Saltar para o conteúdo

Adição

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Se procura dependência de substâncias químicas, veja Drogadição.

Adição é uma das operações básicas da aritmética.[1][2] Na sua forma mais simples, a adição combina dois números em um único número, denominado soma, total ou resultado.[1] Adicionar mais números corresponde a repetir a operação. Por extensão, a adição de zero, um ou uma quantidade infinita de números pode ser definida.

Pode também ser uma operação geométrica: a partir de dois segmentos de reta dados é possível determinar um terceiro segmento cujo comprimento seja igual à soma dos dois iniciais.

Comutatividade

[editar | editar código-fonte]
4 2 = 2 4 com blocos

A adição é comutativa, o que significa que se pode mudar a ordem dos termos em uma soma e ainda obter o mesmo resultado. Simbolicamente, se a e b são dois números quaisquer, então:

a b = b a

O fato de que a adição é comutativa é conhecido como a "lei comutativa da adição" ou "propriedade comutativa da adição". Algumas outras operações binárias também são comutativas, como a multiplicação, mas muitas outras, como a subtração e a divisão, não são.

Associatividade

[editar | editar código-fonte]
2 (1 3) = (2 1) 3 com hastes segmentadas

A adição é associativa, o que significa que, ao somar três ou mais números, a forma como os números são agrupados não altera o resultado.

Como exemplo, se a expressão a b c deve ser definida para significar (a b) c ou a (b c)? Dado que a adição é associativa, a escolha da definição é irrelevante. Para quaisquer três números a, b e c, é verdade que (a b) c = a (b c). Por exemplo, (1 2) 3 = 3 3 = 6 = 1 5 = 1 (2 3).

Quando a adição é usada juntamente com outras operações, a ordem das operações torna-se importante. Na ordem padrão das operações, a adição tem uma prioridade menor do que exponenciação, raízes enésimas, multiplicação e divisão, mas tem a mesma prioridade que a subtração.[3]

Elemento identidade

[editar | editar código-fonte]
5 0 = 5 com conjuntos de pontos

Adicionar zero a qualquer número não muda o número; isso significa que zero é o elemento identidade para a adição e também é conhecido como a identidade aditiva. Em símbolos, para todo a, temos:

a 0 = 0 a = a.

Esta lei foi identificada pela primeira vez na obra de Brahmagupta Brahmasphutasiddhanta em 628 d.C., embora ele a tenha escrito como três leis separadas, dependendo se a é negativo, positivo ou zero, utilizando palavras em vez de símbolos algébricos. Mais tarde, matemáticos indianos refinaram o conceito; por volta do ano 830, Mahavira escreveu: "zero torna-se o mesmo que o que é adicionado a ele", correspondendo à afirmação unária 0 a = a. No século XII, Bhaskara escreveu: "Na adição de zero, ou subtração dele, a quantidade, positiva ou negativa, permanece a mesma", correspondendo à afirmação unária a 0 = a.[4]

No contexto dos números inteiros, a adição de um também desempenha um papel especial: para qualquer inteiro a, o inteiro (a 1) é o menor inteiro maior que a, também conhecido como o sucessor de a.[5] Por exemplo, 3 é o sucessor de 2 e 7 é o sucessor de 6. Devido a essa sucessão, o valor de a b também pode ser visto como o b-ésimo sucessor de a, tornando a adição uma sucessão iterada. Por exemplo, 6 2 é 8, porque 8 é o sucessor de 7, que é o sucessor de 6, tornando 8 o 2º sucessor de 6.

Para somar numericamente quantidades físicas com unidades, elas devem ser expressas com unidades comuns.[6] Por exemplo, adicionar 50 mililitros a 150 mililitros resulta em 200 mililitros. No entanto, se uma medida de 5 pés for estendida por 2 polegadas, a soma é 62 polegadas, uma vez que 60 polegadas é sinônimo de 5 pés. Por outro lado, geralmente não faz sentido tentar somar 3 metros e 4 metros quadrados, uma vez que essas unidades são incomparáveis; esse tipo de consideração é fundamental na análise dimensional.[7]

Símbolo matemático da soma.

Se os termos, são escritos individualmente, então a adição é escrita usando-se o sinal mais, ou chus (em português arcaico) (" "). Assim, a soma de 1, 2 e 4 é escrita como 1 2 4 = 7. Se os termos da soma não são escritos individualmente, então podemos usar reticências (...) para marcar os termos que foram omitidos. Assim, a soma de todos os números naturais de 1 a 100 é escrita como 1 2 … 99 100.

