Adriana Varejão
Adriana Varejão | |
---|---|
Nascimento | 11 de novembro de 1964 (60 anos) Rio de Janeiro |
Cidadania | Brasil |
Alma mater |
|
Ocupação | pintora, escultora, desenhista, artista visual |
Distinções |
|
Página oficial | |
http://www.adrianavarejao.net/ | |
Adriana Varejão (Rio de Janeiro, Brasil) é uma artista plástica brasileira contemporânea.
Vida e obra
[editar | editar código-fonte]Nascida no Rio de Janeiro,em 1964, Adriana Varejão passou parte da infância em Brasília. Em 1981, ingressou no curso de engenharia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, abandonando-o no ano seguinte. Começou a sua carreira como artista plástica contemporânea nos anos 80. Entre 1981 e 1985 fez parte dos cursos livres da Escola de Artes Visuais do Parque Lage[1], Rio de Janeiro, e aluga ateliê no bairro do Horto com outros estudantes. Em 1985, viaja para Nova York e tem contato com a pintura do alemão Anselm Kiefer e do americano Philip Guston. Em 1986, recebe o Prêmio Aquisição do 9º Salão Nacional de Artes Plásticas, promovido pela Fundação Nacional de Artes.[2]
Realizou sua primeira exposição individual em 1989, na U-ABC, Stedelijk Museum[3], Amsterdam, Netherlands; Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal.[4]
A artista carrega em suas obras um conceito de arte visceral, peles rasgadas, interiores à mostra e canibalismo. Com um tom político, Adriana Varejão propõe em sua arte um diálogo com a história do Brasil, através da releitura de elementos visuais incorporados à cultura pela colonização, como a pintura de azulejos portugueses, ou a referência à crueza e agressividade da matéria nos trabalhos com “carne”, a artista discute relações paradoxais entre sensualidade e dor (fetiches), violência e exuberância. Seus trabalhos mais recentes trazem referências voltadas para a arquitetura, inspirada em espaços como açougues, botequins, saunas, piscinas etc, e abordam questões tradicionais da pintura, como cor, textura e perspectiva.[2]
Em 2008, foi inaugurado, no Instituto Inhotim, em Brumadinho, Minas Gerais, a galeria Adriana Varejão. Atualmente a artista é representada pela galeria de arte Fortes D'Aloia & Gabriel.[5]
Adriana Varejão recebeu o Prêmio Mario Pedrosa (artista de linguagem contemporânea), da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) e o Grande Prêmio da Crítica, da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), pela exposição “Histórias às margens”, realizada em 2012/13 no MAM SP, MAM Rio e MALBA. Fonte: www.adrianavarejao.net
Participou de diversas exposições nacionais e internacionais, entre elas, na Bienal de São Paulo, Tate Modern em Londres e MoMa em Nova Iorque. Alguns elementos representados com frequência em seu trabalho são os azulejos - desde os azulejos coloniais até os mais ordinários, dos botequins, açougues e hospitais - e as carnes e cortes. Sua obra pode ser vista de forma permanente no pavilhão do Instituto Inhotim, inaugurado em 2008 em Brumadinho, Minas Gerais, e no SESC Guarulhos, São Paulo. A artista está entre as mais bem-sucedidas do circuito mundial.[6]
Onde encontrar suas obras
Suas obras encontram-se em coleções de instituições como:
- Metropolitan Museum of Art, Nova York;
- Solomon R. Guggenheim Museum, Nova York;
- TATE, Londres;
- Fondation Cartier pour l’art contemporain, Paris;
- Instituto Inhotim, Brumadinho, Minas Gerais;
- Museu de Arte Moderna de São Paulo;
- Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro;
- Coleção Gilberto Chateaubriand, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de janeiro;
- Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto;
- Fundación “la Caixa,” Barcelona;
- Stedelijk Museum, Amsterdã;
- Hara Museum, Tóquio.
