Racismo em Portugal

Visão geral sobre o racismo em Portugal

O racismo em Portugal caracteriza-se pela discriminação, difamação e injúria, em território nacional, de pessoas com base na sua cor de pele e etnia. Enquadra-se igualmente nesta categoria a ameaça, a violência ou a incitação à violência e ao ódio, motivados por razões raciais. Em Portugal tais condutas configuram crime conforme estipula o Código Penal Português, punível com pena de seis meses a cinco anos de prisão.[1] Não obstante o facto de constituir um ilícito que, em caso de condenação, pode comportar pena de prisão, tanto as acusações como as condenações são raras.[2]

Segundo relatório da União Europeia, de 2018, entre 12 países europeus analisados, Portugal foi o país que apresentou as menores taxas de violência e de vitimização motivadas por racismo.[3][4] No mesmo ano, o primeiro após a ratificação do Protocolo n.º 12 da Convenção Europeia dos Direitos Humanos, os crimes por discriminação étnica ou racial constituíram 38% das denúncias por discriminação, seguidas de 22,3% com base na nacionalidade, e 21,8% de discriminação pela cor da pele. A expressão mais referida nas queixas apresentadas foi "etnia cigana", compreendendo 32% das queixas.[5]

Desde a década de 1980 que Portugal assiste a uma vaga migratória para o seu território, principalmente de África, da América do Sul e da Europa de Leste. Devido a alguma mão de obra barata e/ou ilegal, há uma tendência para generalizar e associar as populações de imigrantes à criminalidade.[6] Segundo um estudo, os negros e os ciganos são as maiores vítimas do racismo em Portugal.[7]

Lei portuguesa

editar

A Constituição da República Portuguesa estabelece a igualdade de direitos, liberdades e garantias de todos os cidadãos: "ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual."[1]

Em 2017, Portugal ratificou o Protocolo n.º 12 da Convenção Europeia dos Direitos Humanos, incluindo na lei uma proibição global da discriminação, e reforçando a legislação já existente contra os crimes de ódio. Do mesmo modo, o Alto Comissariado para as Migrações obteve poderes de investigação, e as competências da Comissão para a Igualdade e contra a Discriminação Racial foram alargadas. O Código Penal Português prevê atualmente uma pena entre seis meses e cinco anos de prisão relativa à execução de ações violentas em contexto de racismo, assim como a difamação, injúria, ameaça ou incitação à violência e ao ódio, o mesmo se aplicando a outras formas de discriminação, como a xenofobia. Para que haja procedimento criminal, basta que qualquer pessoa denuncie o crime, ou que o Ministério Público dele tome conhecimento.[1]

Legislação sobre racismo no desporto

editar

Caso ocorram ações durante eventos desportivos, como jogos de futebol, a infração pode ser registada e punida com multa entre mil e dez mil euros. Além disso, dependendo da gravidade da situação, pode ainda ser determinada a proibição de entrada em locais desportivos por um período de até dois anos.[1]

A 20 de outubro de 2022, o Governo português aprovou em Conselho de Ministros, a proposta de Lei que estabelece o regime jurídico de segurança e combate ao racismo, à xenofobia e à intolerância nos espetáculos desportivos, alterando a Lei n.º 39/2009. As alterações envolvem 14 grandes medidas, simplificando os requisitos dos regulamentos de segurança para instalações desportivas não especiais, correspondentes a cerca de 90% das instalações do País. Foi instituída a figura do Gestor de Segurança, representante do promotor do espetáculo desportivo, responsável por assumir a proteção e segurança dos espectadores. Passa igualmente a ser permitido que em determinadas circunstâncias passe a ser possível responsabilizar os clubes pelo comportamento dos adeptos na situação de visitantes, prevendo também que as eventuais medidas de interdição passem ser aplicadas a todas as modalidades e não apenas à modalidade relacionada com o ato da infração. Os organizadores das competições passam a estar obrigados a incluir nos seus regulamentos sanções disciplinares associadas à prática dos atos de promoção ou incitamento ao racismo, xenofobia ou intolerância nos espetáculos desportivos.Foi ainda tipificada a promoção da violência, do racismo, da xenofobia, da intolerância ou do ódio, permitindo à Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto sancionar estes comportamentos, prevendo que os recintos desportivos de competições profissionais ou não profissionais consideradas de risco elevado passem a ter de garantir lugares para pessoas de mobilidade reduzida nos setores visitados e visitante.[8]

