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Aximez

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Aximez

O aximez[1] (também grafado ajimez[2]) é uma janela em arco, que está dividida verticalmente em duas partes iguais, através de um colunelo (pequena coluna) ou pilastra, comummente chamada mainel (termo vindo do francês[3]) ou parteluz (termo vindo do castelhano[4]). O arco da janela pode ser um arco romano, que é o mais tradicional, ou um arco ogival.[5] Às vezes, a janela compreende dois arcos e o espaço de permeio é decorado com um escudo de armas ou uma abertura circular.[6]

Também dá pelo nome de “janela geminada[7], aqui o adjectivo “geminado” (de gémeo), evoca o sentido de que são janelas iguais, que estão justapostas uma à outra. [8]As janelas geminadas embora, geralmente, possam evocar a ideia clássica de apenas um par de janelas ladeadas, também podem, efectivamente, corresponder a mais do que duas janelas[9]. Com efeito, há inúmeros exemplares de janelas trigeminadas[10], quadrigeminadas[11], etc. [12]

As janelas geminadas e trigeminadas apareceram a partir da Antiguidade Romana e tornaram-se num elemento assíduo da arquitectura paleocristã e bizantina.[13] Ulteriormente, na Península Ibérica, também se verificou uma presença expressiva dos ajimezes na arquitectura visigótica e pré-românica.[13] O mesmo se repetiu com a arquitectura islâmica.[14]

O aximez é próprio da arquitectura medieval europeia, tanto da arquitectura românica como da gótica, no ensejo das quais, se avultou como uma forma habitual de ornamentar janelas e campanários. Também se usou muito amiúde na época renascentista.[7] Posteriormente, durante os períodos do barroco e do neoclássico, o aximez foi abandonado, como elemento construtivo, acabando por ser substituído por outros elementos quejandos como, por exemplo, a janela serliana. [15][16]

Ulteriormente, por torno do século XIX, voltou a estar na moda, por ocasião do período ecléctico, com o redescobrimento dos estilos antigos, como sendo o neogótico, neoclássico, etc.).[17][16]

Os substantivos «aximez»[1] e «ajimez»[2] provêm do castelhano ajimez[18] e este, por seu turno, do árabe al-šimāsa ou ax-ximâsa, que significa «abertura para o sol; janela».[19]

Alguns exemplos

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Arquitectura paleo-cristã e Bizantina

Arquitectura pré-românica

Românico e Gótico

Exemplares arquitectónicos portugueses


Referências

  1. a b S.A, Priberam Informática. «Consulte o significado / definição de aximez no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, o dicionário online de português contemporâneo.». dicionario.priberam.org. Consultado em 4 de dezembro de 2020 
  2. a b S.A, Priberam Informática. «ajimez». Dicionário Priberam. Consultado em 11 de dezembro de 2021 
  3. Infopédia. «mainel | Definição ou significado de mainel no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 4 de dezembro de 2020 
  4. «Dicionário Online - Dicionário Caldas Aulete - Significado de parteluz». aulete.com.br. Consultado em 4 de dezembro de 2020 
  5. García Guinea, Miguel-Ángel (1966). "Ajimez" - Románico en Cantabria 1.ª edición. Santander: Librería Estvdio. p. 399. ISBN 84-87934-49-8 
  6. Diccionario de Arte I. Barcelona, España: Spes Editorial SL (RBA). 2003. p. p.93. ISBN 84-8332-390-7 
  7. a b Fernandes, José Manuel (2005). Arquitectura Portuguesa - uma síntese. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda. p. 128. 215 páginas. ISBN 9789727951277 
  8. Portugal, All About. «Janela Geminada Renascentista». All About Portugal. Consultado em 4 de dezembro de 2020 
  9. «DGPC | Pesquisa Geral». www.patrimoniocultural.gov.pt. Consultado em 4 de dezembro de 2020 
  10. «Dicionário Info- Significado das Palavras- Trigeminada». dicionario.info. Consultado em 22 de novembro de 2020 
  11. «Dicionário Porto Editora- Significado das Palavras- Trigeminada». dicionario.info. Consultado em 22 de novembro de 2020 
  12. Fernandes, José Manuel (2005). Arquitectura Portuguesa - uma síntese. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda. p. 128. 215 páginas. ISBN 9789727951277 
  13. a b Fernandes, José Manuel (2005). Arquitectura Portuguesa - uma síntese. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda. pp. 17 e 28. ISBN 9789727951277 
  14. Smith, Timothy B. (2017). Art as Politics in Late Medieval and Renaissance Siena (em inglês). [S.l.]: Routledge. p. 53. ISBN 9781351575591. Consultado em 23 de Julho de 2019 
  15. Ireland, Jeannie (2008). History of Interior Design (em inglês). [S.l.]: Bloomsbury Academic. p. 231. ISBN 9781563674624. Consultado em 23 Julho de 2019 
  16. a b Acta Ad Archaeologiam Et Artium Historiam Pertinentia: 4o (em inglês). [S.l.]: "L'Erma" di Bretschneider. 1975. p. 171. Consultado em 23 Julho de 2019 
  17. Johnson, Paul (1980). British Cathedrals (em inglês). [S.l.]: W. Morrow. p. 61. ISBN 9780688036720. Consultado em 23 Julho de 2019 
  18. RAE; RAE. «ajimez | Diccionario esencial de la lengua española». «Diccionario esencial de la lengua española» (em espanhol). Consultado em 4 de dezembro de 2020 
  19. Lajo Pérez, Rosina (1990). Léxico de arte. Madrid - España: Akal. p. 10. ISBN 978-84-460-0924-5