Carnaval de Curitiba
Carnaval de Curitiba | |
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Desfile de carnaval em Curitiba em 2009. | |
Local(is) | Largo da Ordem e avenida Marechal Deodoro. |
Data(s) | Sete semanas antes do Domingo de Páscoa |
O Carnaval de Curitiba é um evento cultural, atualmente organizado pela Fundação Cultural de Curitiba, um órgão da prefeitura, que tem como seu ponto alto o desfile das escolas de samba e de blocos carnavalescos da cidade de Curitiba, no Paraná.[1] O evento reúne aproximadamente 40 mil pessoas.[2]
História
[editar | editar código-fonte]A Liga das Escolas de Samba de Curitiba e Região Metropolitana foi criada na década de 1990, com o intuito de organizar os desfiles das escolas. O carnaval de rua de Curitiba antecede essa década, contendo agremiações tradicionais, muitas das quais foram se enfraquecendo ao longo dos últimos anos, a ponto da Liga das Escolas do Samba abandonar a organização do evento em 2008.[3][4][5][6][7]
Apesar disso, o carnaval da cidade guarda algumas peculiaridades, como o fato de ter a participação de uma agremiação evangélica, a Jesus Bom à Beça e um bloco GLS. Além disso, Curitiba, assim como São Paulo, tem uma tradição de escolas de samba ligadas a clubes de futebol, como a Mocidade Azul, a Não Agite, a Colorado e a Tradição Rubro-Negra.[8]
Além de apoiar e organizar celebrações carnavalescas convencionais, a Fundação Cultural de Curitiba também incentiva outros eventos que ocorrem tradicionalmente no período do Carnaval, como uma zombie walk e o Curitiba rock festival.[9][10]
Início do carnaval em Curitiba
[editar | editar código-fonte]Até o início do século XIX ainda era possível observar que as brincadeiras consideradas típicas do entrudo eram comuns em muitas cidades brasileiras. O entrudo era um folguedo similar ao carnaval que foi trazido pelos portugueses, onde celebravam na entrada da primavera, dias que antecediam a entrada da Quaresma. Com as organizações de clubes sociais surgindo em diversas regiões, como em Curitiba, as festividades ocuparam os espaços dos salões, onde passaram a ser realizados os bailes de máscaras no início do século XX, inspirados nos bailes franceses e nas brincadeiras italianas.[8]
O desfile do corso também se fazia presente na rua XV de Novembro onde reunia os foliões. Com o passar dos anos começaram a organizar diversos blocos carnavalescos, denominados de "cordões". Esses foliões prolongavam as festividades dos clubes até a rua XV, na região central da cidade, levando música, confetes e serpentinas.[8]
Desfile das escolas de samba
[editar | editar código-fonte]O desfile das escolas de samba de Curitiba é realizado na avenida Marechal Deodoro.[11][12] Até 1970 o desfile era realizado na rua XV de Novembro.[13]
Blocos carnavalescos
[editar | editar código-fonte]Os blocos de rua surgiram em Curitiba assim como em diversas cidades brasileiras. Na década de 1970 destacam-se duas agremiações: a Banda Polaca, criada em 1970, pelos foliões Dante Mendonça, jornalista, e Rafael Greca, político, e o bloco Afoxé, criado em 1979 por Glauco Souza, ogã, e pelo José Francisco Pereira, babalorixá.[13] A Banca Polaca reunia, ao lado do Passeio Público, jovens de classe média, entre eles estudantes, artistas e intelectuais. Já o grupo Afoxé buscava agregar cultura popular com o resgate da cultura negra curitibana, demonstrando o samba e gingados afro-brasileiros.[13]
No final da década de 1990 surge o bloco carnavalesco Garibadis e Sacis, que sai nos domingos antes do carnaval, no Largo da Ordem, no Centro Histórico de Curitiba. De 1999 até 2010, o bloco não teve qualquer apoio do poder público estadual ou municipal. Depois de 2010, quando o bloco já reunia mais de 10 mil pessoas, foi disponibilizado alguma infraestrutura como banheiros químicos e segurança pública. O bloco é uma iniciativa de artistas da cidade, que cantam e tocam durante o carnaval. Os bares da região começaram a pagar o caminhão de som em 2011. Antes buscava-se contribuição dos foliões.[carece de fontes] Além do Garibadis e Sacis a cidade também conta com outros blocos menores.[14]
Referências
- ↑ Gazeta do Povo
- ↑ «Curitiba confirma que Carnaval de 2022 será celebrado de forma virtual». Banda B. 21 de dezembro de 2021. Consultado em 12 de dezembro de 2022
- ↑ Cintia Vegas (23 de fevereiro de 2004). «Desfile na avenida anima o publico». Paraná Online. Consultado em 14 de abril de 2013
- ↑ «Escolas de samba de Curitiba acertam os preparativos para o desfile de rua». Gazeta do Povo. 10 de fevereiro de 2006. Consultado em 14 de abril de 2013
- ↑ Cintia Vegas (19 de fevereiro de 2007). «Embaixadores é tetracampeã». Paraná Online. Consultado em 14 de abril de 2013
- ↑ Roger Pereira (13 de fevereiro de 2007). «Qualidade do carnaval da capital gera polêmica». Paraná Online. Consultado em 14 de abril de 2013
- ↑ «Papo de sexta: Afinal, Curitiba tem ou não carnaval?». CBN Curitiba. 25 de janeiro de 2013. Consultado em 14 de abril de 2013[ligação inativa]
- ↑ a b c Vanessa Maria Rodrigues Viacava (2010). «Samba quente, asfalto frio: uma etnografia entre as escolas de samba de Curitiba» (PDF). Universidade Federal do Paraná. Consultado em 12 de dezembro de 2022
- ↑ O carnaval dos zumbis de Curitiba, na Gazeta do Povo.
- ↑ Carnaval de Curitiba abre espaço para o rock e zumbis, na Fundação Cultural de Curitiba.
- ↑ «Avenida Marechal Deodoro começa a ser preparada para desfiles do carnaval». Prefeitura Municipal de Curitiba. 17 de fevereiro de 2017. Consultado em 12 de dezembro de 2022
- ↑ «Marechal Deodoro terá bloqueios durante o feriado de Carnaval». Prefeitura Municipal de Curitiba. 20 de fevereiro de 2020. Consultado em 12 de dezembro de 2022
- ↑ a b c Carlos Mariano Filho (9 de agosto de 2021). «As décadas 1970 e 1980 marcam o apogeu do Carnaval de Curitiba». Curitiba de Graça. Consultado em 12 de dezembro de 2022
- ↑ «No Carnaval de Curitiba, tem até 'ele não' na avenida do Samba. Veja vídeo». Bem Paraná. 3 de março de 2019. Consultado em 12 de dezembro de 2022
Ligações externas
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