Grupos étnicos

editar

Povo brasileiro

editar

Os brasileiros são a nacionalidade que mais reclama de discriminação em Portugal.[9] Segundo pesquisa de 2009, 44% dos 64 mil brasileiros que residiam legalmente em Portugal teriam sofrido algum tipo de discriminação nos últimos 12 meses.[10][11]

Segundo pesquisa de 2007, 71,9% dos brasileiros que vivem em Portugal relataram ter presenciado preconceito contra brasileiros no país. 45,3% disseram haver "bastante" preconceito contra brasileiros e 26,6% disseram haver "algum". Apenas 19,3% afirmaram não haver "nenhum". 34,5% dos brasileiros entrevistados afirmaram que eles próprios foram vítimas de preconceito por parte de portugueses e 65,3% disseram que nunca o foram. Entre os que sofreram preconceito, relatam-se maiores dificuldades em conseguir comprar ou alugar um imóvel, insultos no ambiente de trabalho e tratamento diferenciado quando começam a falar e percebem o sotaque brasileiro.[12][13] As mulheres brasileiras são as que mais reclamam de preconceito em Portugal, pois há uma associação entre mulher brasileira e a prostituição no país.[14][15][16] Segundo um estudo, tem havido um processo de "racialização" da mulher brasileira em Portugal, no qual se lhe atribui estereótipos biológicos (corpo exuberante, beleza) e comportamentais (falta de pudor, disponibilidade sexual).[17]

Quase 70% dos portugueses acham que os brasileiros têm contribuído para a prostituição em Portugal, embora a maioria das mulheres brasileiras que moram no país estejam empregadas nos setores do comércio, das limpezas e da hotelaria. 52,8% acham que, em geral, os brasileiros não são bem educados; não são bons profissionais (68,7%), competentes e cumpridores (70%) nem tampouco sérios e honestos (74,3%). Por outro lado, 74,7% dos portugueses acham os brasileiros alegres e bem dispostos; simpáticos e de trato fácil (63,2%)[18]

O racismo contra brasileiros em Portugal não é diretamente ligado à cor da pele ou à etnia, pois os estereótipos atingem inclusive quem é filho de português.[12][19] Há, portanto, um processo de "racialização" do brasileiro em Portugal, não ligado à ideia de cor da pele ou ancestralidade, mas à da nacionalidade, no qual a mulher brasileira é vista como uma prostituta e o homem brasileiro como um ladrão.[nota 1][21]

De acordo com dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras divulgados a 20 de setembro de 2023, residiam em Portugal cerca de 400 mil brasileiros, dados esses incompletos pois não incluíam os brasileiros sem documentos ou com dupla cidadania. Já segundo declarações em abril de 2024 ao jornal “Público”, o então presidente da AIMA, Luís Goes Pinheiro, estimava que até ao fim de 2024 o número de brasileiros a residir em Portugal rondaria os 500 mil. Em 7 anos (de 2017 a 2024) registou-se um aumento de 332% no número de imigrantes brasileiros. O número de denúncias de xenofobia contra imigrantes do Brasil cresceram 505% nos últimos anos.[22][23][24]

Povo africano

editar
 
Manifestação anti-racista com cartazes acerca do assassínio de Bruno Candé, vítima de crime de ódio

Mais do que a nacionalidade, é a cor da pele de africanos provenientes da África Subsariana o principal componente para a discriminação. Segundo a ONU, há um racismo "subtil" em Portugal. Os africanos e descendentes encontram-se sub-representados nos processos de tomada de decisão política e institucional. O seu acesso à educação, aos serviços públicos e ao emprego é limitado. Uma das críticas da ONU reside no facto de que, em Portugal, a história do passado colonial é contada de forma "inexata" nas escolas e tem-se a ideia de que "o racismo não é um problema em Portugal".[25]

Alguns dos casos mais mediáticos de racismo em Portugal aconteceram contra as comunidades afro-descentes, tais como o assassinato de Bruno Candé, assassinato de Alcino Monteiro ou o caso de Claudia Simões.[26][27]

