Saltar para o conteúdo

Castilho (futebolista)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Castilho
Castilho
Informações pessoais
Nome completo Carlos José Castilho
Data de nasc. 27 de novembro de 1927
Local de nasc. Rio de Janeiro (RJ), Brasil
Nacionalidade brasileiro
Morto em 2 de fevereiro de 1987 (59 anos)
Local da morte Rio de Janeiro (RJ), Brasil
Altura 1,81 m
Destro
Apelido Leiteria, São Castilho
Informações profissionais
Posição Treinador
ex-Goleiro
Clubes de juventude
Olaria
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos (golos)
1946–1965
1965
Fluminense
Paysandu
00704 0(0)
0000? 0000(?)
Seleção nacional
1950–1962 Brasil 00029 00(0)[1]
Times/clubes que treinou
1973–1974
1977
1977
1984–1986
Vitória
Operário-MS
Internacional
Santos


Medalhas
Competidor do Brasil
Jogos Pan-Americanos
Ouro Santiago 1952 Equipe

Carlos José Castilho, mais conhecido como Castilho (Rio de Janeiro, 27 de novembro de 1927Rio de Janeiro, 2 de fevereiro de 1987), foi um futebolista e treinador brasileiro, que atuava como goleiro.[2]

Foi campeão das Copas do Mundo FIFA de 1958 e 1962, sendo o goleiro reserva em ambas.

Atuou por 704 vezes pelo Fluminense, sendo o recordista de partidas pelo clube carioca.[3]

Jogou no Fluminense de 1946 até 1965, sagrando-se tricampeão carioca, bicampeão do Torneio Rio-São Paulo, campeão do Torneio Municipal do Rio e vencedor da Copa Rio de 1952. Ele entrou para a história como um goleiro "milagreiro", fazendo defesas quase impossíveis. Ele dizia ter uma inacreditável boa sorte. Por causa disso, seu apelido era Leiteria (apelido comum à pessoas que tinham sorte na época), e os torcedores do Fluminense o chamavam de São Castilho.[3]

Características

[editar | editar código-fonte]

Mesmo tendo 1,81 m, baixo para os padrões dos goleiros atuais, mas considerado alto para aquela época, distribuídos em 75 kg,[4] foi um dos melhores goleiros do futebol brasileiro. Também se destacava nas defesas de pênaltis (só em 1952, defendeu 6 deles).

Daltônico, acreditava que várias vezes havia sido favorecido por ver como vermelhas as bolas amarelas, mas era prejudicado pelas bolas brancas à noite. É considerado o melhor goleiro tricolor de todos os tempos.[2]

Amor ao Tricolor

[editar | editar código-fonte]

Foi um exemplo de estoicismo. Em 1957, tendo contundido o seu dedo mínimo esquerdo pela quinta vez, o médico disse que deveria passar por dois meses de tratamento, entretanto, ele resolveu amputar o dedo para retornar mais rápido aos jogos. Duas semanas depois da amputação, ele já havia voltado a jogar pelo Fluminense.[5]

Durante sua carreira, jogou 698 jogos pelo Fluminense, recorde absoluto no clube. Lá sofreu 777 gols e jogou 255 partidas sem sofrê-los. Depois do ano da estreia, a marca negativa ficou por conta de 1955, quando revezando-se com Veludo e também tendo que submeter-se à extração dos meniscos, jogou apenas 19 vezes.[2]

Em 2006, o Fluminense inaugurou um busto de Castilho na entrada da sede social do clube, como agradecimento pelos serviços prestados, muito acima do que se pode esperar de um jogador profissional, mais do que isto, pelas demonstrações inequívocas de amor pelo clube que o projetou para o futebol.

Cem eleitores ilustres do Paysandu, sob a coordenação do jornalista e historiador Ferreira da Costa, elegeram Castilho como o maior goleiro da História do Paysandu, em eleição realizada por ocasião da comemoração dos 98 anos do clube paraense, tendo sido campeão paraense em 1965.[6][7]

Seleção nacional

[editar | editar código-fonte]

Pela Seleção Brasileira de Futebol, conquistou o Campeonato Pan-Americano de 1952, a primeira conquista relevante da Seleção fora do Brasil.

Participou ainda de quatro Copas do Mundo: 1950, 1954, e das conquistas de 1958 e 1962, tendo sido titular em 1954.

Participou também da Copa América, na época chamada de Campeonato Sul-Americano, em 1953 e 1959, além de diversos torneios e partidas amistosas pela Seleção Canarinho.

