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Argila

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Argila mineral
Argila
Argila do período quaternário (400 000 anos), Estônia.
Categoria Filossilicatos
Cor Branco, vermelho, café.
Fórmula química Al2O3 · 2SiO2 · H2O
Propriedades ópticas
Transparência Opaco

O termo argila corresponde aos minerais que apresentam tamanho inferior a 2 µm em uma rocha. Essa definição granulométrica é uma herança dos estudos petrográficos efetuados pela microscópia óptica no fim do século XIX, quando os cristais que apresentavam tamanho inferior a 2 µm (micrómetro) não podiam ser distinguidos, sendo classificados pela denominação genérica "argila".[1] Hoje, a denominação argila difere em função dos campos de estudo. Assim, em geotecnia, na qual o que interessa é sobretudo o comportamento mecânico dos solos, designa-se argila os materiais de granulometria inferior a 4 µm. Em mineralogia, argila não se refere simplesmente a partículas definidas por um determinado tamanho, mas a certos minerais. O termo é, nesse caso, usado para descrever os filossilicatos, e mais particularmente, aos argilo minerais.

Formada pela alteração de rochas, como as que contêm feldspato, a argila pode ser encontrada próxima de rios, muitas vezes formando barrancos nas margens. Apresenta-se em diversas cores (branca, cinza, amarelada, avermelhada, cor de café, esverdeada[2][3][4][5][6]) e constitui uma família de minerais filossilicáticos hidratados aluminosos de baixa cristalinidade e diminutas dimensões (partículas menores do que 1/256 mm ou 4 µm de diâmetro), como a caolinita, esmectita, montmorillonita, illitas, etc. Geralmente, apresenta-se estável nas condições termodinâmicas e geoquímicas da superfície terrestre ou de crosta rasa.

No solo, a fração de argila, componente comum das lamas ou barros, como são conhecidos popularmente, é constituída de minerais desse grupo das argilas aos quais se agregam hidróxidos coloidais floculados e diversos outros componentes cristalinos ou amorfos.

Origem e transformação

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A argila origina-se da desagregação de rochas feldspáticas, por ataque químico (por exemplo, pela água ou pelo ácido carbônico) ou físico (erosão, vulcanismo), que produz a fragmentação em partículas muito pequenas.

Normalmente as jazidas são formadas pelo processo de depósito aluvial, ou seja, as partículas menores (e, portanto, mais leves), partículas inferiores a 2 micrômetros (0,002 mm), são levadas pela corrente de água e depositadas no lugar onde a força hidrodinâmica já não é suficiente para mantê-las em suspensão. Esses locais são os chamados depósitos argilíticos.

As argilas assim geradas são chamadas de secundárias, já que a argila primária permanece no local onde se originou, sendo este o caso da formação das jazidas de caulino.

Num processo inverso, de litificação, a argila pode se transformar em rocha sedimentar se um depósito de argila for desidratado e submetido a compactação (normalmente pela pressão de camadas superiores), dando origem a rochas clásticas mais finas (lutitos ou pelitos) cujos exemplos podemos citar: os folhelhos, que se apresentam bem estratificados, e os argilitos, que possuem pouca ou nenhuma estratificação.

Minerais do grupo das argilominerais:

Granulometria

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Dentro da classificação granulométrica das partículas do solo, a argila ocupa o seguinte lugar:

Classificação Diâmetro dos Grãos
Argila < 0,001 mm
Silte 0,06–0,001 mm
Areia 2,0–0,06 mm
Seixo > 2,0 mm

Entretanto, a classificação USCS que é utilizada habitualmente em engenharia usa os limites de tamanhos máximos de 4,75 mm para a areia e de 0,075 mm para a argila e silte.

Dispersão de argilas

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Trabalhando argila, vulgarmente chamada barro, na Roda de Oleiro.

As argilas fazem parte da constituição mineralógica de partículas físicas dos solos, junto com as partículas de silte e areia. No solo essas partículas estão intimamente misturadas. Para podermos quantificar o teor de argila, silte e areia de um solo, devemos proceder a separação dessas partículas. A separação da argila que constitui os solos dá-se pelo processo de dispersão, mais conhecido por dispersão de argilas.

As argilas possuem inúmeros usos, inclusive medicinais. Por sua plasticidade enquanto úmida e extrema dureza depois de cozida a mais de 800 °C, são largamente empregadas na cerâmica para produzir vários artefatos, que vão desde tijolos, blocos e telhas até semicondutores utilizados em computadores.

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Referências

  1. Bruce Velde; Alain Meunier (2008). The Origin of Clay Minerals in Soils and Weathered Rocks (em inglês). [S.l.]: Springer. ISBN 3540756337 
  2. Reis, A.S.; et al. (2014). «Caracterização de argila usada em massa de cerâmica vermelha» (PDF). ABCERAM - Associação Brasileira de Cerâmica. Consultado em 15 de abril de 2021 
  3. Christofoletti, S.R.; Shimada, H.; Nogueira, S.A.A. «Argilas sedimentares quaternárias e rochas pré-cambrianas intemperizadas como fontes para a indústria cerâmica no baixo Ribeira – São Paulo» (PDF). ABCERAM - Associação Brasileira de Cerâmica. Consultado em 15 de abril de 2021 
  4. Monteiro, F.M.; et al. «Análise da incorporação de argilas coloridas do Rio Grande do Norte na cerâmica vermelha tradicional» (PDF). ABCERAM - Associação Brasileira de Cerâmica. Consultado em 15 de abril de 2021 
  5. «Argila». Mineradora Morro Grande. Consultado em 15 de abril de 2021 
  6. Ciência do solo: morfologia e gênese (PDF). [S.l.]: Editora e Distribuidora Educacional S.A. 13 de dezembro de 2021. ISBN 978-85-522-1093-1