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Lactuca

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaLactuca
alfaces, serralhas
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Clado: angiospérmicas
Clado: eudicotiledóneas
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Asterales
Família: Asteraceae
Subfamília: Cichorioideae
Tribo: Lactucinae
Género: Lactuca
L., 1753
Espécies
Ver texto.
Sinónimos[1]
Lactuca tuberosa.
Flor de uma espécie de Lactuca sp.

Lactuca é um género de plantas com flor pertencente à família Asteraceae (Compostas) que inclui cerca de 120 espécies validamente descritas,[2] que contam com mais de 20 000 variedades, que inclui algumas espécies cultivadas entre as quais Lactuca sativa, a alface comum. O género tem distribuição natural do tipo cosmopolita com centro de diversidade nas regiões temperadas da Eurásia.

Os representantes mais conhecidos do géneros Lactuca são as múltiplas variedades e cultivares de alface comum (Lactuca sativa). A designação «alface-selvagem» é geralmente utilizada para referir os parentes silvestres de alface-comum. Muitas espécies são ervas daninhas comuns. As espécies Lactuca são morfologicamente muito diversas, assumindo uma grande variedade de conformações, o que explica a extensa sinonímia taxonómica aplicada a este género.[3]

A maior parte das espécies é xerófita, adaptada a habitats secos. Algumas, contudo, ocorrem em áreas húmidas, tais como as montanhas da África Central.[3]

Os membros do género Lactuca são herbáceas caulescentes anuais, bienais ou perenes,[4] raramente arbustivas. Algumas espécies apresentam um marcado sabor amargo.

Folhas alternas, de inteiras a pinatisectas, as caulinares geralmente sagitadas, por vezes decorrentes.

Apresentam inflorescências do tipo pseudanto (capítulo ou falsa flor) com floretes de raios amarelos, azuis ou brancos. Invólucro com várias filas de brácteas, cilíndrico, frequentemente cónico na frutificação. Receptáculo sem brácteas interseminais, glabro. Lígulas amarelas, azuladas ou lilases.[4]

O fruto é um aquénio marcadamente comprimido, de contorno obovado, ovado ou oblongo, com a extremidade em bico e geralmente com nervuras laterais, cinzento-pálido ou negro. Papilho formado por duas filas desiguais de tricomas escábridos, brancos ou amarelados.[4]

Várias espécies de Lactuca servem de alimento a larvas de muitas espécies de lepidópteros (Lepidoptera).

Etnobotânica

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A origem da cultura da alface não é clara, afirmando-se que procede da Índia, enquanto outros autores a situam nas regiões temperadas da Eurásia e da América do Norte, a partir da espécie Lactuca serriola.

O cultivo da alface iniciou-se há pelo menos 2500 anos atrás. Era uma verdura já conhecida pelos persas, gregos e romanos. Estes últimos tinham o hábito de a consumir antes de se deitarem após uma ceia abundante para assim poderem conciliar melhor o sono. Na Idade Média o seu consumo começou a declinar, mas voltou a adquirir importância durante o Renascimento.

As primeiras alfaces de que se tem referência são as de folha solta, enquanto que as variedades repolhudas não foram conhecidas na Europa até ao século XVI. Dois séculos mais tarde obtiveram-se numerosas variedades graças aos trabalhos de selecção levados a cabo por horticultores alemães.

Alface selvagem (Lactuca virosa) numa ilustração de Otto Wilhelm Thome em Flora von Deutschland, Österreich und der Schweiz, 1885.
Alface-espinhosa (Lactuca serriola).
Lactuca tenerrima.
Lactuca serriola.

O género foi descrito por Carolus Linnaeus e publicado em Species Plantarum, vol. 2, p. 795–796 em 1753.[5][6] A espécie tipo é Lactuca sativa L., a alface-comum.

A etimologia do nome genérico «Lactuca» deriva de lacte, o termo do latim para designar o leite, e deriva da presença de seiva leitosa nas plantas deste género. ‘Lactuca’ e 'láctico' (de ou relativo ao leite) têm a mesma raiz, 'lactis'.[7]

O conceito de espécie é de difícil aplicação no género Lactuca, variando o número de espécies consideradas válidas desde 50[1] a 75,[8] a 150 ou mesmo a mais de 250 espécies diferentes. Entre as espécies consideradas válidas inclui-se:[1][8][9][10]

