Sol Plaatje

um jornalista e ativista negro sul-africano

Sol Plaatje (perto de Boshof, 9 de outubro de 1876 - Joanesburgo, 19 de junho de 1932) foi um jornalista, escritor, tradutor e ativista negro sul-africano, um dos fundadores do Congresso Nacional Africano (CNA), considerado uma das personalidades mais importantes na história sul-africana, e o primeiro negro daquele país a publicar um romance.[1]

Sol Plaatje
Nascimento 9 de outubro de 1876
Boshof
Morte 19 de junho de 1932 (55 anos)
Joanesburgo
Ocupação Jornalista, ativista
Género literário Romance
Magnum opus Native Life in South Africa

Biografia

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Sol Plaatje é o nome artístico de Solomon Tshekisho Plaatje, nascido em Doornfontein, próximo a Boshof; foi educado em Pniel, às margens do rio Vaal. Foi intérprete judicial em Mafeking e, durante a Segunda Guerra dos Bôeres, foi feito prisioneiro durante o cerco àquela cidade, ocasião em que escreveu um diário retratando o período (publicado postumamente, em 1984).[1]

Após o fim dos conflitos tornou-se editor em dois jornais: Koranta ea Becoana (Gazeta de Bechuana) e Tsala ea Becoana (O Amigo de Bechuana) - ambos em edição bilíngue, em SeTswana e inglês, que lhe deram fama entre os negros e fizeram-no seu principal porta-voz.[1]

Com a fundação do CNA em 1912 tornou-se seu primeiro Secretário-Geral, tornando-se interlocutor da entidade e de suas reivindicações junto ao governo e lideranças brancas.[1]

Em 16 de outubro de 1923, em Londres, teve ocasião de fazer a primeira gravação daquele que viria a ser o hino nacional da África do Sul, o "Nkosi Sikelel 'iAfrika", acompanhado por Sylvia Colenso ao piano.[1]

Praatje morreu de pneumonia, em Joanesburgo,[2] e foi sepultado numa grande cerimônia, em que foi homenageado por pessoas de todas as etnias como um herói, em Kimberley.[1]

Literatura

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Plaatje, à direita, com a delegação do CNA a Londres, em 1914.
Ao acordar na manhã da sexta-feira, 20 de junho de 1913, o Nativo Sul-africano tornou-se, na verdade, não um escravo, mas um pária na terra de seu nascimento
— Plaatje, primeira frase em "Native Life in South Africa", sobre a Lei de Terras Nativas.[nota 1][1]

Ao largo de suas atividades políticas Plaatje escreveu diversas obras, como "Native Life" (Vida do Nativo), publicado em 1912, mesmo ano de sua eleição como líder do CNA.[1]

Publicou ainda uma coletânea de provérbios dos Tswanas (também em língua nativa e tradução para o inglês). Na fase final da vida dedicou-se à tradução de Shakespeare para sua língua nativa.[1]

Seu romance "Mhudi: An Epic of South African Native Life a Hundred Years Ago" (Mhudi: Um Épico da Vida Nativa Sul-Africana de Há Cem Anos, em livre tradução) foi o primeiro escrito em inglês por um negro do país, e foi publicado cerca de dez anos após escrito, em 1930.[1]

Homenagens

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Sua casa de morada, que foi um presente da comunidade negra em 1929, é hoje considerado um monumento nacional e está preservada, em meio a edifícios do centro comercial de Joanesburgo.[1]

Em 2013 o presidente Jacob Zuma anunciou a inauguração, no ano seguinte, da Universidade Sol Plaatje, na sua província natal de Cabo Norte.[3]

Notas e referências

Notas

  1. Uma livre tradução para: "Awaking on Friday morning, June 20, 1913, the South African Native found himself, not actually a slave, but a pariah in the land of his birth."

Referências

  1. a b c d e f g h i j k «Sol Plaatje: Literary Pioneer». ZAbra.co.ra. 2007. Consultado em 3 de dezembro de 2013 
  2. Willan, B. (1984). Sol Plaatje, a biography. Johannesburg: Ravan Press. p. 389 
  3. Jacob Zuma (25 de julho de 2013). «Jacob Zuma: Address by the President of South Africa, during the announcement of new Interim Councils and names of the new universities, Union Buildings, Pretoria». Polity SA. Consultado em 3 de dezembro de 2013