Canivete
O canivete é uma navalha pequena,[1][2][3][4] com uma ou mais lâminas retráteis, podendo ainda agregar outros acessórios móveis e retráteis que também se encaixam no cabo. Hoje em dia é geralmente utilizado como utensílio multiuso agrupando distintos elementos de cutelaria e outros mais ou menos usuais, caracterizando-se pela ótima portabilidade. Um dos mais reconhecidos modelos é o canivete suíço, mas existe atualmente uma diversidade enorme de estilos e mecanismos que não se limita a estes e amplia a diversidade de funções.
A etimologia da palavra tem origem no frâncico knif, sinónimo de pequena navalha e faca, que entrou na língua portuguesa a partir do francês antigo com a palavra canivet.[5] No Dicionário da Língua Portuguesa de António de Morais Silva, publicado no Rio de Janeiro em 1789, o verbete canivete indica: "navalha de aparar penas".[6]
História
[editar | editar código-fonte]A sua função utilitária teve origem no ato de desbastar e aparar os bicos de pena que eram posteriormente utilizados como canetas para escrita e gravura.[7] Estando muito presente em mesas de trabalho a sua lâmina estava sempre à mão e era usada para outras funções, desde cortar páginas de papel a limpar as unhas.[8]
Hoje em dia esta peça de cutelaria cumpre funções de suma importância em atividades desportivas e profissionais, pois dado ao seu tamanho compacto, segurança, portabilidade e uma diversidade de mecanismos de abertura rápida da lâmina, também é utilizado por grupos táticos e de resgate, pela sua presteza e segurança.
Fabricantes
[editar | editar código-fonte]Um dos maiores fabricantes de canivetes do mundo é a Victorinox, responsável pela produção do famoso canivete suíço. Recentemente, a empresa lançou alguns modelos que contam com acessórios incomuns tais como: lanterna, apontador laser, relógio, bluetooth e até mesmo memória flash.
Em Portugal uma das mais antigas fábricas de cutelaria está localizada em Miranda do Douro, a Filmam, fundada em 1870 e já produziu mais de sete milhões de canivetes.[9]
França é o país de origem de dois produtores de cutelaria muito reconhecidos, a Laguiole (1829)[10] e a Opinel (1890),[11] que também fabricam canivetes.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Navalha
- Canivete ou navalha de borboleta (butterfly ou balisong)
- Canivete suíço
- Navalha de barbear
- Navalhete
Referências
- ↑ S.A, Priberam Informática. «canivete». Dicionário Priberam. Consultado em 10 de fevereiro de 2023
- ↑ S.A, Porto Editora. «canivete». Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa. Consultado em 10 de fevereiro de 2023
- ↑ «Canivete». Léxico. Consultado em 10 de fevereiro de 2023
- ↑ «Canivete». Michaelis On-Line. Consultado em 14 de fevereiro de 2023
- ↑ «Canivete». Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa. Consultado em 14 de fevereiro de 2023
- ↑ «Dicionário de Morais». CEPESE | CENTRO DE ESTUDOS DA POPULAÇÃO, ECONOMIA E SOCIEDADE. Rio de Janeiro, Brasil. 1789. p. 226. Consultado em 14 de fevereiro de 2023
- ↑ Fonseca, Pedro José (1798). Parvum Lexicon. Lisboa: [s.n.]
Canivete de aparar pennas, ou para raspar as letras.
- ↑ Fonseca, Pedro José (1798). Parvum Lexicon. Lisboa: [s.n.]
Limpar as unhas com hum canivete.
- ↑ «Fábrica de cutelarias de Miranda do Douro produziu sete milhões de canivetes em 150 anos». www.cmjornal.pt. Consultado em 10 de fevereiro de 2023
- ↑ «Laguiole (couteau)». Wikipédia (em francês). 30 de janeiro de 2023. Consultado em 14 de fevereiro de 2023
- ↑ «Opinel». Wikipédia (em francês). 21 de janeiro de 2023. Consultado em 14 de fevereiro de 2023