Éder Mauro
Éder Mauro | |
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Deputado federal pelo Pará | |
No cargo | |
Período | 1º de fevereiro de 2015 até a atualidade |
Legislatura | 55ª (2015–2019) 56ª (2019–2023) 57ª (2023–2027) |
Dados pessoais | |
Nome completo | Éder Mauro Cardoso Barra |
Nascimento | 14 de dezembro de 1960 (63 anos) Belém, PA |
Alma mater | Universidade Federal do Pará |
Prêmio(s) | Medalha do Pacificador[1] |
Filhos(as) | Rogério Barra |
Partido | PFL (1988-2001) PTB (2001-2013) PSD (2013-2022) PL (2022-presente) |
Profissão | Delegado de Polícia (1984-2014) |
Éder Mauro Cardoso Barra (Belém, 14 de dezembro de 1960), também conhecido como Delegado Éder Mauro, é um delegado de polícia e político brasileiro, filiado ao Partido Liberal (PL).[2] Atualmente é deputado federal pelo estado do Pará. Também ficou conhecido por haver gastado, no ano de 2020, cento e dois mil reais de sua cota parlamentar com o aluguel de lanchas.[3]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Filho de Vivaldo de Jesus Barra e Maria Trindade Martins Cardoso, Éder Mauro cursou a educação básica na Escola Estadual Pedro Amazonas Pedroso, em Belém do Pará, trabalhando como contínuo (office boy) desde os treze anos de idade.[4]
Ao completar dezessete anos, iniciou o curso de direito da Universidade Federal do Pará (UFPA), graduando-se aos vinte e dois anos de idade.[4]
Logo após a graduação, ingressou na carreira policial como delegado de polícia em Belém, permanecendo no cargo durante trinta anos, entre 1984 e 2014,[5] quando disputou pela primeira vez uma eleição para deputado federal pelo Pará, conseguindo eleger-se para a 55.ª legislatura (2015-2019), à época filiado ao Partido Social Democrático (PSD), recebendo 265.983 votos e assumindo o mandato em fevereiro de 2015.[4]
Em 5 de agosto de 2016, teve o seu nome confirmado pelo PSD para concorrer à prefeitura de Belém, em uma convenção realizada em uma casa de shows no bairro do Reduto.[6] O deputado, porém, ocupou a terceira ocupação naquele pleito, angariando 128.549 votos (16,53%) e ficando atrás de Zenaldo Coutinho (PSDB) e Edmilson Rodrigues (PSOL).[7]
Em 2018, Éder Mauro foi novamente eleito deputado federal pelo Pará para a 56.ª legislatura (2019-2023).[8]
Trajetória e atuação política
[editar | editar código-fonte]Durante sua primeira legislatura, Éder Mauro integrou como titular as comissões de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia (CINDRA), Direitos Humanos e Minorias (CDHM), Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO), Seguridade Social e Família (CSSF) e Comissão de Minas e Energia (CME).[9] Já durante sua legislatura atual, o deputado atua como vice-líder da executiva estadual do Partido Social Democrático (PSD)[10] no Pará e integra as comissões de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), Direitos Humanos e Minorias (CDHM) e de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO).[9] Além disso, em 6 de fevereiro de 2019, Éder Mauro foi eleito por unanimidade como o novo coordenador da bancada do Pará na câmara dos deputados.[11]
Integrante da frente parlamentar conhecida como Bancada da bala, a atuação de Éder Mauro na câmara dos deputados destaca-se principalmente pela defesa da flexibilização das leis sobre o armamento civil e pelo posicionamento contrário às políticas desarmamentistas.[12] O deputado também integra a bancada evangélica[13] do Congresso Nacional e faz parte da base aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro, porém,[14] durantes as eleições estaduais de 2018 no estado do Pará, Éder Mauro defendeu a posição do PSD de integrar a base de apoio do então candidato Helder Barbalho, filiado ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB).[15]
Ainda sobre sua atuação na câmara dos deputados, em abril de 2016, Éder Mauro votou a favor da admissibilidade do processo de impeachment de Dilma Rousseff[16] e, em 2017, durante o Governo Michel Temer, votou a favor da PEC do Teto dos Gastos Públicos.[16] No mês de abril do mesmo ano, o deputado foi favorável à Reforma Trabalhista[17] e, em agosto, votou contra o processo em que se pedia abertura de investigação do presidente Michel Temer, ajudando a arquivar a denúncia do Ministério Público Federal.[18]
