Centros Integrados de Educação Pública
Centros Integrados de Educação Pública | |
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CIEPs | |
CIEP Vinícius de Moraes, em Belford Roxo | |
Informação | |
Apelido | Brizolão |
Localização | Rio de Janeiro, Brasil |
Tipo de instituição | Centros educacionais de tempo integral |
Fundador | Leonel Brizola (na condição de governador do estado do Rio de Janeiro) Darcy Ribeiro (na condição de vice-governador do estado do Rio de Janeiro) |
Patrono(a) | Darcy Ribeiro (antropólogo) |
Lema | Uma revolução na educação pública do país |
Comandante | Secretaria de Educação do Rio de Janeiro |
Projeto Arquitetônico | Oscar Niemeyer |
Os Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs), popularmente apelidados de Brizolões, foram um projeto educacional de autoria do antropólogo Darcy Ribeiro, que os considerava "uma revolução na educação pública do País".[1] Implantado inicialmente no estado do Rio de Janeiro, no Brasil, ao longo dos dois governos de Leonel Brizola (1983 – 1987 e 1991– 1994), tinha como objetivo oferecer ensino público de qualidade em período integral aos alunos da rede estadual.[2]
Brizola preocupava-se com a educação pública, sendo a proposta principal dos CIEPs proporcionar uma educação integral, voltada para a formação do aluno em todas as áreas e dimensões, não estando reduzida apenas à ideia do horário integral. Inclusive, foi por influência da política dos CIEPs que o ensino integral "entrou permanentemente na agenda das políticas educacionais do país, principalmente por sua importância para a formação social do sujeito pleno, amenizando desigualdades sociais, apoiando em diversos aspectos as comunidades nas quais estavam inseridos, e participando de um contexto mais amplo de segurança social, inserido nas políticas de direitos humanos e de segurança pública" de seu governo.[3]
O horário das aulas estendia-se das 8 às 17 horas, oferecendo, além do currículo regular, atividades culturais, estudos dirigidos e educação física. Os CIEPs forneciam refeições completas a seus alunos, além de atendimento médico e odontológico. A capacidade média de cada unidade era de mil alunos.[4]
O projeto oferecia refeições desde a chegada da criança para o primeiro turno até a saída, quando havia o jantar. Quando encerrava o período letivo ou havia as férias de meio de ano, havia atividades recreativas para que as crianças pudessem continuar a frequentar o CIEP e obter acesso aos recursos, como as salas de leitura e as refeições. Os materiais didáticos eram entregues às crianças, como cadernos, lápis e borracha e em cada turno havia uma professora.
O projeto objetivava, adicionalmente, tirar crianças carentes das ruas, oferecendo-lhes os chamados "pais sociais"ː funcionários públicos que, residentes nos CIEPs, cuidavam de crianças também ali residentes.
Características arquitetônicas
[editar | editar código-fonte]O projeto arquitetônico dos edifícios é da autoria de Oscar Niemeyer, tendo sido erguidas mais de 500 unidades. Uma de suas características é a utilização de peças pré-moldadas de concreto, barateando a sua construção.[5]
As escolas são constituídas por três estruturas:
- o edifício principal, erguendo-se em três pavimentos, abrigando as salas de aula, centro médico, cozinha, refeitório, banheiros, áreas de apoio e recreação;
- o ginásio esportivo, que também pode receber atividades artísticas e culturais;
- o edifício da biblioteca e dos dormitórios.
No segundo governo de Leonel Brizola, alguns CIEPs passaram a contar com piscinas.[carece de fontes]
Posteridade
[editar | editar código-fonte]Os governos que sucederam aos de Brizola não deram continuidade administrativa ao projeto, desvirtuando-lhe a sua principal característica: o ensino integral. Desse modo, as unidades construídas e operacionais tornaram-se escolas comuns, com o ensino em turnos. As demais, parcialmente concluídas, foram simplesmente abandonadas, assim como desativada e desmontada a "fábrica de escolas", a instalação que produzia as suas peças pré-moldadas de concreto.
O programa inspiraria os Centros de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (CAICs), adotados em âmbito nacional a partir de 1990, durante o Governo Collor.[6]
O governo do prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (2009-2016) se inspirou no exemplo dos CIEPs para criar as escolas do amanhã, escolas municipais com ensino em tempo integral. Em homenagem a Leonel Brizola, a unidade responsável pela logística, armazenamento e construção das escolas do amanhã foi denominada "Fábrica de Escolas do Amanhã Governador Leonel Brizola".[7]
Referências
- ↑ [1]
- ↑ GOMES, Candido Alberto. Darcy Ribeiro. Coleção educadores. Recife; Fundação Joaquim Nabuco. Editora Massangana. 2010. ISBN 978-85-7019-527-2
- ↑ Lopes, Guilherme Galvão; Alves, Michele Esteves Barabani (2017). «"Nenhuma criança sem escola": a influência do protestantismo nas políticas educacionais de Leonel Brizola» (PDF). pp. 312–326. Consultado em 14 de agosto de 2018
- ↑ RIBEIRO, Darcy. Cieps: a educação como prioridade. Carta: falas, reflexões e memórias. Brasília. Gabinete do Senador Darcy ribeiro, nº 3, 1994
- ↑ RIBEIRO, Darcy. O livro dos Cieps. Rio de janeiro. Bloch. 1986.
- ↑ SALES. Luís Carlos. O valor simbólico do prédio escolar. Teresina; Editora gráfica da Universidade Federal do Piauí-EDUFPI, 2000. p. 63/64. ISBN 85-7463-021-7
- ↑ Rio Cidade Olímpica. Disponível em http://www.cidadeolimpica.com.br/fabrica-de-escolas/. Acesso em 19 de abril de 2016.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Ligações externas
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