Rio Mamanguape
Peixe-boi-marinho]], mamífero que frequenta a foz do rio.]]
Rio Mamanguape | |
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O Rio Mamanguape, ao cruzar a BR-101 no município homônimo | |
Comprimento | Posição: Leste–oeste |
Nascente | Montadas Paraíba |
Altitude da nascente | (aprox.) 790 m |
Foz | Entre os municípios de Rio Tinto e Marcação, na Paraíba |
Afluentes principais |
Rio Araçagi |
País(es) | Brasil |
O rio Mamanguape é um curso d'água cuja bacia banha o estado brasileiro da Paraíba, formando a segunda principal bacia do leste do estado (sendo a principal bacia do Nordeste estadual), após o rio Paraíba (entre ambas está a bacia do rio Miriri e seu belo maceió). Abriga importantes polos econômicos do interior paraibano e uma das zonas de maior densidade demográfica e de municípios.[1] Suas águas têm como principais usos o abastecimento humano e animal, além de irrigação e pesca.[1]
Em sua foz localiza-se a Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Mamanguape, importante área de preservação do ecossistema de manguezal e do peixe-boi-marinho. O rio já aparecia em mapas do século XVI, mesmo antes da ocupação portuguesa na área, quando era território potiguara visitado por franceses, que exploravam o pau-brasil da região. Por ser a principal bacia entre as duas mores do saliente central e setentrional concentra uma rede densa de condados com os principais dentre as duas sedes e bacias transitórias.
Etimologia
editarEtimologicamente, segundo o historiador Eduardo Navarro, o termo deriva do tupi mamangûape, que significa «na enseada dos mamangás» (mamangá kûá, enseada pe, em).[2] Mamangá é um termo que se refere a três espécies de arbustos: Cassia medica, Senna occidentalis e Senna quinquangulata.[3]
Já de acordo com Elias Herckmans, em suas etimologias indígenas na Descrição Geral da Capitania da Paraíba, de 1639,, o termo provém de mamã-guaba-pe, que se traduz por «onde se reúne para beber», num bebedouro.[4]
Bacia hidrográfica
editarCaracterísticas gerais
editarO Mamanguape nasce na Lagoa Salgada, uma lagoa temporária situada a mais de quinhentos metros de altitude no Planalto da Borborema, em terras dos município de Pocinhos, Areial e Montadas.[1] O rio então desce a Borborema até chegar à cidade de Alagoa Grande.[1] A montante, o rio é temporário, mesmo recebendo águas de alguns riachos perenes dessa região, tornando-se perene apenas em seu médio curso.[1] No fim de seu curso, o Mamanguape deságua numa foz do tipo funil entre os municípios de Rio Tinto e Marcação. Nessa área do litoral paraibano setentrional, denominada Barra do Mamanguape, há um projeto que visa a proteger o peixe-boi-marinho.[1]
Em 2006, levantamento feito na avifauna do estuário revelou a ocorrência de 77 espécies de aves endêmicas ou migratórias.[5] A foz do rio é também berçário do peixe-boi-marinho,[1] apresentando ainda um importante e relativamente bem preservado ecossistema de manguezal.
Entre os acidentes geográficos em seu curso, destaca-se a cachoeira do Pinga.
Canal Acauã–Araçagi
editarConsiderada a porta de entrada das águas do rio São Francisco no estado, que chega via «Canal Leste», o Canal Acauã–Araçagi é uma obra de grande envergadura, orçada em 933 milhões de reais.[6] A obra foi iniciada em outubro de 2012 e prevê-se que irrigará 16 mil hectares de terras agricultáveis.[7] Tal obra foi considerada a maior obra hídrica dos últimos trinta anos na Paraíba, pois terá terá 112 km de extensão quando estiver concluído, e garantirá água para 500 mil habitantes de 35 cidades.[7]
Acauã–Araçagi visa integrar as bacias hidrográficas da região litorânea paraibana a fim de aproveitar as águas vindas do São Francisco.[6] Finda a construção, haverá conexão entre as bacias e sub-bacias do Paraíba, Camaratuba, Gurinhém, Miriri e Araçagi–Mamanguape.[6]
Referências
- ↑ a b c d e f g STACHETTI, Geraldo; et alii (2008). «Gestão Ambiental Territorial na Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Mamanguape (PB)» (PDF). Embrapa. Consultado em 29 de janeiro de 2014STACHETTI, Geraldo; ''et alii''&rft.btitle=Gestão Ambiental Territorial na Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Mamanguape (PB)&rft.date=2008&rft.genre=unknown&rft.pub=Embrapa&rft_id=http://www.cnpma.embrapa.br/download/boletim_50.pdf&rft_val_fmt=info:ofi/fmt:kev:mtx:book" class="Z3988">
- ↑ NAVARRO, Eduardo A. (2013). Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. [S.l.]: Global (São Paulo). 584 páginasNAVARRO, Eduardo A.&rft.btitle=Dicionário de tupi antigo: a l�ngua ind�gena clássica do Brasil&rft.date=2013&rft.genre=book&rft.pub=Global (São Paulo)&rft_val_fmt=info:ofi/fmt:kev:mtx:book" class="Z3988">
- ↑ FERREIRA, Aurélio B.H. (1986). Novo diconário da língua portuguesa, 2ª edição (Rio de Janeiro). [S.l.]: Nova Fronteira. 1.073 páginasFERREIRA, Aurélio B.H.&rft.btitle=Novo diconário da l�ngua portuguesa, 2� edição (Rio de Janeiro)&rft.date=1986&rft.genre=book&rft.pub=Nova Fronteira&rft_val_fmt=info:ofi/fmt:kev:mtx:book" class="Z3988">
- ↑ Comissão de redação (1904). Revista do Instituto Arqueológico e Geográfico Pernambucano, vol. 11, nº 60. [S.l.: s.n.] 915 páginas
- ↑ ARAÚJO, Helder; et al. (2006). «Composição da avifauna em complexos estuarinos no estado da Paraíba» (PDF). Consultado em 27 de janeiro de 2014. Arquivado do original (PDF) em 27 de novembro de 2010ARAÚJO, Helder&rft.btitle=Composição da avifauna em complexos estuarinos no estado da Para�ba&rft.date=2006&rft.genre=unknown&rft_id=http://www.ararajuba.org.br/sbo/ararajuba/artigos/Volume143/ara143art3.pdf&rft_val_fmt=info:ofi/fmt:kev:mtx:book" class="Z3988"> Texto "Revista Brasileira de Ornitologia" ignorado (ajuda)
- ↑ a b c Adm. do portal (4 de setembro de 2012). «Técnicos da Aesa percorrem 600 km para inspecionar transposição». Portal do Governo da Paraíba. Consultado em 11 de agosto de 2014
- ↑ a b Adm. do portal (6 de janeiro de 2013). «Canal Acauã-Araçagi vai irrigar 16 mil hectares de terras agricultáveis». Portal do Governo da Paraíba. Consultado em 17 de agosto de 2014