Em 2024, Éder Mauro se candidatou como prefeito da capital Belém, chegando ao segundo turno, mas foi derrotado por Igor Normando, do MDB. O deputado recebeu 326.411 votos, equivalentes a 43,64% dos votos válidos.[19]
Controvérsias
[editar | editar código-fonte]Acusações de crimes praticados
[editar | editar código-fonte]Em 2013, o deputado e outros cinco policiais já haviam sido acusados por torturar e forjar um flagrante de extorsão contra uma mulher que, supostamente, teria sido atraída ao escritório do então prefeito da cidade de Santa Izabel do Pará, Marió Kató (PMDB), para ser paga por uma dívida mas foi abordada e agredida pelos policiais. Ainda no mesmo ano, os acusados foram absolvidos por falta de provas.[20]
Em setembro de 2015, o Tribunal de Justiça do Estado do Pará remeteu ao Supremo Tribunal Federal (STF), um processo contra Éder Mauro por omissão em crimes de extorsão e tortura, supostamente praticados por agentes sob sua liderança enquanto delegado da polícia civil do Pará.[21] O caso foi julgado improcedente por falta de provas em 2016 pela Segunda Turma do STF, o que levou a sua absolvição.[22]
Em 1 de maio de 2019, Éder Mauro teve seu perfil oficial no Facebook removido devido à publicação de conteúdos considerados violentos e que violavam as diretrizes do site.[23] Já em 26 de maio do mesmo mês, durante uma eleição para associação de moradores em Belém, Éder Mauro foi acusado de agredir a advogada e servidora pública Bruna Lorrane. Segundo Bruna, as agressões lhe causaram vários "hematomas" pelo corpo. Éder Mauro classificou as acusações como "fake news".[24]
Em julho de 2019, Mauro foi denunciado à Procuradoria Geral da República por suposto crime de homofobia. Ele teria criticado o fato de um estudante e ativista LGBTI ter sido eleito coordenador-geral do Diretório Central de Estudantes. O estudante disse que o episódio configurava "ato de homofobia" e que, após o ocorrido, passara a sofrer manifestações de ódio na internet.[25]
Acusação de quebra de decoro parlamentar
[editar | editar código-fonte]Em 2015, o então deputado federal Jean Wyllys classificou como fraude um vídeo postado por Éder Mauro, e o acusou de manipular falas antigas fora de contexto com a intenção de prejudicar a imagem pública de Jean. Mauro respondeu ao Conselho de Ética da câmara dos deputados pela divulgação do vídeo mas negou ter sido o autor da manipulação.[26] Em setembro de 2017, porém, o Conselho de Ética arquivou por unanimidade o processo por quebra de decoro contra o deputado Éder Mauro e não aplicou nenhuma punição.[27]
Impunidade a políticos acusados de assassinato
[editar | editar código-fonte]Em 10 de abril de 2024, Éder Mauro foi um dos deputados que votou na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados em favor da soltura do deputado Chiquinho Brazão que é acusado pela Polícia Federal de ser mandante do assassinato da ex-vereadora carioca Marielle Franco e, também, de possuir vínculos com organizações criminosas milicianas do Rio de Janeiro.[28]
Referências
- ↑ «Boletim do Exército do Brasil de julho de 2020». Secretaria Geral do Exército do Brasil (pdf). Consultado em 10 de setembro de 2020
- ↑ «Bolsonaro acompanha filiação de deputados aliados ao PL». Poder360. 12 de março de 2022. Consultado em 12 de março de 2022
- ↑ «Hidroavião garante presença de deputado em festa». IstoÉ Dinheiro. 8 de fevereiro de 2021. Consultado em 9 de maio de 2024
- ↑ a b c Delegado Éder Mauro 2015.
- ↑ Câmara dos Deputados.
- ↑ G1 2016.
- ↑ G1 Apuração 2016.
- ↑ Toda Política 2018.
- ↑ a b Câmara dos Deputados - Titular em exercício 2019 - 2023 2019.
- ↑ PSD Pará.
- ↑ PSD na Câmara 2019.
- ↑ O Globo 2015.
- ↑ Câmara dos Deputados - Frentes Parlamentares.
- ↑ UOL 2018.
- ↑ Diário Online 2018.
- ↑ a b G1 2017.
- ↑ Carta Capital 2017.
- ↑ Carta Capital - Denúncia contra Temer 2017.
