Tilápia é o nome comum dado a várias espécies de peixes ciclídeos de água doce pertencentes à subfamília Pseudocrenilabrinae e em particular ao gênero Tilápia.[1] São nativos da África, mas foram introduzidas em muitos lugares nas águas abertas da América do Sul e sul da América do Norte e são agora comuns na Flórida, Texas e partes do sudoeste dos Estados Unidos, sul e sudeste do Brasil. No sudeste esta espécie é um dos principais peixes da pesca artesanal, principalmente no Rio Grande, Estado de Minas Gerais.[2] Em Angola também recebe o nome cacusso.[3]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaTilápia

Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Actinopterygii
Ordem: Perciformes
Família: Cichlidae
Subfamília: Pseudocrenilabrinae
Gêneros
Ver texto

Tilápias são fáceis de manter em aquário, já que lhes é suficiente o espaço neles. Elas se reproduzem facilmente e crescem rapidamente, mas são perigosos para qualquer outro peixe pequeno. A maioria das espécies são reprodutores de superfície mas alguns protegem a cria na boca.

A Tilápia do Nilo é uma das espécies mais procuradas para criação em escala industrial, por apresentar rápido crescimento, grande rusticidade, fácil manejo e alto nível de rendimento. Além disso, possui carne de ótima qualidade, poucas espinhas e de bom paladar (GALLI; TORLONI, 1982).

Segundo KUBITZA (2003) a intensificação do cultivo de Tilápias do Nilo no estado de São Paulo começou a partir de 1996, quando a espécie começou a conquistar a preferencia dos pesqueiros. Representam 40% da produção paulista de pescado, ou seja, 5.800 toneladas e grande parte da produção e cultivo de viveiros. Ressalta ainda que, em virtude do alto custo da terra e do conflito e restrições quanto ao uso da água em diversas regiões do estado, a expansão da tilapicultura, deverá  ocorrer através do cultivo em tanques-rede.

As tilápias são peixes criados para alimentação humana, sendo a sua carne bastante apreciada, pois é leve e saborosa. Em algumas regiões o peixe é colocado nos arrozais, depois de plantado o arroz, onde cresce até ao tamanho pronto para consumo(12–15 cm), na mesma época em que o arroz está pronto para a colheita.

A tilápia-do-nilo foi um dos primeiros peixes a serem criados em aquicultura pelos antigos Egípcios (4000 anos).

A tilápia é um excelente controle biológico para alguns problemas de infestações de plantas aquáticas. Eles preferem plantas aquáticas que flutuam, mas também consomem algumas algas fibrosas.

É um peixe adaptável à água salgada.[4]

Reprodução

editar

A tilápia prepara o ninho numa área limpa, em água rasa onde a quantidade de oxigênio é abundante. A fêmea deposita os ovos no ninho, que são fertilizados pelo macho, de uma dúzia até mais de 2000. Altamente prolífera, pode gerar quatro desovas por ano, em águas com a temperatura ideal.

A maioria das espécies protegem sua cria na boca, onde são chocados. Isso ajuda os ovos a ficarem oxigenados e os previne de serem atacados por bactérias, fungos e demais predadores.

Géneros e espécies

editar


Sistemas de Criação

editar

A tilápia pode ser cultivada em diferentes tipos de sistemas de criação como:[5]

  • Viveiros escavados
  • Tanques redes
  • Raceways
  • Recirculação de Água
  • Bioflocos

Ver também

editar

Referências

  1. S.A, Priberam Informática. «tilápia». Dicionário Priberam. Consultado em 29 de maio de 2023 
  2. Azevedo-Santos, V. M.; Costa-Neto, E. M.; Lima-Stripari, N. 2010. Concepção dos pescadores artesanais que utilizam o reservatório de Furnas, Estado de Minas Gerais, acerca dos recursos pesqueiros: um estudo etnoictiológico. Revista Biotemas, 23 (4): 135-145
  3. «Agropecuária». info-angola.ao. Consultado em 8 de maio de 2012 
  4. Ostini, S. "Aclimação e desempenho de tilápias (Oreochromis sp.) em sistema de recirculação de água do mar", Jaboticabal, Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, 2002
  5. Viviane (30 de junho de 2000). «Tilápias: Qualidade da água, sistemas de cultivo, planejamento da produção, manejo nutricional e alimentar e sanidade - Parte I». Revista Panorama da Aqüicultura. Consultado em 6 de abril de 2022 

Bibliografia

editar

GALLI, L. F.; TROLONI, C. E. C. Criação de peixes piscicultura Boletim do instituto de pesca., v 3, p. 32-45,  nov. 1982.

KUBITZA, F.2003 Tilapia: tecnologia e planejamento na produção comercial. Jundiaí-SP: Fernando Kubitza. 285p.