Pela Seleção Brasileira disputou no total 29 jogos, sofrendo 30 gols.[8]

Como treinador

[editar | editar código-fonte]

Depois de parar de jogar, foi técnico de vários times do Brasil, com destaque para o Santos campeão paulista de 1984, o Vitória, onde até setembro de 2009 era o técnico que mais tinha dirigido e conquistado vitórias no Brasileirão Série A (1973 e 1974, sendo ultrapassado posteriormente por Vágner Mancini), e o Operário Futebol Clube de Mato Grosso do Sul, clube que levou às semifinais do Brasileirão de 1977.[2]

Castilho cometeu suicídio em 2 de fevereiro de 1987, aos 59 anos, depois de visitar a sua esposa, jogando-se de uma janela. Pessoas próximas a ele acreditam que o ex-goleiro estava deprimido pelo esquecimento do público, porém o motivo exato é desconhecido pela família de Castilho.[9][10]

Foi sepultado no Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

Busto de Castilho no Fluminense.
Fluminense
Paysandu
Seleção Brasileira
  • Em 1955, ganhou o Prêmio Belfort Duarte, que homenageava o jogador de futebol profissional que passasse dez anos sem sofrer uma expulsão, tendo jogado pelo menos 200 partidas nacionais ou internacionais.

Bibliografia sobre Castilho

[editar | editar código-fonte]

Livros sobre Castilho ou que contam sua biografia, usadas como fontes neste artigo:

  • Castilho - Bicampeão Mundial de Futebol, por Antônio Carlos Teixeira Rocha (2003)
  • Os goleiros do Fluminense - De Marcos de Mendonça a Fernando Henrique, por Antônio Carlos Teixeira Rocha (2003)
  • Fluminense Football Club, história, conquistas e glórias no futebol, por Antônio Carlos Napoleão (2003)
  • O último homem da defesa, por Antônio Carlos Teixeira Rocha (2005)
  • Goleiros: Heróis e anti-heróis da camisa 1, por Paulo Guilherme (2006)
  • Os 11 maiores goleiros do futebol brasileiro, por Luís Augusto Simon (2010)

Referências

  1. «Todos os brasileiros 1950». Folha de S.Paulo. 9 de dezembro de 2015. Consultado em 3 de outubro de 2018 
  2. a b c d «Castilho». Recanto das Letras. 9 de abril de 2014. Consultado em 2 de outubro de 2018 
  3. a b https://fluzao.xyz/mostra_ranking/800805000000
  4. Site ONCE-ONZE, página disponível em 25 de novembro de 2016, em língua russa.
  5. «Castilho... Ex-goleiro do Fluminense e Paysandu». Terceiro Tempo. Consultado em 2 de outubro de 2018 
  6. «Revista Virtual Edição 0014». Site Oficial do Paysandu. p. 22. Consultado em 2 de outubro de 2018 
  7. «Artigo - O Goleiro, o Paysandu e o Menino». Site da UFCG. 16 de julho de 2010. Consultado em 2 de outubro de 2018 
  8. Livro Seleção Brasileira 1914-2006, página 241, por ASSAF, Roberto e NAPOLEÃO, Antonio Carlos.
  9. «O suicídio de São Castilho». Gazeta Espotiva Blog. 22 de janeiro de 2013. Consultado em 2 de outubro de 2018 
  10. «Irmão do ex-goleiro Castilho vai às Laranjeiras e se emociona: 'Ele foi meu ídolo, irmão e pai'». Esporte UOL. 26 de novembro de 2011. Consultado em 2 de outubro de 2018 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]
«Perfil de Castilho» (em inglês). em torneios FIFA 
Torneio Rio-São Paulo de 1957 - Site oficial do Fluminense, página disponível em 27 de julho de 2016.
O Fluminense em 1956 (da Redação) - e 1957, página editada em 7 de junho de 2016 e disponível em 27 de novembro de 2016.
Revista Placar nº 298, de 12 de dezembro de 1975, página 24 (seção: Garoto do placar) - O velho Flu invicto: já uma máquina em 57.

Precedido por
Melquisedeque dos Santos
Treinador do Vitória
1973—1974
Sucedido por
Bengalinha
Precedido por
Rubens Minelli
Treinador do Internacional
1977
Sucedido por
Sérgio Torres
Precedido por
Emmanuele Del Vecchio
Treinador do Santos
1984—1986
Sucedido por
Júlio Espinosa