- ↑ «Igor Normando (MDB) derrota Éder Mauro (PL) e é eleito prefeito de Belém». UOL. 27 de outubro de 2024. Consultado em 29 de outubro de 2024
- ↑ Folha vitória 2016.
- ↑ Estadão 2016.
- ↑ STF 2016.
- ↑ Bergamo 2019.
- ↑ G1 PA 2019.
- ↑ G1 PA - Belém 2019.
- ↑ Diário Online 2016.
- ↑ Câmara dos Deputados - Notícias 2017.
- ↑ «QUAIS FORAM OS DEPUTADOS QUE VOTARAM NA CCJ PARA SOLTAR CHIQUINHO BRAZÃO». Congresso em Foco. Consultado em 10 de abril de 2024
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Bergamo, Mônica (2019). «Facebook remove página oficial de deputado federal do Pará». Folha de S.Paulo. Consultado em 7 de outubro de 2019
- Câmara dos Deputados. «DELEGADO ÉDER MAURO - Biografia». Consultado em 17 de junho de 2019
- Câmara dos Deputados - Frentes Parlamentares. «Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional». Consultado em 17 de junho de 2019
- Câmara dos Deputados - Notícias (2017). «Conselho de Ética arquiva processo contra Delegado Éder Mauro e instaura pedido contra Wladimir Costa». Consultado em 17 de junho de 2019
- Câmara dos Deputados - Titular em exercício 2019 - 2023 (2019). «DELEGADO ÉDER MAURO». Consultado em 17 de junho de 2019
- Carta Capital (2017). «Reforma trabalhista: como votaram os deputados». Consultado em 18 de setembro de 2017
- Carta Capital - Denúncia contra Temer (2017). «Como votou cada deputado sobre a denúncia contra Temer». Consultado em 18 de setembro de 2017
- Delegado Éder Mauro (2015). «Perfil Delegado Éder Mauro Cardoso Barra». Consultado em 11 de julho de 2015
- Diário Online (2016). «Wyllys diz que vídeo foi adulterado por Éder Mauro». Consultado em 14 de setembro de 2016
- Diário Online (2018). «PSD sinaliza apoio ao MDB nas eleições 2018 no Pará». Consultado em 25 de junho de 2019
- Estadão (2016). «STF abre inquérito contra deputado do PSD por tortura». Consultado em 14 de janeiro de 2016
- Folha vitória (2016). «STF abre inquérito contra deputado do PSD por tortura». Consultado em 27 de janeiro de 2016. Arquivado do original em 2 de fevereiro de 2016
- G1 (2016). «PSD lança Eder Mauro como candidato à Prefeitura de Belém». Consultado em 7 de agosto de 2016
- G1 Apuração (2016). «Eleições 2016»
- G1 (2017). «Veja como deputados votaram no impeachment de Dilma, na PEC 241, na reforma trabalhista e na denúncia contra Temer». Consultado em 11 de outubro de 2017
- G1 PA (2019). «Deputado federal Éder Mauro é acusado de agredir servidora transexual durante votação em Belém». Consultado em 7 de outubro de 2019
- G1 PA - Belém (2019). «Liderança estudantil denuncia deputado federal Éder Mauro à PGR por homofobia». Consultado em 7 de outubro de 2019
- O Globo (2015). «Delegados, policiais e cabos da 'bancada da bala' dominam Comissão de Segurança da Câmara». Consultado em 17 de junho de 2019
- PSD Pará. «Executiva Estadual». Consultado em 17 de junho de 2019
- PSD na Câmara (2019). «Éder Mauro é o novo coordenador da bancada do Pará na Câmara». Consultado em 17 de junho de 2019
- STF (2016). «Notícias STF: Segunda Turma absolve deputado Éder Mauro (PSD-PA) por falta de provas»
- Toda Política (2018). «Eleições 2018». Consultado em 17 de junho de 2019
- UOL (2018). «Eleito, Bolsonaro descansa em casa no Rio e recebe deputados aliados». Consultado em 17 de junho de 2019
- Nascidos em 1960
- Deputados federais do Brasil pelo Pará
- Membros do Partido Social Democrático (2011) do Pará
- Naturais de Belém (Pará)
- Alunos da Universidade Federal do Pará
- Delegados de polícia do Brasil
- Membros do Democratas (Brasil)
- Membros do Partido Trabalhista Brasileiro
- Membros do Partido Social Democrático (2011)
- Membros do Partido Liberal (2006)