 3.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa (01-03-1956 a 20-05-1956)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. 258, assento 475
- ↑ «Livro de registo de óbitos da 3.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa (02-01-1966 a 24-05-1966)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. 184, assento 367
- ↑ «Morreu Mário Gil, o homem que deu voz aos "Caminhos de Portugal"». Diário de Notícias. 7 de dezembro de 2017
- ↑ «Morreu Mário Murteira». Expresso. 15 de março de 2013
- ↑ «Morreu a poetisa Natércia Freire». www.jn.pt. Jornal de Notícias. 18 de dezembro de 2004
- ↑ «Nuno Bragança: a morte aos 55 anos». Casa Comum - Fundação Mário Soares. Diário de Lisboa: 20. 8 de fevereiro de 1985
- ↑ «Livro de registo de óbitos da paróquia de Santa Maria de Belém (1902)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. 13 verso e 14, assento 62
- ↑ Lusa (1 de abril de 2002). «Morreu Nogueira Simões». PÚBLICO
- ↑ «Livro de registo de óbitos da 5.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa (01-01-1945 a 06-04-1945)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. 124 verso, assento 248