Batalha de Pirajá
Batalha de Pirajá | |||
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Guerra da Independência do Brasil | |||
Entrada_do_Exército_Libertador_1930.jpg Entrada do Exército Libertador, pintura de Prisciliano Silva, de 1930. Retrata a entrada triunfante de Pedro Labatut em Salvador, junto com o Corneteiro Lopes, 2 de Julho de 1823. Acervo da Câmara Municipal de Salvador. | |||
Data | 8 de novembro de 1822 | ||
Local | Pirajá, Império do Brasil | ||
Desfecho | vitória brasileira | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Forças | |||
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Baixas | |||
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A Batalha de Pirajá ocorreu no contexto da Guerra da Independência do Brasil na então Província da Bahia, a 8 de novembro de 1822. Constituiu-se em um embate decisivo entre o Exército Pacificador e as forças portuguesas, nomeadamente a Legião Constitucional, com a vitória brasileira, consolidando a situação de derrota política e militar dos portugueses na Bahia. Tais fatores iriam contribuir para a Independência da Bahia, deflagrada a 2 de julho de 1823 — considerada, para muitos pesquisadores e comentaristas, como um marco para a efetiva e prática Independência do Brasil.[2]
O General Pedro Labatut, mercenário francês com experiência na campanha napoleônica e em guerras na América Espanhola, foi contratado por D. Pedro I para lutar em favor da independência do Brasil.[3] Reforçou as tropas que sitiavam a capital baiana com a Brigada do Major (depois coronel) José de Barros Falcão de Lacerda, composta por 1 300 soldados de Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro, que repeliu três ataques portugueses, ocasionando dezenas de mortos e feridos.[1][4][5]
História
[editar | editar código-fonte]No comando das forças portuguesas na Bahia, encontrava-se o comandante Inácio Luís Madeira de Melo, enviado por Portugal para sufocar os rumores de independência e a dissidência político-administrativa.[6] O general francês Pedro Labatut foi nomeado pelo Príncipe-regente D. Pedro, a 3 de julho de 1822, como o comandante do Exército Pacificador, que assumiria o comando das forças brasileiras que enfrentaram Madeira de Melo, na Bahia.[7]
A batalha ocorreu em Salvador, na região dos bairros de Pirajá, Campinas do Pirajá e Alto do Cabrito. O confronto se iniciou quando tropas portuguesas tentaram romper o bloqueio aos caminhos que ligavam a capital ao centro e ao norte do país.[5]
Um fato curioso sobre essa batalha é um relato, citado por Tobias Monteiro em seu "A elaboração da independência", sobre um episódio no qual o Major Barros Falcão, que comandava as tropas brasileiras em certo ponto, dera ordem de retirada, mas o cabo-corneta ou Corneteiro Luís Lopes, por conta própria, trocou o toque para "cavalaria, avançar e degolar", versão apresentada por Ladislau Titara[8], responsável por registrar a correpondência do general Labatut.[1][5] Os portugueses, assustados por tal movimento (que era impossível, já que não havia cavalaria brasileira na batalha), entraram em pânico e recuaram, dando o momento da batalha aos soldados de Pernambuco, que, mais experientes, atacaram com renovado entusiasmo, impondo aos adversários um número de baixas considerável. As forças brasileiras saíram vitoriosas.[3][1]
Ofícios e notícias do período divergem quanto ao número de baixas e feridos. Em um ofício publicado no mesmo dia da batalha, o General Labatut estimou o número de mortos em 200. Já a Idade de Ouro, o partido lusitano da província, declarou uma estimativa bem menor: de 30 feridos e poucas casualidades.[5]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Batalha do Jenipapo
- Guerra da Independência do Brasil
- Lista de conflitos do Brasil
- Batalha de 4 de Maio
- Cerco de Montevideu
- Rebelião de Avilez
- Independência da Bahia
Referências
- ↑ a b c d e Inácio Acioli de Cerqueira e Silva (1835). «Memórias históricas e políticas da província da Bahia - Tomo II». Biblioteca Digital de Literaturas de Língua Portuguesa - UFSC. p. 176. Consultado em 4 de julho de 2019
- ↑ Rosário, Flávio (15 de junho de 2019). «Pirajá: Importância histórica para independência da Bahia». ANF - Agência de Notícias das Favelas |. Consultado em 28 de fevereiro de 2021
- ↑ a b «General Labatut» (PDF). Ramos Marinho, Simone e Borges dos Santos, Lucas. 2014. Consultado em 29 de maio de 2020
- ↑ «As guerras da Independência». Quartel-General do Exército. Consultado em 4 de julho de 2019
- ↑ a b c d ALMEIDA, Miguel Calmon Du Pin de (1923). A Batalha de Pirajá (8 de novembro de 1822) (PDF). Rio de Janeiro: Imprensa Nacional. pp. 27–35
- ↑ ALMEIDA, Miguel Calmon Du Pin de (1923). A Batalha de Pirajá (8 de novembro de 1822) (PDF). Rio de Janeiro: Imprensa Nacional. pp. 14–16
- ↑ Brigido, J (1903). «O General Pedro Labatut» (PDF). Revista do Instituto do Ceará: 303. ISSN 0100-3585
- ↑ DIAS TAVARES, Luís Henrique (2008). História da Bahia. São Paulo\Salvador: UNESP\EDUFBA. p. 242. ISBN 978-85-232-0537-9