Saltar para o conteúdo

Carlos Giannazi

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Carlos Giannazi
Carlos Giannazi
Deputado Estadual de São Paulo
No cargo
Período 15 de março de 2007
até atualidade
Vereador de São Paulo
Período 1º de janeiro de 2001
até 10 de março de 2007
Dados pessoais
Nome completo Carlos Alberto Giannazi
Nascimento 15 de dezembro de 1961 (62 anos)
São Paulo, SP, Brasil
Alma mater Universidade de Santo Amaro
Universidade de São Paulo
Partido PT (1980-2005)
PSOL (2006-presente)
Profissão Professor
Website www.carlosgiannazi.com.br

Carlos Alberto Giannazi (São Paulo, 15 de dezembro de 1961), mais conhecido como Carlos Giannazi, é um professor e político brasileiro, filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).

Atualmente exerce o quarto mandato de deputado estadual pelo estado de São Paulo.[1][2]

Nascido em São Paulo, formou-se em história pela Universidade de Santo Amaro, onde passou a lecionar pelos próximos 18 anos, concomitantemente a uma carreira de docente do ensino público. Posteriormente tornou-se diretor escolar e mestre em história e filosofia da educação e Doutor em história econômica pela Universidade de São Paulo (USP).[3] Seu irmão, Celso Giannazi, é vereador da cidade de São Paulo desde 2019, também pelo PSOL.[4]

Carreira política

[editar | editar código-fonte]

Vereador de São Paulo

[editar | editar código-fonte]

Filiou-se no Partido dos Trabalhadores (PT) em 1980, tendo concorrido a sua primeira eleição em 1992, onde concorreu para o cargo de vereador de São Paulo e recebeu cerca de 6 mil votos mas não foi eleito. Posteriormente exerceu mandato de vereador da cidade de São Paulo em duas legislaturas (2000 a 2007). Como parlamentar atuou na defesa do magistério, da educação pública e da cidadania, junto aos movimentos sociais e a sociedade civil.[5]

Deputado Estadual

[editar | editar código-fonte]

Eleito em 2006 com 50.269 votos para exercer seu primeiro mandato de deputado estadual, Carlos Giannazi se candidatou novamente nas eleições de 2010 conseguindo se reeleger com 100.808 votos. Como vereador em São Paulo, foi presidente da CPI da Educação e vice-presidente da CPI dos Bancos, atuando ainda na comissão de Educação (como vice-presidente). Na Câmara, criou o Observatório Municipal da Demanda Escolar e lançou a campanha "Criança Fora da Escola é Crime". É o atual líder da bancada do PSOL na Assembleia Legislativa de São Paulo.[6]

O PSOL confirmou na tarde de 31 de março de 2012, Carlos Giannazi como candidato à eleição municipal paulistana em 2012.[7][8][9][10] Ele também cumpriu dois mandatos como vereador. Recentemente, Giannazi atuou em defesa da garantia de direitos dos desabrigados no Desocupação de Pinheirinho.[11][12] Em 2005, Giannazi (na época vereador) foi expulso do PT por votar contra o projeto da prefeita Marta Suplicy que reduziu o investimento na educação.[13]

A reeleição em 2018, com 218.705 votos, colocou Giannazi como o terceiro deputado mais votado do Estado[14] e o primeiro da esquerda e oposição ao governo tucano de João Doria.

No parlamento, tem sido considerado como um deputado combativo,[15] que fiscaliza e cobra o governo. Seu mandato tem se pautado em defesa e pela melhoria dos serviços públicos e condições de trabalho dos servidores públicos nas àreas da educação, saúde, transportes, meio ambiente, segurança pública, cultura lazer e habitação.

Tem lutado pelo retorno do projeto da gestão de Erundina, a qual colocou a problemática habitacional como prioridade ao apoiar a implantação da habitação de interesse social por mutirão autogerido, o que ajudou a diminuir o déficit habitacional no município.[16] A prática do mutirão foi descontinuada por seus sucessores, como Paulo Maluf, os quais priorizaram a construção de edifícios de apartamentos por métodos convencionais, visto que os mutirões proporcionavam um certo nível de organização política aos envolvidos, assim como possibilitavam sua mobilização com relação ao atendimento de suas demandas, o que não ocorria nos projetos habitacionais de Maluf e dos demais prefeitos.[17][18] Dentre as leis aprovadas pelo deputado, é possível citar as que dão aos profissionais da educação das redes públicas municipais e estadual de ensino, o direito a pagar meia-entrada em eventos culturais e de lazer,[19][20] a que limita o número de alunos em salas de aula das rede de ensino pública estadual e privada quando houver matrícula de estudante com deficiência[21] e a que dá aos professores readaptados da rede pública estadual o direito à aposentadoria especial.[22]

