Revista Oeste (2020)
Revista Oeste é uma revista digital semanal brasileira, fundada em 27 de março de 2020[1] pelos jornalistas Jairo Leal, Augusto Nunes e José Robero Guzzo.[2] Tem uma cobertura focada em jornalismo político, com uma linha editorial de direita, defendendo posições como o conservadorismo social e o liberalismo econômico.
Logotipo da Revista Oeste, desde 2021 | |
Editor-chefe | Jairo Leal |
Categoria | |
Frequência | Semanal |
Circulação | online |
Fundação | 27 de março de 2020 |
País | Brasil |
Idioma | Português |
Orientação política | Direita |
revistaoeste.com |
Por vezes envolvida em controvérsias, a revista é apontada por críticos como um veículo de disseminação de fake news,[3] uma alegação que a Revista Oeste e seus seguidores contestam.[4]
História
editarA Revista Oeste tem foco em reportagens políticas, com uma linha editorial alinhada a direita política brasileira,[5] o conservadorismo social e o liberalismo econômico.[6][7][2] notabilizando-se, também, pelo apoio político ao presidente Jair Bolsonaro.[8] Frequentemente gera controvérsias com citações expressivas da grande mídia.[9][10][11] Em virtude disso, é apontada como um veículo disseminador de informações falsas,[3] uma alegação que foi judicialmente rechaçada em pelo menos uma ocasião.[4]
O periódico caracteriza-se por uma notável penetração nas redes sociais, embora não integre o mainstream midiático,[12] não se afiliando a nenhum grande conglomerado de imprensa.[12] Carius & Vieira (2024) analisaram, por exemplo, que as postagens realizadas nas redes sociais da Revista Oeste atingem o total estimado de perfis em velocidade cinco vezes superior à versão digital de O Globo, o que revela uma maior adaptação ao ambiente virtual,[13] e demonstra uma propagação nestas plataformas mais céleres que veículos de comunicação mais bem estabelecidos.[13] Uma parcela não negligenciável deste alcance deve-se a um bem-sucedido sistema de anúncios em motores de busca, estratégia que tem sido uma constante entre veículos de mídia conservadores como a Brasil Paralelo.[14][15]
Desde a sua fundação, a Revista Oeste tem atraído tanto seguidores quanto críticos. Estes últimos acusam a publicação de disseminar informações enviesadas e atacar adversários políticos de forma desproporcional,[16] além da promoção de discurso de ódio, como transfobia, sobre um prisma jornalístico.[17] Um estudo, por exemplo, indicou a circulação de duas notícias do veículo entre grupos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro em Brasília.[18]
A revista também tem sido alvo de processos judiciais e tentativas de censura, que eles denunciam como ataques à liberdade de imprensa.[19] Em 2022, por decisão em consenso, a Revista Oeste foi classificada como uma fonte não fiável na Wikipédia lusófona.[20][21][22][nota 1] Em 2023, o YouTube cortou a monetização do canal da revista alegando "conteúdo nocivo", o que foi amplamente criticado por seus editores.[15]
Contribuidores notáveis
editarVer também
editarNotas
- ↑ Para mais informações, veja Wikipédia:Fontes confiáveis/Central de confiabilidade/Revista Oeste e WP:FF.
Referências
- ↑ Carius & Vieira 2024, p. 13.
- ↑ a b Santos 2022, p. 219.
- ↑ a b Cardoso & Rocha 2023, p. 6.
- ↑ a b «Juiz decide que Aos Fatos não pode mencionar que Revista Oeste publicou desinformação». Aos Fatos. 21 de junho de 2021. Consultado em 24 de julho de 2024
- ↑ Seto, Guilherme (6 de fevereiro de 2024). «Autor de CPI, vereador Rubinho pede à Igreja afastamento de padre Júlio». Folha de S.Paulo. Consultado em 30 de julho de 2024
- ↑ Oliveira 2023, p. 7.
- ↑ «Advogado-geral da União diz que pediu investigação sobre fake news disseminada por jornalista». G1. 11 de setembro de 2023. Consultado em 24 de julho de 2024
- ↑ Cardoso & Rocha 2023, p. 3.
