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Neorrenascença

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Prefeitura de Hamburgo (Alemanha), edifício neorrenascentista de caráter germânico construído entre 1884 e 1887.

Neorrenascença ou Neorrenascimento é um estilo artístico revivalista surgido no século XIX. O estilo manifestou-se principalmente na arquitetura, estando filiado à arquitetura historicista, mas também influenciou as artes decorativas. Como indica o nome, o estilo retomava as formas arquitetônicas e decorativas do Renascimento europeu dos séculos XIV, XV, XVI e princípios do XVII.

A arquitetura renascentista original caracterizou-se por uma grande variedade de formas dependendo da época e do país. De maneira similar, a arquitetura neorrenascentista teve inúmeras vertentes, dependendo das fontes de inspiração serem o renascimento italiano, francês, germânico, inglês ou outro. Devido a isso é difícil definir características em comum do estilo, podendo-se considerar que existiram vários estilos neorrenascentistas.

Outro fator importante é que, frequentemente, os projetos misturavam elementos da arquitetura neorrenascentista com o neogótico, o neoclassicismo e o neobarroco, dando origem a edificações ecléticas. Assim, obras importantes como a Ópera Garnier (1861–74) de Paris e a Ópera Semper (1871–78) em Dresden são uma mistura de renascença, barroco e neoclassicismo.

Alguns dos modelos mais comuns para a arquitetura neorrenascentista foram os palazzi renascentistas italianos como o Palácio Pitti em Florença e o Palácio Farnese em Roma. Na vertente francesa foram modelos châteaux como o Palácio de Chambord e o Palácio de Blois, localizados no vale do rio Loire. Na Alemanha e norte da Europa serviram de modelos as várias prefeituras (Rathäuser) e palácios dos séculos XVI e XVII, enquanto na Inglaterra os modelos comumente usados foram as casas de campo e palácios do período isabelino.

Foi o estilo predilecto pela sociedade industrial, tanto que caracterizou grande parte da produção arquitetónica do século XIX.[1] As razões deste sucesso residem em vários factores: em primeiro lugar, a análise da arquitectura italiana dos séculos XV e XVI não exigia reconstruções arqueológicas nem campanhas de escavações; além disso, o estilo renascentista permaneceu, ao longo dos séculos, como um ideal estético de referência para a cultura europeia. Somou-se a esses elementos a difusão de textos que tiveram grande influência no projeto de edifícios, pois estabeleceram modelos capazes de dar dignidade histórica às necessidades da sociedade industrial[1]: entre estes vale citar Palais, maison, et autres édifices modernés à Rome, de Charles Percier e Pierre-François-Léonard Fontaine (1809), e Edifícios da Roma moderna, de Paul Letarouilly (de 1840).

O estilo neo-renascentista foi utilizado sobretudo em residências e edifícios públicos. As suas características são: composições em blocos, a busca pela simetria, a presença de um ou mais pátios e a utilização de tímpanos, colunas, pilastras, silhares e outros elementos decorativos retirados da época renascentista.

O Palácio Leuchtenberg de Munique atende a esses requisitos , projetado por Leo von Klenze em 1816 inspira-se no Palazzo Farnese de Roma. Também em Munique, o próprio von Klenze criou uma série de edifícios em estilo italiano , como o Königsbau (construído entre 1826 e 1835 com base no modelo do Palazzo Pitti) e o Alte Pinakothek (1826-1830 , inspirado no Palazzo della Cancelleria) . .

No Reino Unido o principal expoente desta corrente (com exceção do Palladianismo, que não teve caráter revivalista, mas foi a continuação direta de uma longa tradição) foi Charles Barry, que construiu a sede do Reform Club e dos Travellers Club em Londres, respectivamente sob influência do Palazzo Pandolfini em Florença e do Palazzo Farnese em Roma. Em particular, para o Reform Club desenhou um pátio interno de planta quadrada, com duas ordens de loggias elevadas, cobertas por elegantes abóbadas de ferro e vidro, tipicamente oitocentista.

Na Itália já se encontram tendências neo-renascentistas a partir da obra de Giuseppe Piermarini, mas as características mais ecléticas emergem entre a segunda metade do século XIX e o início século XX, altura em que este estilo uniformizou os novos edifícios construídos na sequência dos planos de demolição e reconstrução de alguns centros históricos. Por exemplo, a Galleria Vittorio Emanuele II de Milão (iniciada em 1865), o Palazzo delle Assicurazioni Generali di Milano têm uma impressão neorenascentista (1901) e de Florença (1871) e as loggias da Piazza della Repubblica (1885- 1895) em Florença, o Palazzo Koch de Roma (1880-1892), a Galleria Umberto I (1887-1890) e o Palazzo della Borsa de Nápoles (1895-1899).

O estilo desenvolveu-se também na Europa de Leste, especialmente nas Reino da Hungria (Ópera e Basílica de Santo Estêvão (Budapeste). Em vez disso, na França espalhou-se uma corrente inspirada no Classicismo francês e, por isso, caracterizada por grandes telhados de quatro águas; este projecto foi introduzido na reconstrução do Hótel de Ville de Paris, atingiu o seu auge na conclusão do Louvre e foi também retomado em Inglaterra e América.

Referências

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