Exposições institucionais
[editar | editar código-fonte]Entre suas principais exposições institucionais incluem-se:
- “Azulejões,” Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro e Brasília, Brasil (2001);
- “Chambre d’échos / Câmara de ecos,” Fondation Cartier pour l'art Contemporain, Paris (2005, itinerância para o Centro Cultural de Belém, Lisboa; e DA2, Salamanca, Espanha);
- Hara Museum of Contemporary Art, Tóquio (2007);
- “Adriana Varejão - Histórias às Margens,” Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil (2012, itinerância para o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Brasil; e “Adriana Varejão: Historias en los margenes,” Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (MALBA), Argentina , em 2013);
- “Adriana Varejão,” The Institute of Contemporary Art, Boston (2014);
- “Adriana Varejão: Kindred Spirits,” Dallas Contemporary, Texas, USA (2015);
- "Adriana Varejão: Pele do tempo," Fundação Edson Queiroz, Fortaleza, Brasil (2015)
- “Adriana Varejão – por uma retórica canibal,” Museu de Arte Moderna da Bahia, Brasil (2019, itinerância para o Museu de Arte Moderna Aloízio Magalhães (MAMAM), Recife, Brasil);
- “Otros cuerpos detrás. Adriana Varejão,” Museu Tamayo, México (2019);
- Adriana Varejão: Suturas, fissuras, ruínas," Pinacoteca de São Paulo, Brasil (2022)
Bienais
[editar | editar código-fonte]A artista participou da:
- 1994 - V Bienal de Havana, Cuba;
- 1995 - Johannesburg, South Africa Bienalle;
- 1994 -1998 - Bienal de São Paulo;
- 2000- 12th Biennale of Sydney;
- 2004 - International Biennial Exhibition, SITE Santa Fe;
- 1999 - 2006 - Liverpool Biennial;
- 2008 - Bucharest Biennale;
- 2011 - Istambul Biennial;
- 2013 - “30x Bienal,” Fundação Bienal de São Paulo;
- 1997 - 2005 - 2015 - Bienal do Mercosul, Brasil;
- 2015 - 1ª Bienal de Arte de Contemporânea de Coimbra, Portugal.
Obra controversa
[editar | editar código-fonte]Em setembro de 2017, a obra Cena de interior II, de 1994, foi uma dos principais alvos da crítica popular que teria motivado o encerramento precoce da exposição Queermuseu, organizada pela Fundação Santander Cultural, na cidade de Porto Alegre.
A obra foi acusada de apologia à zoofilia ao retratar duas figuras masculinas indistintas com uma cabra; Adriana Varejão, ressalta que "busca jogar luz sobre coisas que muitas vezes existem escondidas" e que Cenas do Interior II é "uma obra adulta feita para adultos".[7]
Esta é uma obra adulta feita para adultos. A pintura é uma compilação de práticas sexuais existentes, algumas históricas (como as shungas, clássicas imagens eróticas da arte popular japonesa) e outras baseadas em narrativas literárias ou coletadas em viagens pelo Brasil. O trabalho não visa julgar essas práticas. Como artista, apenas busco jogar luz sobre coisas que muitas vezes existem escondidas. É um aspecto do meu trabalho, a reflexão adulta.— Adriana Varejão[7]
A explicação foi compreendida pelos críticos, mas o que gerou revolta foi justamente o fato de menores de idade terem acesso à obra que, como a própria artista disse, foi criada para adultos.
Exposições
[editar | editar código-fonte]Exposições Individuais
[editar | editar código-fonte]- 2022 - Adriana Varejão: suturas, fissuras, ruínas, Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil.[8]
- 2021 - Talavera, Gagosian, Nova Iorque, USA.[9]
- 2018 - Otros cueros detrás, Museo Tamoyo, Cidade do México, México.[10]
- prêmios
- 2012 - Grande prêmio da crítica, na categoria Artes Visuais, da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), pela exposição Histórica às margens. [11]
- 2011 - Ordem do Mérito de Cultural pelo Ministério da Cultura do Brasil.[11]
- 2008 - Medalha de Chavalier des Arts et Lettres, do governo francês. [11]
- 2012 – Adriana Varejão, Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brasil
- 2011 – Victoria Miro Gallery, London, UK
- 2009 – Galeria Fortes Vilaça, São Paulo, Brasil
Lehmann Maupin Gallery, New York, USA
- 2008 – Centro de Arte Contemporânea Inhotim, Minas Gerais, Brasil
Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte, Brasil
- 2007 – Hara Museum, Tokyo, Japan
- 2006 – Fotografia como Pintura, Sesc Petrópolis, Rio de Janeiro, Brasil
- 2005 – Chambre d"échos/Câmara de Ecos, Fondation Cartier Pour L´Art Contemporain, Paris, France
Centro Cultural de Belém, Lisboa, Portugal DA2 – Domus Artium 2002 Salamanca, Spain Galeria Fortes Vilaça, São Paulo, Brasil
- 2004 – Saunas, Victoria Miro Gallery, London, UK