Povo cigano

editar

Estão também amplamente documentadas práticas racistas de lojistas e proprietários do pequeno comércio em relação a indivíduos de etnia cigana.[28] Segundo os antropólogos José Bastos, Susana Bastos e Fátima Morão, "os ciganos portugueses permanecem com a mais grave e escandalosa de todas as situações de racismo e xenofobia".[29] De acordo com o antropólogo José Pereira Bastos, "mais de 80% dos portugueses têm atitudes racistas com ciganos".[30] Os ciganos são particularmente associados à criminalidade em Portugal.[31]

A 6 de outubro de 2023, Rondão de Almeida, autarca eleito de Elvas, numa cerimonia de lançamento da Estratégia Local de Habitação de Elvas disse, após ser acusado pela oposição de apresentar 60 fogos para a população cigana: «Meus caros amigos, se o pessoal da etnia cigana for capaz de apresentar um contrato de trabalho e, nesse contrato de trabalho, se verificar que tem rendimentos para poder pagar uma renda acessível, estaremos abertos. Duvido é que apareça alguém, neste caso da etnia, com contrato de trabalho para poder ir para aquilo que hoje vai ser inaugurado».[32] Nesta cerimonia estava também presente a Ministra da Habitação à data, Mariana Gonçalves, que não interferiu nem contestou as palavras do autarca. As associações ciganas e o SOS Racismo acusaram o autarca de reforçar também o estereótipo de que os ciganos não trabalham.[33]

Estima-se que a comunidade cigana seja a mais segregada em Portugal. Em 2011, escolas públicas, de três agrupamentos diferentes, da cidade de Beja recusaram-se a dar aulas a cerca de 70 crianças de etnia cigana do Bairro das Pedreiras.[34] No ano letivo anterior, as crianças foram obrigadas a ter aulas no quartel militar.[35]

Crescimento de ideologias racistas

editar

Tem-se observado, concomitantemente com o aumento da imigração em Portugal, a um considerável crescimento de crenças de teor racista.[36] Em 2021 a comunidade africana foi uma das mais afetadas pela discriminação que se encontra em franco crescimento.[37][38] Entre os motivos de tal aumento está a possível correlação entre o incremento da criminalidade geral e a imigração, assim como o medo de uma mudança cultural e demográfica, caracterizado pelo receio do aumento do número de imigrantes não-europeus em detrimento dos nativos.[39][40][41]

Alguns dos grupos ideológicos mais ativos em território português, como o Grupo 1143 e o movimento Reconquista, aludem às teorias de conspiração A Grande Substituição e o Plano Kalergi, que alegam que existe um plano coordenado que visa substituir os europeus por povos extra-europeus através da imigração em massa, assim como um intuito de misturar brancos com outras raças, levando assim ao desaparecimento do povo branco, como parte das crenças que motivam o seu ativismo. Em drástico contraste com movimentos racistas do passado, os atuais atraem jovens instruídos, com formação académica e dotados de boa retórica, qualidades essas que aumentam a adesão e o crescimento de tais grupos. Outras crenças que integram o leque ideológico de movimentos racistas em crescimento incluem a convicção de que a miscigenação é perniciosa, que existem culturas superiores a outras e que, por conseguinte, o multiculturalismo, ou seja, diversos povos e culturas a coexistirem no mesmo espaço geográfico, é indesejável, assim como a aversão a determinadas religiões. Existe também o receio de que estes grupos já estejam a operar na esfera de influência de partidos políticos com assento parlamentar, como é o caso do Chega.[42][43]

Segundo a investigadora Thaís França, do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE, os grupos anti-imigração em Portugal estão cada vez mais organizados, tanto nos movimentos sociais como na esfera política, embora ainda careçam da força e visibilidade que caracterizam os seus homólogos em outros países europeus. Thaís França considera o crescimento destes movimentos como inevitável, levando em conta o aumento contínuo do fluxo migratório e o choque cultural que advém da interação entre povos e culturas díspares. Afirma ainda que entre os motivos alegados para justificar sentimentos anti-imigração se encontra o medo de perda da identidade nacional à medida que culturas alógenas ganham expressividade na sociedade portuguesa.[44]

