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Acianthera

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Acianthera
Acianthera luteola
Classificação científica e
Reino: Plantae
Clado: Tracheophyta
Clado: Angiospermae
Clado: Monocotiledónea
Ordem: Asparagales
Família: Orchidaceae
Subfamília: Epidendroideae
Tribo: Epidendreae
Subtribo: Pleurothallidinae
Gênero: Acianthera
Scheidw.
Sinónimos[1]
  • Cryptophoranthus Barb.Rodr.
  • Brenesia Schltr.
  • Geocalpa Brieger in F.R.R.Schlechter, invalid
  • Sarracenella Luer
  • Aberrantia Luer
  • Didactylus Luer
  • Unguella Luer
  • Arthrosia (Luer) Luer
  • Dondodia Luer
  • Ogygia Luer
Acianthera ochreata

Acianthera é um género botânico pertencente à família das orquídeas (Orchidaceae) ao qual estão subordinadas cerca de 218 espécies distribuídas por praticamente todos os países da América Latina, exceto o Chile. São plantas epífitas ou mais raro, rupícolas, muito variáveis, de pequenas a grandes, de crescimento reptante, ou cespitoso, pendentes ou eretas, ocasionalmente achatadas sobre o substrato, mas quase sempre bastante robustas. Sua inflorescência racemosa pode conter uma ou muitas flores que raramente ultrapassam um centímetro de comprimento e quase sempre são pubescentes e espessas, com sépalas laterais concrescidas.

Apesar do gênero ter sido proposto em 1842, foi ignorado pelos botânicos até o início dos anos 2000, quando pesquisas de genética molecular demonstraram a conveniência de aceitar-se a proposta. Até então, todas estas espécies eram consideradas membros de Pleurothallis, nome pelo qual ainda são popularmente conhecidas. Como a subtribo Pleurothallidinae, à qual pertencem, é composta por mais de quatro mil espécies, ainda devem passar-se alguns anos até que a relação entre todas as espécies sejam conhecidas e cada uma delas atribuída ao gênero em que devem ser classificadas, mormente porque muitas de suas espécies são raras, pouco conhecidas ou suas descrições não trazem informações suficientes para a correta identificação da espécie. Como suas flores quase nunca são vistosas, de modo geral despertam interesse apenas em colecionadores especializados, o que acaba dificultando as oportunidades dos pesquisadores encontraram as espécies que necessitam para seus estudos.

O nome é uma referência à posição da antera de alguma de suas espécies.

Publicação e sinônimos

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  • Acianthera Scheidw., Allg. Gartenzeitung 10: 292 (1842).
  • Espécie tipo: Acianthera recurva (Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase, (2001).

Sinônimos:

  • Pleurobotryum Barb.Rodr., Gen. Spec. Orchid. 1: 20 (1877).
  • Cryptophoranthus Barb.Rodr., Gen. Spec. Orchid. 2: 79 (1881).
  • Brenesia Schltr., Repert. Spec. Nov. Regni Veg. Beih. 19: 199 (1923).
  • Geocalpa Brieger, Schlechter Orchideen 7(25-28): 440 (1975), no Latin descr. or type.
  • Sarracenella Luer, Selbyana 5: 388 (1981).
  • Aberrantia Luer, Monogr. Syst. Bot. Missouri Bot. Gard. 103: 310 (2005).
  • Didactylus Luer, Monogr. Syst. Bot. Missouri Bot. Gard. 103: 310 (2005).
  • Unguella Luer, Monogr. Syst. Bot. Missouri Bot. Gard. 103: 310 (2005).
  • Arthrosia (Luer) Luer, Monogr. Syst. Bot. Missouri Bot. Gard. 105: 248 (2006).
  • Dondodia Luer, Monogr. Syst. Bot. Missouri Bot. Gard. 105: 85 (2006).
  • Ogygia Luer, Monogr. Syst. Bot. Missouri Bot. Gard. 105: 252 (2006).

Distribuição

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Existem em todos os países latino-americanos, exceto o Chile. Estimamos que o número de espécies deste gênero encontradas no Brasil seja próximo de cem.

Epífitas ou rupícolas, vivendo nas condições mais diversas, desde florestas sombrías e úmidas, até áreas semi desérticas, sobre rochas debaixo de sol pleno.

Anullus - Estrutura persistente, presente entre o final do ramicaule e o início da folha, que existe em alguns gêneros de Pleurothallidinae. A foto mostra exemplares vivos e secos em uma Anathallis bocainensis. As Acianthera não tem essa estrutura.

Quando iniciou seu estudo sistemático da subtribo Pleurothallidinae, Carl A. Luer propôs que se estabelecesse um subgênero de Pleurothallis, ao qual denominou Acianthera, vagamente baseado nas características da Acianthera recurva. Dentre outras características, com algumas exceções, estas espécies podem ser reconhecidas por apresentarem flores mais ou menos carnosas, com duas polínias, de sépalas laterais concrescidas, que brotam solitárias ou em pequeno número de inflorescências terminais do ramicaule, com folhas sésseis, mas algumas vezes com a base dando a impressão de ser contínua ao ramicaule, e este sem a presença do annulus, estrutura já definida ao tratarmos de Pleurothallis. São plantas bastante variáves, pequenas ou grandes.