- 2003 – Lehmann Maupin Gallery, New York, USA
- 2002 – Galeria Fortes Vilaça, São Paulo, Brasil
Galeria Soledad Lorenzo, Madrid, Spain Victoria Miro Gallery, London, UK
- 2001 – Azulejões, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro , Brasil
Azulejões, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, Brasil Galeria Pedro Oliveira, Porto, Portugal
- 2000 – Azulejões e Charques, Galeria Camargo Vilaça, São Paulo, Brasil
Bildmuseet, Umea, Sweden Borås Konstmuseum, Borås, Sweden Lehmann Maupin Gallery, New York, USA
- 1999 – Alegria, Galeria Camargo Vilaça, São Paulo, Brasil
- 1998 – Trading Images, Pavilhão Branco, Instituto de Arte Contemporânea, Lisboa, Portugal
Galeria Soledad Lorenzo, Madrid, Spain
- 1997 – Galeria Ghislaine Hussenot, Paris, France
- 1996 – Galeria Barbara Farber, Amsterdam, Netherlands
Galeria Camargo Vilaça, São Paulo, Brasil
- 1995 – Annina Nosei Gallery, New York, USA
- 1993 – Thomas Cohn Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, Brasil
- 1992 – Galeria Barbara Farber, Amsterdam, Netherlands
Galeria Luisa Strina, São Paulo, Brasil
- 1991 – Thomas Cohn Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, Brasil
- 1988 – Thomas Cohn Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, Brasil
Exposições coletivas
[editar | editar código-fonte]- 2021 - Brasilidade Pós- Modernismo, Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte.[12]
A exposição Brasilidade Pós – Modernismo ficou em cartaz no ano de 2021 no Centro Cultural Banco do Brasil, a mostra contou com a participação de diversos artistas brasileiros incluindo a Adriana Varejão para celebrar o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922. Com características da arte contemporânea brasileira da atualidade, as obras apresentadas resgataram o legado da ousadia artística cultural proposta pelo Modernismo.[13]
Prêmios
[editar | editar código-fonte]- 2013 - Prêmio Mario Pedrosa, Associação Brasileira de Críticos de Arte[14] e Grande Prêmio da Crítica, da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA)
- 2012 - Grande prêmio da crítica, na categoria Artes Visuais, da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), pela exposição Histórica às margens. [15]
- 2011 - Ordem do Mérito de Cultural pelo Ministério da Cultura do Brasil.[15]
- 2008 - Medalha de Chavalier des Arts et Lettres, do governo francês. [15]
- 1986 - Prêmio Aquisição do 9º Salão Nacional de Artes Plásticas[16]
Referências
- ↑ «Arte visceral de Adriana Varejao»
- ↑ a b «Adriana Varejão». Itaú Cultural. 23 de março de 2017. Consultado em 12 de setembro de 2017
- ↑ Grrr.nl. «Anjo em pedaços - Adriana Varejão». www.stedelijk.nl (em inglês). Consultado em 23 de maio de 2018
- ↑ Currículo de Adriana Varejão, Fortes D'Aloia & Gabriel
- ↑ «Adriana Varejão - Artistas». Fortes D'Aloia & Gabriel. Consultado em 14 de junho de 2024
- ↑ Zylberkan, Mariana. Livro mapeia a nova geração de pintores brasileiros e sua busca pela reinvenção do uso da imagem, Veja onine, 15/04/2012.[ligação inativa]
- ↑ a b Gustavo Foster (11 de setembro de 2017). «"Queermuseu": quais são e o que representam as obras que causaram o fechamento da exposição». Zero Hora. Consultado em 12 de setembro de 2017
- ↑ «Adriana Varejão: Suturas, fissuras, ruínas». Pinacoteca de São Paulo. Consultado em 14 de junho de 2024
- ↑ «Adriana Varejão: Talavera, West 21st Street, New York, May 3–June 26, 2021». Gagosian (em inglês). 13 de junho de 2021. Consultado em 14 de junho de 2024
- ↑ «Otros cuerpos detrás». www.museotamayo.org. Consultado em 14 de junho de 2024
- ↑ a b c «Adriana Varejão – MAM Rio». Consultado em 14 de junho de 2024
- ↑ jessica (11 de novembro de 2021). «Brasilidade: Pós Modernismo – Tour Virtual 360º». CCBB (em inglês). Consultado em 14 de junho de 2024
- ↑ jessica (11 de novembro de 2021). «Brasilidade: Pós Modernismo – Tour Virtual 360º». CCBB (em inglês). Consultado em 14 de junho de 2024
- ↑ AE, Agência Estado (23 Abril 2013). «ABCA divulga prêmios para críticos e artistas». Estadão. Consultado em 12 de setembro de 2017
- ↑ a b c «Adriana Varejão – MAM Rio». Consultado em 14 de junho de 2024
- ↑ «Adriana Varejão». Itaú Cultural. 23 de março de 2017. Consultado em 12 de setembro de 2017
- Adriana Varejão: Entre Carnes e Mares, Editora Cobogá Molina, Camila (30 de abril de 2010). «Adriana Varejão e sua Ficção visual». O Estado de S. Paulo. p. D9, Caderno 2.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]