Ainda sobre o crescimento dos movimentos racistas mais recentes, a Unidade Nacional Contraterrorismo da Polícia Judiciária (PJ) comentou que «Esta é uma juventude mais instruída, bem-pensante e de estratos sociais mais elevados que, apesar de ainda pouco numerosa, dinamiza ações e ganhou força nos últimos anos. No fundo, apresentam-se como guardiões da identidade étnica e cultural portuguesa, protagonizam um novo extremismo de direita sem violência física, e onde as ideologias de matriz fascista e nazi estão lá, mas foram alvo de operação cosmética».[45]

Um inquérito levado a cabo pela Fundação Francisco Manuel dos Santos baseado em entrevistas conduzidas a 1.072 cidadãos maiores de idade, residentes em Portugal e de nacionalidade portuguesa à nascença, revelou que 68% dos inquiridos acredita que Portugal tem políticas de imigração excessivamente permissivas e que o país beneficiaria com uma política que dificultasse a entrada de estrangeiros. O estudo concluiu ainda que os portugueses preferem imigração de países ocidentais. Ainda dois terços dos entrevistados afirmaram que creem que a imigração descontrolada contribui para o aumento da criminalidade e salários mais baixos. Os imigrantes do subcontinente indiano foram os mais repudiados pelos inquiridos, sendo que os investigadores destacaram-nos como sendo alvo de "forte oposição". Os entrevistados asseveraram querer menos imigração desta região. Os brasileiros foram, apenas atrás dos imigrantes do subcontinente indiano, os que mais suscitaram pareceres negativos, com 51% dos inquiridos a informarem que querem uma menor presença brasileira em Portugal. O estudo demonstrou também que 58,9% dos portugueses consideram os brasileiros um pouco diferente deles e 24,5% como muito diferentes. Ainda 37,7% dos entrevistados veem desvantagem na presença de brasileiros em Portugal. A professora Joana Angélica, doutora em ciência da educação, em declarações ao jornal Público, acredita que tais sentimentos existem porque “há um certo temor dos cidadãos lusos de perderem a identidade cultural”.[46][47]

Propostas para combater o discurso de ódio

editar

Com vista a colmatar o aumento exponencial do racismo e do discurso de ódio, várias entidades e personalidades, desde ONGs a políticos e ministros, têm vindo a propor uma revisão do artigo 240.º do Código Penal, com o intuito de agravar as punições previstas no mesmo. O advogado, professor universitário e político António Garcia Pereira, defende que, para melhor providenciar apoio às vítimas de racismo, o incitamento ao ódio deve ser considerado crime público.[48] Margarida Balseiro Lopes, Ministra da Juventude e Modernização do XXIV Governo Constitucional de Portugal, afirmou, em relação ao discurso de ódio, ser "fundamental sensibilizar a sociedade e sermos implacáveis em relação a este tipo de discurso", tendo também asseverado que ponderava avaliar a legislação em vigor para "ir de encontro às necessidades", especialmente levando em conta o facto de, comforme atesta a Ordem dos Advogados, ser difícil provar, em tribunal, um crime de ódio. Segundo a dirigente da CDHOA, um crime de ódio "Nomeadamente tem que ser praticado em lugar público, e não privado, e tem de ter ameaças, injúrias, difamações, enfim, condutas violentas feitas através de um meio que permite a divulgação", o que cria uma "série de requisitos que depois torna difícil a aplicação prática do ilícito criminal". A ministra informou que, a despeito de tais medidas, não almeja a censura, visto que "é importante compatibilizar vários direitos, porque nós também não queremos reinstituir a censura".[49][50]

Já segundo a dirigente do SOS Racismo, Joana Cabral, "O discurso de ódio deve ser crime sempre", independentemente "do meio em que é expresso", já que em algumas circunstâncias a legislação contempla tais casos como contraordenações, agregando ainda que "O que vamos percebendo é que, muitas vezes, a penalização dos comportamentos de ódio, de racismo, de xenofobia e que incluem o discurso de ódio online não têm consequências que sejam dissuasoras para o futuro", relembrando que, não obstante, "Nós levamos muito a sério a liberdade de expressão, ela é muito necessária".

