André Mirsky
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André Mirsky (Rio de Janeiro, 21 de abril de 1977) é um velejador brasileiro.[1] Tem o começo de sua história no mar escrita por seu pai, Sérgio Mirsky, um dos maiores incentivadores da vela oceânica dos últimos cinquenta anos.
André começou a velejar ainda criança, na classe Oceano, fazendo o caminho inverso da maioria dos jovens que tem interesse pelo iatismo; foi o competidor mais jovem na maioria das regatas que fez entre 1980 e 1990, incluindo a participação na segunda edição da então recém criada Regata Recife-Fernando de Noronha (REFENO), Regata Salvador-Rio, Regata Santos-Rio, Antigua Sailing Week e, aos dez anos, já contabilizava mais de três mil milhas navegadas. Brilhante criança que se tornou um grande jovem pela força, coragem e otimismo de ir em busca de seus sonhos, se tornando o oposto de todos da sua faixa etária e da época.
Regata Volta ao Mundo
[editar | editar código-fonte]Em 2005, André Mirsky participou da seletiva Mundial que o banco ABN AMRO organizou, onde 12 jovens talentos seriam escolhidos para tripular o barco Holanda 2 na perigosa regata Volvo Ocean Race. André se classificou ao lado do amigo Lucas Brun, e ambos começaram um rígido treinamento em Portugal, no balneário de Portimão. Os dois jovens velejadores brasileiros, mesmo sem saber, estavam abrindo as portas para que anos depois outros brasileiros viessem a ser aproveitados por equipes estrangeiras no iatismo profissional. André foi um dos timoneiros do Volvo 60 "Tyco" na vitória da tradicional regata Route du Rhum, que sai de Marseille (França) e chega na antiga colônia francesa, República do Congo. Essa regata durou 35 dias ininterruptos; e ao fim desta longa competição, Lucas Brun e André Mirsky estavam aptos a fazer a regata Volta ao Mundo. Entretanto, com o agravamento clínico que depois resultou na morte do seu maior incentivador (seu pai) logo no início da regata, André foi obrigado a deixar o time holandês. Em seu lugar, entrou Hans Horrevoets, seu treinador e experiente velejador, que acabou tragicamente sendo levado pelo mar na etapa entre Estados Unidos e Inglaterra.
Funções literárias
[editar | editar código-fonte]Sem poder se ausentar do país naquele momento difícil em 2005, o Banco Real ofereceu a André a oportunidade de se manter ligado ao projeto, dessa vez no papel de comentarista de regata. Essa função foi atribuída a ele, já que A. Mirsky, poucos anos antes, tinha escrito, ao lado de Harry Adler e Helio Barroso, o livro na Praia da Saudade, o qual conta a história do Iate Clube do Rio de Janeiro; e por sua vez o nascimento do iatismo no Brasil. Esse trabalho, embora nunca tenha sido publicado na íntegra, dado o pequeno interesse comercial no assunto, é até hoje a maior fonte histórica da Vela Nacional.
Volta ao exterior
[editar | editar código-fonte]Em 2007, André volta a velejar no exterior, convidado para ser tático de uma recém criada equipe de vela oceânica da República Tcheca. Tem início um projeto de dois anos de duração, quando Mirsky sagra-se vice-campeão mundial de vela oceânica em HANKO, na Noruega, em 2007; terceiro lugar no campeonato mundial de vela, em 2008, Athenas - Grécia; vice-campeão Europeu em 2007, 2008; bicampeão do Mediterrâneo da classe IMS; Campeão nacional Esloveno, Checo e Eslovaco por dois anos consecutivos; e vencedor do tradicional Troféu de La Reina, em Valência - Espanha.
O fardo da renovação
[editar | editar código-fonte]Mirsky carregará o peso de estar a altura dos maiores esportistas olímpicos que o esporte brasileiro já teve, isso é, continuar a trilhar o caminho de vitórias de seus ídolos Torben Grael e Robert Scheidt. Embora ainda seja cedo a dizer, André deverá ser o substituto natural desses ícones da vela na classe Star, categoria que já trouxe 5 medalhas olímpicas ao Brasil.