De forma alternativa, a soma pode ser representada pelo símbolo de somatório, que é a letra grega Sigma maiúscula. Isso é definido como:

O subscrito i fornece o símbolo para uma variável, i. Aqui, i representa o índice do somatório; m é o limite inferior do somatório, e n é o limite superior do somatório. Assim, por exemplo:

Podemos também considerar somas com uma quantidade infinita de termos, chamadas de séries infinitas. A diferença na notação seria o uso do símbolo de infinito (∞) no lugar dos limites inferior e/ou superior. A soma de tais séries é definida como o limite da soma dos n primeiros termos quando n cresce sem limites. Isto é:

Podemos substituir de forma similar m por infinito negativo, e

para algum m, desde que ambos os limites existam.

Relações com outras operações e constantes

[editar | editar código-fonte]

É possível somar menos que 2 números:

  • Se você somar o termo único x, então a soma é x;
  • Se você somar zero termos, então a soma é zero, porque zero é o elemento neutro da adição. Isso é conhecido como soma vazia.

Esses casos degenerados são normalmente usados apenas quando a notação de soma dá um resultado degenerado num caso especial. Por exemplo, se m = n na definição acima, então há apenas um termo na soma; se m = n 1, então não há nenhum.

Muitas outras operações podem ser pensadas como somas generalizadas. Se um termo único x aparece numa soma n vezes, então a soma é nx, o resultado de uma multiplicação. Se n não é um número natural, então a multiplicação ainda pode fazer sentido, de modo que temos uma espécie de noção de somar um termo, digamos, duas vezes e meia.

Um caso especial é a multiplicação por -1, que leva ao conceito de inverso aditivo, e a subtração, a operação inversa da adição.

A versão mais geral destas ideias é a combinação linear, em que qualquer quantidade de termos é incluída em uma soma generalizada qualquer número de vezes.

As identidades a seguir são bastante úteis:

 (ver séries aritméticas);
 (ver séries geométricas);
 (caso especial do anterior em que )
 (caso especial do anterior, );
 (ver coeficiente binomial);

Em geral, a soma das n primeiras potências de m é

onde é o k-ésimo número de Bernoulli.

As seguintes expressões são aproximações úteis (usando notação teta):

 para toda constante real c maior que -1;
  para toda constante real c maior que 1;
  para toda constante real c maior ou igual a zero;
  para todas constantes reais não-negativas c e d;
  para todas constantes reais b > 1, c, d.

Aproximação por integrais

[editar | editar código-fonte]

Muitas aproximações podem ser obtidas pela seguinte conexão entre somas e integrais, válida para qualquer função crescente f:

Para aproximações mais gerais, ver a fórmula de Euler-Maclaurin.

A adição também é usada na teoria musical dos conjuntos. George Perle fornece o exemplo seguinte:

"dó-mi, ré-fá♯, mi♭-sol, são instâncias diferentes do mesmo intervalo… o outro tipo de identidade… está relacionado a eixos de simetria. Dó-mi pertence à família de díades simetricamente relacionadas, como segue:"
ré♯ mi fá♯ sol sol♯
dó♯ si lá♯ sol♯
Eixos de alturas em itálico, o eixo é determinado pela classe de alturas.

Assim, além de serem parte da família de intervalos-4, dó-mi também é parte da família soma-2 (com G♯ igual a 0).

A linha de tonalidades para a Lyric Suite de Alban Berg, , é uma série de seis díades, todas somando 11. Se a linha é rotacionada e invertida, ela se torna , em que todas as díades somam 6.

Díades sucessivas da linha de tonalidades de Lyric Suite, todas somando 11
sol ré♯ lá♯ mi♯
si mi sol♯ dó♯ fá♯
Eixos de alturas em itálico, o eixo é determinado pelas díades (intervalo 1).

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Novaes, Jean Carlos. «Adição e Suas Propriedades Fundamentais na Matemática». Matemática Básica. Consultado em 9 de junho de 2018 
  2. Silva, Luiz Paulo Moreira. «Adição». Brasil Escola. Consultado em 9 de junho de 2018 
  3. Bronstein, Ilja Nikolaevič; Semendjajew, Konstantin Adolfovič (1987) [1945]. «2.4.1.1.». In: Grosche, Günter; Ziegler, Viktor; Ziegler, Dorothea. Taschenbuch der Mathematik (em alemão). 1. Traduzido por Ziegler, Viktor. Weiß, Jürgen 23 ed. Thun and Frankfurt am Main: Verlag Harri Deutsch (and B.G. Teubner Verlagsgesellschaft, Leipzig). pp. 115–120. ISBN 978-3-87144-492-0  Parâmetro desconhecido |title-link= ignorado (ajuda)
  4. Kaplan pp. 69–71
  5. Hempel, C.G. (2001). A filosofia de Carl G. Hempel: estudos em ciência, explicação e racionalidade. p. 7
  6. R. Fierro (2012) Mathematics for Elementary School Teachers. Cengage Learning. Sec 2.3
  7. Moebs, William; et al. (2022). «1.4 Dimensional Analysis». University Physics Volume 1. [S.l.]: OpenStax. ISBN 978-1-947172-20-3 
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Addition».