Apesar dos crescentes incentivos a uma criminalização do discurso de ódio, o apelo não é consensual e divide juristas. Os advogados Francisco Teixeira da Mota e Leonor Caldeira teceram críticas a um possível agravamento penal do incitamento ao ódio. Conforme afirmou Francisco Teixeira da Mota à Lusa, "Não vejo necessidade de mais regulamentação legal. Mais do que preocupar-me com o discurso de ódio, preocupa-me o ódio ao discurso", referindo-se ao “excesso de combate” a quem pensa de forma diferente. Como adendo, disse "O discurso de ódio não pode ser entendido como pretender, censurar ou impedir que as pessoas sejam desagradáveis, sejam injustas, sejam estúpidas, sejam ordinárias. Isso incomoda-me porque entramos num campo de censura que é grave", afirmou o advogado que é também autor do livro “A liberdade de expressão em tribunal”. No entendimento de Teixeira da Mota, o "discurso de ódio tem de ser entendido só quando há um incitamento à violência inequívoca, um incitamento com um risco real ou que as afirmações ponham em causa a dignidade da pessoa visada ou do grupo visado".[51]

A 10 de Dezembro de 2024, um grupo constituído por 81 colectivos anti-racistas, denominado "Grupo de Ação Conjunta contra o Racismo e a Xenofobia", apresentou à Assembleia da República uma iniciativa legislativa cidadã que pretende que o Código Penal seja alterado, reforçando "a tutela penal para todas as formas de discriminação, garantindo uma resposta completa, eficaz e proporcional à gravidade das condutas discriminatórias". Segundo o colectivo anti-racista, "Esta medida contribuirá para travar, de forma decisiva, o combate cultural e civilizacional contra a discriminação e contra o racismo, impondo a responsabilização penal adequada e protegendo os valores fundamentais da igualdade e da dignidade humana."[52]

Ver também

editar

Notas e referências

Notas

  1. "(...)Embora Gina seja representada como uma mulher loira, ela é atravessada por um processo de racialização que a transforma em uma mulata sensual e erótica. Aqui, não é a cor da pele que confere a condição de mulata, mas sim a nacionalidade brasileira cruzada com o discurso colonial, que, simultaneamente, contribuem para a hipersexualização da personagem (Gomes, 2011; Piscitelli, 2008)".[20]