- ↑ Curvello, Ana Carolina (14 de fevereiro de 2024). «TSE lança contrato de R$ 200 mil para confecção e reparo de togas». Gazeta do Povo. Consultado em 30 de julho de 2024
- ↑ Abrão, Camila (27 de fevereiro de 2024). «Bolsonaro diz que proposta de anistia feita pelo governo Lula seria "bem-vinda"». Gazeta do Povo. Consultado em 30 de julho de 2024
- ↑ «Entenda a acusação de abuso atribuído a Julio Lancellotti; padre nega». Poder360. 21 de janeiro de 2024. Consultado em 30 de julho de 2024
- ↑ a b Cardoso & Rocha 2023, p. 4.
- ↑ a b Carius & Vieira 2024, p. 14.
- ↑ Barros 2024, p. online.
- ↑ a b Padiglione, Cristina (11 de janeiro de 2023). «YouTube corta publicidade do canal Oeste, ancorado por Augusto Nunes». Folha de S.Paulo. Consultado em 26 de julho de 2024
- ↑ «Sem Bolsonaro e penalizada por fake news, mídia atrelada ao ex-presidente demite funcionários e pede doações». O Globo. 8 de maio de 2023. Consultado em 24 de julho de 2024
- ↑ Leite & Moraes 2023.
- ↑ Oliveira 2023, pp. 7-8.
- ↑ «Alexandre Garcia lê direito de resposta da AGU após fake news sobre enchentes no RS». CartaCapital. 15 de setembro de 2023. Consultado em 2 de agosto de 2024
- ↑ Niklas, Jan (20 de março de 2022). «Em ano eleitoral, Wikipédia vira 'campo de guerra' para edições de biografias de políticos». O Globo. Consultado em 27 de julho de 2024
- ↑ Esteves, Bernardo (4 de abril de 2022). «A guerra das fontes». Revista Piauí, Folha de S.Paulo. Consultado em 27 de julho de 2024
- ↑ «Wikipédia censura Oeste». Revista Oeste. 1 de abril de 2022. Consultado em 24 de julho de 2024
Bibliografia
editar- Barros, C. E. et. al (2024). 'Temos Que Dar um Basta': a Campanha Multiplataforma em 2023 contra a ADPF 442 e o Direito ao Aborto no Brasil. Rio de Janeiro: Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais
- Cardoso, L. C. F.; Rocha, H. C. L. (2023). «"É um julgamento político": a inelegibilidade de Jair Bolsonaro pela ótica da Revista Oeste» (PDF). Intercom - Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. Belo Horizonte: LAPHIS - 46º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação - PUC Minas
- Carius, A. C.; Vieira, M. P (2024). «Influencers e Influência: a difusão da informação em tempos de fake news e pós-verdade». Curitiba. Revista Observatorio de la Economia Latinoamericana. 22 (2). ISSN 1696-8352. doi:10.55905/oelv22n2-140
- Cury, J. I (2022). Reflexões sobre as agências de checagem de fatos e sua responsabilização civil. 19. La Rioja: Cadernos de Dereito Actual. ISSN 2340-860X. doi:10.5281/zenodo.7496808
- Petrola, J. I (2023). «Controvérsias sobre Liberdade de Expressão e Iniciativas Governamentais de Combate a Fake News: O Caso do "Brasil Contra Fake» (PDF). Intercom - Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. Belo Horizonte: LAPHIS - 46º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação - PUC Minas
- Leite, F. S. G.; Moraes, E. (2023). «Uma apropriação de cenografia: o uso da cenografia jornalística para difusão de desinformação contra pessoas trans». Revista (Con)Textos Linguísticos. 17. Vitória: Revista do Programa de Pós-Graduação em Linguística da UFES. ISSN 2317-3475
- Oliveira, A. M. (2023). «Infiltrados no Congresso: conspiracionismo da extrema-direita sobre os atos do 8 de janeiro no Twitter» (PDF). Intercom - Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. Belo Horizonte: LAPHIS - 46º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação - PUC Minas
- Santos Jr., M. A. S.; Nichols, B. H. (2024). Modelos de financiamento da desinformação: uma análise da monetização de websites hiperpartidários de direita. online: e-Compos. doi:10.30962/ecomps.3021
- Santos, P. M. (2022). A memória midiática nos 50 anos do golpe de 1964: Alberto Dines, “chumbo quente” e o observatório da imprensa (PDF) (Tese de Doutorado em Filosofia). Salvador: UFBA
- Scabin, N. L. C.; Leite, A. L. (2021). Comunicação, Mídias e Liberdade de Expressão no século XXI: modos censórios, resistências e debates emergentes (PDF). S: Intercom e Gênio Editorial. ISBN 978-65-990485-8-6