Em 2001, Mark w. Chase et al., publicaram no American Journal of Botany um estudo preliminar sobre a filogenia desta subtribo. Segundo os resultados encontrados, este gênero, por si só, forma o terceiro grande clado de espécies de Pleurothallidinae, separado das outras Pleurothallis. Estaria inserido entre o grupo de Barbosella, Restrepia e Myoxanthus por um lado e de Lepanthes, Zootrophion, Trichosalpinx e Anathallis de outro.

Acianthera glumacea
Acianthera gracilisepala

O gênero Acianthera foi proposto por Scheidweiler em Allgemeine Gartenzeitung 10(37): 292, em 1842, ao descrever a Acianthera punctata, hoje considerada sinônimo da Acianthera recurva. Desde sua proposição, Acianthera foi um gênero amplamente ignorado pelos taxonomistas. Até recentemente todas suas espécies estavam subordinadas a Pleurothallis. Carlyle August Luer foi um dos primeiros estudiosos a prestarem atenção a este gênero.

Em sua proposta sistemática inicial, publicada em 1986, Luer dividia este subgênero em diversas seções e subseções, algumas destas similares às publicadas por Guido Pabst & Fritz Dungs no Orchidaceae Brasilienses, outras referentes a espécies não encontradas no Brasil. Em 2003, Luer publicou um estudo mais abrangente sobre este subgênero, que no entanto ainda não aborda as espécies brasileiras, neste trabalho Luer resolveu abandonar suas subdivisões alegando haver muitas espécies intermediárias.

Como o estudo não inclui as espécies brasilieras, ou pelo menos, não as exclusivamente brasileiras, que são muitas, o abandono das subdivisões de certa forma dificulta o entendimento e manejo do subgênero. Em vista disso resolvemos aqui tratar de três dessas subdivisões, hora consideradas por Luer como subgêneros de Pleurothallis, hora de Specklinia, hora de Acianthera, como se fossem gêneros à parte, mesmo porque por muitos anos o foram e até hoje esses nomes são assim utilizados. Trazemos então as seções ou subgêneros Cryptophoranthus, Sarracenella e Phloeophila em separado.

Desde outubro de 2022, Plants of the World Online aceitou cerca de 300 espécies dentro de Acianthera:[2]

Acianthera bicornuta
Acianthera binotii
Acianthera karlii
Acianthera fockei
Acianthera klotzschiana
Acianthera macropoda
Acianthera maculiglossa
Acianthera marumbyana
Acianthera rostellata

Tratamento infragenérico

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Acianthera bidentula

Em 1986, Quando Luer ainda iniciava sua série de trabalhos sobre Pleurothallidinae, publicou uma revisão do gênero Pleurothallis, aos quais as Acianthera estavam subordinadas então. Nesta revisão dividiu Pleurothallis em uma grande série de subgêneros e secções. Nos anos seguintes mudou de ideia e elevou alguns desses subgêneros a gêneros, extinguiu secções e criou outras. Desde então Luer não publicou qualquer revisão das espécies do Brasil de modo que essas primeira revisão inicial, aliadas à revisão que Pabst fez em 1978 no Orchidaceae Brasilienses são as duas únicas referências que temos hoje, ambas escritas há décadas.

Em fevereiro de (2012) Chiron e van den Berg publicaram uma revisão preliminar de Acianthera dividindo o gênero em diversas secções e subsecções. A publicação é baseada em genética molecular e apenas determina as espécies-tipo de cada uma das secções, bem como a possível quantidade de espécies a serem incluídas em cada uma delas. Os autores afirmam que obtiveram estes números de uma análise combinada das publicações de Luer e Pabst à luz dos dados revelados pela genética.

Na realidade alguns resultados não foram conclusivos e muitas espécies precisam ser melhor resolvidas antes da publicação de um revisão completa. Além disso, praticamente só analisaram espécies brasileiras de modo que é possível que mais secções sejam necessárias.

A seguir, vem as seções publicadas por Chiron e Van den Berg, bem como algumas extras propostas por Luer, porém como gêneros ou subgêneros, os quais hoje sabemos estarem inseridos nos clados de Acianthera.

Referências

  • Luer, Carlyle A.: Icones Pleurothallidinarum (sistemática de Pleurothallidinae), volumes I a XIX, Missouri Botanical Garden (1978-2007).
  • Pridgeon, A.M., Cribb, P.J., Chase, M.A. & Rasmussen, F. eds. (2006). Genera Orchidacearum 4 - Epidendroideae (Part 1). Oxford Univ. Press.

Ligações externas

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