Referências

  1. a b c d «Crime de racismo dá pena de prisão e multa». DECO PROTESTE. Consultado em 3 de abril de 2023 
  2. Mariana Oliveira (12 de abril de 2020). «Estatísticas não permitem saber número de crimes de ódio». Publico. Consultado em 8 de novembro de 2024 
  3. «Portugal é o país da União Europeia com a mais baixa taxa de violência motivada pelo racismo». Visão. 28 de novembro de 2018. Consultado em 12 de dezembro de 2018 
  4. «Finlândia é o país com mais casos de racismo da Europa, e Portugal, o que tem menos». O Globo. 28 de novembro de 2018. Consultado em 12 de dezembro de 2018 
  5. Henriques, Joana Gorjão (23 de agosto de 2018). «Queixas de racismo e xenofobia batem recordes em Portugal». PÚBLICO. Consultado em 3 de abril de 2023 
  6. «Estudo OI: A Criminalidade de Estrangeiros em Portugal». Observatório da Imigração. Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural. 2005. Consultado em 21 de abril de 2008. Arquivado do original em 18 de fevereiro de 2008 
  7. «Discursos do racismo em Portugal» (PDF). Observatório da Imigração. Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural. Março de 2011. Consultado em 5 de junho de 2015. Arquivado do original (PDF) em 23 de abril de 2015 
  8. «Governo aprova pacote legislativo para prevenção e combate à violência no Desporto». portugal.gov.pt. 20 de outubro de 2022. Consultado em 3 de abril de 2023 
  9. «Brasileiros lideram queixas em Portugal». Gazeta do Povo. 22 de março de 2007. Consultado em 5 de junho de 2015 
  10. Márcia Bizzotto (23 de abril de 2009). «Estudo mostra discriminação contra brasileiros em Portugal». Terra. Consultado em 5 de junho de 2015 
  11. Eduardo Vanini (11 de janeiro de 2014). «"Brasileiros e pretos deviam morrer": Alunos da Universidade de Coimbra fazem campanha contra xenofobia». Portal Geledés. Consultado em 5 de junho de 2015. Cópia arquivada em 1 de julho de 2015 
  12. a b Fernando Moura (10 de junho de 2008). «Mulheres brasileiras em Portugal sofrem com a discriminação e têm dificuldade para alugar apartamento». UOL. Consultado em 5 de junho de 2015 
  13. Céu Neves (22 de abril de 2009). «Imigrantes denunciam racismo para arranjar casa». Diário de Notícias. Consultado em 5 de junho de 2015. Cópia arquivada em 28 de janeiro de 2012 
  14. «Manifesto em repúdio ao preconceito contra as mulheres brasileiras em Portugal». In Other W.O.R.D.S. - Web Observatory & Review for Discrimination. 2012. Consultado em 5 de junho de 2015. Arquivado do original em 17 de dezembro de 2013 
  15. «Preconceito na TV contra brasileiras provoca protesto em Portugal». Comunidade News. 23 de novembro de 2011. Consultado em 5 de junho de 2015. Arquivado do original em 19 de setembro de 2015 
  16. «O combate ao preconceito contra as brasileiras em Portugal». Viomundo. 20 de setembro de 2011. Consultado em 5 de junho de 2015. Cópia arquivada em 20 de setembro de 2015 
  17. Padilla, Beatriz; Gomes, Mariana Selister. RACISMO CONTRA AS MULHERES BRASILEIRAS EM PORTUGAL? ALGUMAS REFLEXÕES. (PDF). VII Congresso Português de Sociologia. Associação Portuguesa de Sociologia. Consultado em 6 de junho de 2015 
  18. «IMIGRAÇÃO BRASILEIRA EM PORTUGAL» (PDF). Observatório da Imigração. Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural. Consultado em 5 de junho de 2015 [ligação inativa] 
  19. «Brasileiros mais discriminados». Diário de Notícias. 8 de março de 2010. Consultado em 5 de junho de 2015 
  20. Thais França (2012). E-Cadernos CES, ed. «Entre reflexões e práticas: feminismos e militância nos estudos migratórios». doi:10.4000/eces.1527. Consultado em 5 de maio de 2015 
  21. Ricardo Dias Felner (2 de novembro de 2003). «"Brasileiras são prostitutas, brasileiros são ladrões"». Público. Consultado em 5 de junho de 2015. Cópia arquivada em 9 de outubro de 2015 
  22. Vicente Nunes (28 de abril de 2024). «Brasileiros legalizados em Portugal podem superar os 500 mil até o fim do ano». correiobraziliense.com.br. Correio Braziliense. Consultado em 2 de janeiro de 2024 
  23. Eduardo Maurício (6 de dezembro de 2023). «Os reflexos da onda de xenofobia contra brasileiros em Portugal». observador.pt. Observador. Consultado em 2 de janeiro de 2024 
  24. Gian Amato (17 de setembro de 2024). «Portugal ultrapassa um milhão de estrangeiros: brasileiros são maioria». oglobo.globo.com. O Globo. Consultado em 2 de janeiro de 2024 
  25. Clara Viana (8 de novembro de 2009). «O preconceito contra os imigrantes ainda é lei entre os portugueses». Público. Consultado em 5 de junho de 2015. Cópia arquivada em 9 de outubro de 2015 
  26. «Tribunal de Sintra absolve polícia de agressões a Cláudia Simões». SIC Notícias. 1 de julho de 2024. Consultado em 21 de julho de 2024 