Desempenho nas Eleições

[editar | editar código-fonte]
Ano Eleição Coligação Partido Candidato a Votos Resultado
1992 Municipal de São Paulo (PT) PT Vereador 6.000 Não eleito
2000 Municipal de São Paulo "Muda São Paulo"
(PT/PCdoB/PHS/PCB)
PT Vereador 24.992 Eleito[23]
2004 Municipal de São Paulo (PT / PTB) PT Vereador 41.039 Eleito[24]
2006 Estadual de São Paulo Frente de Esquerda por São Paulo
(PSOL, PCB, PSTU)
PSOL Deputado estadual 50.269 Eleito[25]
2008 Municipal de São Paulo Alternativa de Esquerda para São Paulo
(PSOL, PSTU)
PSOL Vice-prefeito 42.616 Não eleito
2010 Estadual de São Paulo sem coligação PSOL Deputado estadual 100.808 Eleito[26]
2012 Municipal de São Paulo Frente de Esquerda
(PSOL, PCB)
PSOL Prefeito 62.431 Não eleito[27]
2014 Estadual de São Paulo Frente de Esquerda
(PSOL, PSTU)
PSOL Deputado estadual 164.929 Eleito[28]
2018 Estadual de São Paulo Sem Medo de Mudar São Paulo
(PSOL, PCB)
PSOL Deputado estadual 208.715 Eleito[29]
2022 Estadual de São Paulo Federação PSOL REDE
(PSOL, REDE)
PSOL Deputado estadual 276.811 Eleito

Controvérsias

[editar | editar código-fonte]

Giannazi foi expulso do PT por duas vezes, sendo a primeira em 2002 ao votar contra o orçamento para a educação proposto pela prefeitura (governada à época por Marta Suplicy, então no PT). Sua sessão de expulsão, realizada pelo diretório municipal foi tumultuada, tendo sido registradas agressões ao então secretário de transportes de São Paulo, Carlos Zarattini, Após recorrer da decisão ao diretório estadual teve sua expulsão comutada para suspensão de um ano.[30][31] Em 2005, mais uma vez contraria a orientação partidária e é expulso ao se lançar candidato ao cargo de presidente da câmara.[32] Após a segunda expulsão, filia-se ao PSOL.

Em 2010, o deputado elabora o polêmico Projeto de lei nº 100, onde propôs renomear a Estação Anhangabaú do Metrô de São Paulo para Zumbi dos Palmares. Vista como caricata, a proposta acabou rejeitada, após cinco anos de tramitação.[33][34][35][35] Segundo um artigo divulgado na 22ª Semana de Tecnologia Metroferroviária da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (AEAMESP), o custo de modificação do nome de uma estação ferroviária intermediária como Anhangabaú é de quase R$ 620 mil, razão pela qual a CPTM e o Metrô-SP evitam renomear suas estações, salvo quando obrigados por força de lei.[36] A apresentação de projetos considerados irrelevantes (como o visto acima) é um dos males da Assembléia Legislativa de São Paulo. De acordo com uma reportagem do jornal El País, em 2016, apenas 18% dos projetos da Assembléia foram considerados úteis para sociedade.[37][38] Isso não demoveu Giannazi de apresentar a mesma proposta (Projeto de Lei 122 de 2019) nove anos depois[39] alegando existir uma suposta memória histórica que justificaria esse custo ao erário.[40]

Em 2018, durante uma discussão sobre o projeto Escola sem Partido na Assembléia Legislativa, Giannazi foi acusado de agressão pelo deputado eleito Douglas Garcia (PSL).[41] Giannazi, por seu turno, acusou Garcia de tentar tirar o microfone de sua mão e tumultuar o evento para tentar inviabilizá-lo.[42]

