Referendo sobre a soberania das Ilhas Malvinas em 2013
Referendo sobre as Ilhas Malvinas "As Ilhas Malvinas devem permanecer como Território ultramarino britânico?" | |||||||||||
10-11 de março de 2013 | |||||||||||
Tipo de eleição: | Referendo | ||||||||||
Demografia eleitoral | |||||||||||
Votantes : | 1650 | ||||||||||
Resultado | |||||||||||
Sim | 99.8% | ||||||||||
Não | 0.2% | ||||||||||
Voto em branco | 0.07% |
O Referendo sobre a soberania política das Ilhas Malvinas realizou-se entre os dias 10 e 11 de março de 2013. A população das Ilhas Malvinas decidiu entre permanecer como Território ultramarino do Reino Unido ou aceitar a soberania da Argentina.[1]
O referendo contou com a participação de 92% da população das Ilhas Malvinas, sendo que 99.8% dos votos foram a favor da permanência da administração britânica sobre o arquipélago.[2] Contudo, um segundo referendo foi anunciado ainda sem data marcada. O grupo observador internacional para a causa assegurou que o referendo ocorreu de maneira correta e em conformidade com as leis internacionais.[3]
Antecedentes
editarAs negociações sobre a soberania das Ilhas Malvinas entre o Reino Unido e a Argentina tiveram início na década de 1960, porém até os dias atuais não houve nenhum acordo sobre o tema. Em 1982, a Junta Militar Argentina ordenou a invasão e ocupação do arquipélago, desencadeando na Guerra das Malvinas. Como resultado da vitória esmagadora do Reino Unido, as Ilhas Malvinas permaneceram como Território ultramarino britânico. A Argentina prossegue reivindicando negociações sobre a soberania das Malvinas, mas o Reino Unido delega a decisão à própria população das Ilhas.[4]
Em 1986, quatro anos após a Guerra, a Associação das Ilhas Malvinas e o Instituto Marplan organizaram um referendo sobre a soberania. Cerca de 96.4% dos habitantes das Ilhas decidiram permanecer sob administração do Reino Unido.[5] Oito anos após, 87% dos habitantes das Ilhas recusaram votar em novo referendo sobre o tema, manifestando o interesse em permanecer como território britânico.[6]
As tensões sobre o tema voltaram a crescer com a decisão do governo malvinense de explorar as águas territoriais das Ilhas.[7] Em represália, a Argentina proibiu as embarcações de bandeira malvinense de atracar nos portos do país.[8] O governo argentino também deu início a uma campanha diplomática para convocar novas reuniões sobre o assunto perante as Nações Unidas. A iniciativa argentina recebeu apoio da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e dos países integrantes do Grupo do Rio.[9]
Em 2011, o ministro da Defesa da Argentina, Arturo Puricelli, afirmou que os malvinenses eram mantidos como reféns nas Ilhas. Posteriormente, o ministro sugeriu que as Forças Armadas britânicas seriam "o único elemento que assegura a usurpação do território nacional argentino".[10]
Referências
- ↑ Penguin News (1 de novembro de 2012). «Falkland Islands referendum question proposed». Consultado em 3 de agosto de 2014. Arquivado do original em 26 de janeiro de 2013
- ↑ BBC News (12 de março de 2013). «Falklands referendum: Voters choose to remain UK territory»
- ↑ Falkland Islands News Network (12 de março de 2013). «Falklands vote 98.8% Yes». Consultado em 3 de agosto de 2014. Arquivado do original em 25 de dezembro de 2013
- ↑ BBC News (6 de fevereiro de 2013). «Falklands Islanders 'must decide own future', says Hague»
- ↑ «Falkland Islands, 2 April 1986»
- ↑ Foreign and Commonwealth Office (13 de abril de 2007). «Country Profile: Falkland Islands». Consultado em 3 de agosto de 2014. Arquivado do original em 8 de janeiro de 2013
- ↑ BBC News (22 de fevereiro de 2010). «Drilling for oil begins off the Falkland Islands»
- ↑ MercoPress (2 de agosto de 2012). «Argentina's noose on Falklands: Buenos Aires province bans UK flagged vessels»
- ↑ MercoPress (2 de abril de 2012). «Unasur delivers statement supporting Argentina's Falklands claim to Ban-ki-moon»
- ↑ MercoPress (29 de junho de 2011). «Argentine election fever: minister accuses UK of keeping hostage '2000 Falklands' Islanders'»