Jarro
Jarro, jarra, talha de água, talha de barro, bilha, pote, purrão, quartinha, quarta, quartilha, quartião, moringa[1] ou muringue é um objecto doméstico, em forma de vaso, fabricado em vidro, cerâmica, porcelana, metal ou plástico, que serve para verter líquido em copos.[2]
Etimologia
[editar | editar código-fonte]"Talha" deriva do latim vulgar *ginacula, que deriva por sua vez de tina.[3] "Moringa" deriva do banto muringa.[1] Jarro/jarra, do árabe jarrâ.[4]
Características
[editar | editar código-fonte]Normalmente, é bojudo e possui um bico para verter o líquido; pode possuir uma asa ou pega. Em sua origem, o jarro se diferenciava da jarra, pois, enquanto o jarro tinha uma alça, a jarra tinha duas.[2] É usado para servir água e outros líquidos.[2] Benvenuto Cellini desenhou e esculpiu jarros que são considerados verdadeiras obras-primas, entre os quais o célebre que representa o combate entre centauros e lápitas.[2] Também há jarros de importância arqueológica, como o jarro de Valdegamas, de Tartesso. Há troféus que possuem a forma de vaso e que são complementados por uma placa na parte inferior, complementando o jarro.[2] Em Portugal, um jarro serve para servir líquidos, enquanto que uma jarra serve para exibir flores.
Utilização no Brasil
[editar | editar código-fonte]No Brasil, o termo "muringue" está associado às bilhas fabricadas no século passado[quando?] numa fábrica localizada em Santos, a qual também produziu recipientes que filtravam a água (denominados vulgarmente por "filtros") e a depuravam de micro-organismos nocivos para a saúde. O criador dessa fábrica foi o cidadão português António Nogueira, casado com Maria Augusta Ferreira de Aveiro.[carece de fontes]
É muito comum se encontrar este utensílio nas residências do Norte e Nordeste do Brasil. É bastante comercializado na Feira de São Joaquim, em Salvador, na Bahia. É indispensável na construção dos assentamentos sagrados das religiões afro-brasileiras.
Talha em Portugal
[editar | editar código-fonte]A talha ou pote de barro, foi e está novamente a ser utilizado (em particular no Alentejo) no processo de produção de vinho, sendo um processo ancestral romano, assumindo uma dupla finalidade: a produção e a armazenagem do vinho.[5]
No âmbito do projecto arqueológico que tem vindo a ser desenvolvido em Beja ("Arqueologia das cidades de Beja") foram encontradas em 2017 inúmeras talhas romanas, de vários tipos, formas e finalidades: umas para armazenar vinho e outras para guardar cereais e outros bens; [6]
Sendo a produção artesanal do vinho de talha, um processo típico do Alentejo com mais de dois mil anos com origem nos romanos, vários municípios ( Vidigueira, Aljustrel, Cuba, Moura, Mora e Marvão) e instituições Alentejanas vão candidatar a Património Cultural Imaterial da Humanidade (UNESCO) esta prática de vinificação.[7] [8]
Referências
- ↑ a b FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 160.
- ↑ a b c d e Tomo 28, 2ª parte da Enciclopedia Universal Ilustrada Europeo-Americana (Espasa), com copyright anterior a 1932, portanto em domínio público
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 642.
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 984.
- ↑ http://www.adegaborba.pt/loja/adega-de-borba-vinho-de-talha/
- ↑ https://arqueologiadascidadesdebeja.pt/
- ↑ https://www.rtp.pt/noticias/cultura/alentejo-quer-candidatar-producao-de-vinho-de-talha-a-patrimonio-da-humanidade_n967880
- ↑ http://www.cm-marvao.pt/pt/lista-noticias/797-cerimonia-de-apresentacao-da-candidatura-do-vinho-da-talha-a-patrimonio-mundial
- COSSARD, G. Omindarewá, Awô, O mistério dos Orixás. Pallas Editora, 2006. ISBN 8534703965, ISBN 9788534703963.