Referências

  1. Programa do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)
  2. "Partido dos Professores" (Gonçalves, 2013)
  3. «Tradicional Aula Magna abre o semestre letivo do curso de Pedagogia». Unisa. 13 de março de 2018. Consultado em 13 de novembro de 2018 
  4. «Celso Giannazi». Câmara Municipal de São Paulo. Consultado em 22 de agosto de 2020 
  5. «"O povo precisa participar das decisões"». Folha Online. 28 de setembro de 2000. Consultado em 13 de novembro de 2018 
  6. «Carlos Giannazi». Assembléia Legislativa de São Paulo. Consultado em 13 de novembro de 2018 
  7. «Carlos Giannazi será o candidato do PSOL a prefeito de São Paulo». Estadão. 1 de abril de 2012. Consultado em 19 de maio de 2012 
  8. Estadão (5 de março de 2012). «Quem são os pré-candidatos à Prefeitura de SP em 2012». Consultado em 5 de março de 2012 
  9. R7.COM (13 de março de 2012). «PSOL inicia prévias para escolher candidato à prefeitura de São Paulo». Consultado em 13 de março de 2012 
  10. Terra.COM (31 de março de 2012). «Psol escolhe Carlos Giannazi para disputar prefeitura de SP». Consultado em 31 de março de 2012 
  11. «Ação tenta garantir moradia à população do Pinheirinho, em São José dos Campos». 22 de janeiro de 2012 
  12. «Psol quer que CNJ investigue Justiça paulista por Pinheirinho». Jornal do Brasil 
  13. «Trajetória do Professor Carlos Giannazi» 
  14. «Veja os candidatos a deputado estadual eleitos em SP». G1. 8 de outubro de 2018. Consultado em 9 de setembro de 2019 
  15. «AGULHA NO PALHEIRO 28». Trip. Consultado em 9 de setembro de 2019 
  16. «Túneis e vias subterrâneas da cidade de São Paulo» 
  17. NABIL GEORGES BONDUKI (12 de fevereiro de 1996). «Os mutirões autogeridos». Folha.Uol. Consultado em 24 de junho de 2016 
  18. ARANTES, 2004
  19. «Lei n° 14.729, de 30/03/2012». www.al.sp.gov.br. Consultado em 9 de setembro de 2019 
  20. «Lei n° 15.298, de 10/01/2014». www.al.sp.gov.br. Consultado em 9 de setembro de 2019 
  21. «Lei n° 15.830, de 15/06/2015». www.al.sp.gov.br. Consultado em 9 de setembro de 2019 
  22. «Lei Complementar n° 1.329, de 13/07/2018». www.al.sp.gov.br. Consultado em 9 de setembro de 2019 
  23. «Resultado da Eleição». TSE. 2000. Consultado em 13 de novembro de 2018 
  24. «Resultado da Eleição». TSE. 2004. Consultado em 13 de novembro de 2018 
  25. «UOL Eleições 2006». UOL. Consultado em 4 de outubro de 2014 
  26. «Apuração de votos e candidatos eleitos (1º turno)». UOL. Consultado em 1 de outubro de 2014 
  27. «São Paulo/SP: Apuração de votos e candidatos eleitos (1º turno)». UOL. Consultado em 4 de outubro de 2014 
  28. «Resultado das Apurações dos votos das eleições 2014 em SP». G1. Consultado em 6 de outubro de 2014 
  29. «Cargos legislativos: Deputados estaduais». G1-SP. 18 de outubro de 2018. Consultado em 13 de novembro de 2018 
  30. «Membros do PT-SP querem expulsar novamente vereador». Estadão. 7 de maio de 2002. Consultado em 13 de novembro de 2018 
  31. «PT expulsa vereador que votou contra Marta:Por 30 votos a 12, diretório municipal decidiu dar punição máxima a Giannazi; houve quebra-quebra após decisão». Folha Online. 17 de abril de 2002. Consultado em 13 de novembro de 2018 
  32. «PT expulsa Giannazi por indisciplina». Folha de S. Paulo. 29 de março de 2005. Consultado em 13 de novembro de 2018 
  33. «Pauta 22 DE FEVEREIRO DE 2010 7ª SESSÃO ORDINÁRIA- Ato 26, 3ª coluna». Diário Oficial do estado de São Paulo. 20 de fevereiro de 2010. Consultado em 13 de novembro de 2018 
  34. blogdogiesbrecht.blogspot.com/2010/10/esta-na-hora-de-acabar-com-essas.html
  35. a b Carlos Giannazi (2010). «Projeto de lei 100». Assembléia Legislativa de São Paulo. Consultado em 13 de novembro de 2018 
  36. Clercia Mara de Oliveira Nisti, Helena da Silva Andrade, Thiago dos Santos da Silva (2016). «Nomenclatura das estações da CPTM – Metodologia para escolha de nome, custos e as consequências de sua alteração» (PDF). Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô. Consultado em 12 de junho de 2019 
  37. Gil Alessi (5 de março de 2017). «Dia do Pastor e do Rugby: 50% das leis aprovadas em São Paulo celebram aniversários ou mudam nome de rua». El País. Consultado em 12 de junho de 2019 
  38. Carolina Linhares (13 de abril de 2019). «Assembleia de SP aprova projetos sem critérios e acumula vetos no governo». Folha de S.Paulo. Consultado em 12 de junho de 2019 
  39. «Projeto de Lei 122». Assembléia Legislativa de São Paulo. 2019. Consultado em 12 de junho de 2019 
  40. «Do largo da Memória ao Paissandu, passeio mapeia história negra em SP». Folha de S.Paulo. 17 de novembro de 2018. Consultado em 11 de setembro de 2019 
  41. «Alesp tem confusão em audiência pública contra 'Escola Sem Partido':Deputado eleito Douglas Garcia (PSL) interrompeu audiência e bateu boca com deputado Carlos Gianazzi (PSOL), que se irritou e tentou tomar celular. Gianazzi diz ter sido alvo de agressão e nega ter agredido; Garcia pretende registrar BO e pedir cassação de parlamentar.». G1-SP. 13 de novembro de 2018. Consultado em 13 de novembro de 2018 
  42. «Audiência sobre Escola sem Partido termina em bate-boca na Alesp; veja o vídeo». Coluna do Estadão. Consultado em 4 de novembro de 2019 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]