Apolo Choiseul-Gouffier
O Apolo Choiseul-Gouffier é uma estátua representando o deus grego Apolo, integrando a coleção do Museu Britânico, em Londres.
Criada em mármore no século I d.C., com 1,79 m de altura, trata-se de uma cópia romana de um original grego em bronze datado de c. 460 a.C. É geralmente identificada como uma imagem de Apolo, mas a presença de restos de uma faixa no tronco de apoio tem levado à suposição de que poderia ser a representação de um pugilista,[1] talvez aquele chamado Euthymos.[2]
Sua autoria e procedência são desconhecidas. Começa a ser notada quando foi adquirida na Grécia no fim do século XVIII por agentes do conde Marie Gabriel Florent Auguste de Choiseul-Gouffier, de onde vem seu apelido. Na Revolução Francesa o conde fugiu para a Rússia e a obra foi confiscada pelo governo revolucionário, embora ainda estivesse na Grécia, retida no porto do Pireu. Voltando do exílio em 1802, o conde tentou recuperar sua coleção, sem sucesso. Em 1803 a peça enfim foi despachada para a França, mas no caminho o navio foi capturado pelos ingleses e sua carga foi levada a Londres, onde passou para os cuidados do Lord Elgin. Pouco depois Elgin foi preso pelos franceses, e Choiseul-Gouffier interveio pela sua libertação. Em agradecimento, Elgin pediu ao Lord Nelson que possibilitasse a devolução das peças confiscadas ao conde, mas ele não as reclamou.[3] A peça acabou parando nas mãos do negociante de arte Jean-Baptiste Lebrun, e em 1818 foi comprada pelo Museu Britânico.[1]
O Apolo Choiseul-Gouffier é um representante de alta qualidade uma família estatuária cujo protótipo é o Apolo do Ônfalo, um modelo muito popular na Grécia e Roma, a julgar pela quantidade de cópias integrais ou bustos que sobrevivem, e cuja autoria foi atribuída aos escultores Cálamis, Onatas ou Pitágoras de Samos, mas a proposta existência de uma relação dessa tipologia com o Ônfalo deu origem a muita controvérsia.[4][5][2] Hoje é considerada um importante marco na transição do Estilo Severo para o Estilo Clássico, quando se articula uma feliz combinação de idealismo e naturalismo, numa estética de vasta influência na arte e cultura do Ocidente.[6][7][8][9]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b The British Museum. Choiseul-Gouffier Apollo. Collection online
- ↑ a b Waldstein, Charles. Essays on the Art of Pheidias. Cambridge University Press, 1885-2013, p. 351
- ↑ Grummond, Nancy Thomson de. Encyclopedia of the History of Classical Archaeology. Routledge, 2015, pp. 279-280
- ↑ Smith, Arthur Hamilton (ed.). A Catalogue of Sculpture in the Department of Greek and Roman Antiquities, Volume 1. British Museum, 1904, p.86
- ↑ "Apollo dell'Omphalos". In: Musei Capitolini: Guida. Comune di Roma, 2005, p. 55
- ↑ Stocking, Charles Heiko. [https://www.academia.edu/17931033/_Greek_Ideal_as_Hyperreal_Greco-Roman_Sculpture_and_the_Athletic_Male_Body._Arion_21.3_2014_45-74 "Greek Ideal as Hyperreal: Greco-Roman Sculpture and the Athletic Male Body"]. In: Arion, a Journal of Humanities and the Classics, 2014, 21 (3):
- ↑ Robertson, Martin. A Shorter History of Greek Art. Cambridge University Press, 1981, pp. 54-55
- ↑ Gardner, Ernest Arthur. A Handbook of Greek Sculpture, Part 1. Wildside Press, 2009, p. 247
- ↑ Waldstein, Charles. Alcamenes and the establishment of the Classical Type in Greek Art. Cambridge University Press, 1926, p. 31