  1. a b c Lactuca. Flora of China.
  2. Lactuca en Kilian N., Hand R. & Raab-Straube E. von (general editors), Cichorieae Systematics Portal, 2009 (updated 2017)
  3. a b Lebeda, A., et al. (2004). Geographical distribution of wild Lactuca species (Asteraceae, Lactuceae). The Botanical Review 70(3) 328-56.
  4. a b c Lactuca en Valdés, B. Talavera, S. Y Fernández-Galiano, E.: Flora Vascular de Andalucía Occidental
  5. «Lactuca». Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. Consultado em 13 de agosto de 2012 
  6. Lactuca na BiodiversityLibrary.
  7. Gledhill, David (2008). "The Names of Plants". Cambridge University Press. ISBN 9780521866453 (hardback), ISBN 9780521685535 (paperback), pp, 228
  8. a b Lactuca. Flora of North America.
  9. GRIN Species Records of Lactuca. Germplasm Resources Information Network (GRIN).
  10. Lactuca. The Plant List. Royal Botanic Gardens, Kew, and Missouri Botanical Garden.
  11. «Cicerbita alpina». Agricultural Research Service (ARS), United States Department of Agriculture (USDA). Germplasm Resources Information Network (GRIN). Consultado em 17 de dezembro de 2017 
  12. Lactuca attenuata. Flora Zambesiaca. Royal Botanic Gardens, Kew.
  13. Bano, R. and M. Qaiser. (2011). A taxonomic revision of the genus Lactuca L. (Cichorieae-Asteraceae) from Pakistan and Kashmir. Pakistan Journal of Botany 43(5) 2259–268.
  14. Lactuca homblei. Flora Zambesiaca. Royal Botanic Gardens, Kew.
  15. Lactuca imbricata. Flora Zambesiaca. Royal Botanic Gardens, Kew.
  16. Lactuca lasiorhiza. Flora Zambesiaca. Royal Botanic Gardens, Kew.
  17. Lactuca mwinilungensis. Flora Zambesiaca. Royal Botanic Gardens, Kew.
  18. Lactuca nana. Flora Zambesiaca. Royal Botanic Gardens, Kew.
  19. Santos Guerra, A. 2011. Lactuca palmensis. In: IUCN 2013. IUCN Red List of Threatened Species. Version 2013.1. Downloaded on 07 July 2013.
  20. Draper, D. 2011. Lactuca singularis. In: IUCN 2013. IUCN Red List of Threatened Species. Version 2013.1. Downloaded on 07 July 2013.
  21. Kilian, N. (2001). Lactuca stebbinsii (Lactuceae, Compositae), a puzzling new species from Angola.[ligação inativa] Willdenowia - Annals of the Botanic Garden and Botanical Museum Berlin - Dahlem 31(1) 71–8.
  22. Kyratzis, A., et al. 2011. Lactuca tetrantha. In: IUCN 2013. IUCN Red List of Threatened Species. Version 2013.1. Downloaded on 07 July 2013.
  23. Schaefer, H. 2011. Lactuca watsoniana. In: IUCN 2013. IUCN Red List of Threatened Species. Version 2013.1. Downloaded on 07 July 2013.
  • Davidse, G., M. Sousa-Peña, S. Knapp & F. Chiang Cabrera. (editores generales) 2012. Asteraceae. Fl. Mesoamer. 5(2): ined.
  • Flora of China Editorial Committee. 2011. Fl. China 20–21: 1–992. Science Press & Missouri Botanical Garden Press, Beijing & St. Louis.
  • Flora of North America Editorial Committee, e. 2006. Magnoliophyta: Asteridae, part 6: Asteraceae, part 1. 19: i–xxiv. In Fl. N. Amer.. Oxford University Press, New York.
  • Forzza, R. C. & et al. 2010. 2010 Lista de espécies Flora do Brasil. http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/.
  • Idárraga-Piedrahita, A., R. D. C. Ortiz, R. Callejas Posada & M. Merello. 2011. Flora de Antioquia. Catálogo de las Plantas Vasculares, vol. 2. Listado de las Plantas Vasculares del Departamento de Antioquia. pp. 1–939.
  • Molina Rosito, A. 1975. Enumeración de las plantas de Honduras. Ceiba 19(1): 1–118.
  • Stevens, W. D., C. Ulloa Ulloa, A. Pool & O. M. Montiel. 2001. Flora de Nicaragua. Monogr. Syst. Bot. Missouri Bot. Gard. 85: i–xlii,.

Classificação lineana do género

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Sistema Classificação Referência
Linné Classe Syngenesia, ordem Polygamia aequalis Species plantarum (1753)

Referências

Ligações externas

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