  27. Renascença (27 de julho de 2020). «De Alcindo Monteiro a Bruno Candé. Crimes contra as "vidas negras" em Portugal - Renascença». Rádio Renascença. Consultado em 21 de julho de 2024 
  28. Carlos Dias (19 de novembro de 2010). «Lojas em Beja usam sapos de barro para afastar ciganos». Público. Consultado em 5 de junho de 2015. Cópia arquivada em 9 de outubro de 2015 
  29. «Ciganos em Portugal, a origem do preconceito e da discriminação». ADC Moura. 27 de março de 2015. Consultado em 5 de junho de 2015. Cópia arquivada em 25 de setembro de 2015 
  30. «Mais de 80% dos portugueses têm atitudes racistas com ciganos». TVI24. 8 de setembro de 2010. Consultado em 5 de junho de 2015. Arquivado do original em 9 de outubro de 2015 
  31. Gomes, Sílvia Andreia da Mota (Julho de 2011). «Crime na Imprensa: representações sobre imigrantes e ciganos em Portugal». Universidade do Minho. Centro de Investigação em Ciências Sociais. ComTextos. ISSN 2182-7672. Consultado em 5 de junho de 2015 
  32. «"Ciganofobia em Portugal". Associações ciganas apresentam queixa contra presidente da Câmara de Elvas». CNN Portugal. Consultado em 21 de julho de 2024 
  33. Renascença (17 de outubro de 2023). «Autarca de Elvas rejeita acusações de discriminação contra ciganos - Renascença». Rádio Renascença. Consultado em 21 de julho de 2024 
  34. Dias, Carlos (12 de julho de 2011). «Escolas de Beja recusam receber 70 crianças de etnia cigana». PÚBLICO. Consultado em 21 de julho de 2024 
  35. «Crianças de etnia cigana do Bairro das Pedreiras "distribuídas" pelas escolas de Beja - Correio Alentejo». 13 de julho de 2011. Consultado em 21 de julho de 2024 
  36. «Discriminação e preconceito cresceram em Portugal em 2020». SIC Notícias. 10 de dezembro de 2020. Consultado em 1 de abril de 2023 
  37. Giuliana Miranda (9 de agosto de 2022). «Queixas de discriminação contra brasileiros crescem em Portugal, em meio a queda geral». Folha de S.Paulo. Consultado em 1 de abril de 2023 
  38. Fernanda Câncio (18 de outubro de 2017). «"Em Portugal não gostam de pessoas mais escuras"». Público. Consultado em 1 de abril de 2023 
  39. «Em 2022, a criminalidade violenta e grave subiu 14,4% em Portugal». Expresso. Lusa. 27 de março de 2023. Consultado em 1 de abril de 2023 
  40. Gian Amato (21 de abril de 2021). «Portugal tem maior número de brasileiros presos na Europa. Total mundial sobe 39%». O Globo. Consultado em 1 de abril de 2023 
  41. Hélder Gomes (18 de junho de 2022). «Ventura defende conspiração que tem inspirado massacres». Expresso. Consultado em 1 de abril de 2023 
  42. Sic Notícias (25 de junho de 2024). «Manifestação de extrema-direita: "Existe uma tentativa deliberada de substituição progressiva do povo português"». sicnoticias.pt. Consultado em 24 de outubro de 2024 
  43. Amanda Lima (11 de maio de 2024). «Grupos de ódio mobilizaram campanha do Chega e "preparam o terreno" para que partido tome ações mais radicais». dn.pt. Diário de Notícias. Consultado em 24 de outubro de 2024 
  44. Lusa (11 de novembro de 2023). «Movimentos anti-imigração em Portugal estão "cada vez mais organizados"». publico.pt. Publico. Consultado em 25 de outubro de 2024 
  45. Miguel Carvalho (14 de julho de 2019). «O que faz, o que defende e onde recruta a nova geração de extrema-direita?». visao.pt. Visão. Consultado em 24 de outubro de 2024 
  46. Pedro Henrique Miranda (17 de dezembro de 2024). «Portugueses querem menos imigrantes industânicos e mais ocidentais». sabado.pt. Consultado em 19 de dezembro de 2024 
  47. Vicente Nunes (18 de dezembro de 2024). «Cinco em cada 10 portugueses querem que a presença de brasileiros em Portugal diminua». publico.pt. Consultado em 19 de dezembro de 2024 
  48. Agência Lusa (16 de junho de 2024). «Garcia Pereira defende que incitamento ao ódio deve ser considerado crime público para melhor apoio às vítimas». expresso.pt. Consultado em 2 de janeiro de 2025 
  49. DN/Lusa (18 de junho de 2024). «Preocupado com discurso de ódio, Governo quer avaliar legislação. "Devemos ser implacáveis"». dn.pt. Consultado em 2 de janeiro de 2025 
  50. Lusa (18 de junho de 2024). «Governo está preocupado com discurso de ódio e admite avaliar legislação». publico.pt. Consultado em 2 de janeiro de 2025 
  51. Agência Lusa (18 de junho de 2024). «Grupos de ONG querem transformar incitamento ao ódio em crime público». observador.pt. Consultado em 2 de janeiro de 2025 
  52. Agência Lusa (4 de dezembro de 2024). «Mais de 80 coletivos querem tornar crime todas práticas racistas e xenófobas». observador.pt. Consultado em 2 de janeiro de 2025 

Ligações externas

editar