O Polietileno Tereftalato Glicol (PETG) é um polímero termoplástico amplamente utilizado em diversas indústrias, especialmente nas áreas de manufatura, embalagens e impressão 3D. O PETG é uma variante do PET (Polietileno Tereftalato), modificado com glicol para aprimorar sua flexibilidade e durabilidade. Essa modificação química reduz a fragilidade do material, permitindo uma melhor resistência ao impacto e à fadiga, e facilita o processamento de peças mais complexas.[1]

No campo da impressão 3D, o PETG destaca-se como uma alternativa superior a outros polímeros populares, como PLA e ABS. Ele combina resistência ao impacto, flexibilidade e baixa contração térmica, fatores que o tornam ideal para a criação de peças duráveis e de alta precisão, além de ser fácil de manusear em impressoras 3D, tanto de uso doméstico quanto industrial.[2][3]

Devido à sua versatilidade, facilidade de uso e propriedades mecânicas superiores, o PETG tem se tornado cada vez mais relevante na indústria de polímeros, especialmente na impressão 3D.[4]

Propriedades

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O PETG apresenta uma combinação de propriedades físicas, térmicas e mecânicas que o tornam adequado para uma ampla gama de aplicações industriais, especialmente na impressão 3D.

Propriedades Físicas

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O PETG é conhecido por sua transparência e resistência ao impacto, sendo amplamente utilizado em aplicações que demandam um visual claro ou translúcido, como em embalagens e componentes visíveis de produtos.

  • Transparência: O PETG mantém uma clareza óptica mesmo após o processamento, o que o torna ideal para produtos esteticamente exigentes.[5]
  • Resistência ao impacto: Uma das maiores vantagens do PETG é sua resistência ao impacto, que é superior ao PLA e ao ABS, materiais amplamente usados em impressão 3D. Isso garante durabilidade e resistência em aplicações que exigem robustez.[6]

Propriedades Térmicas

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O PETG possui um ponto de fusão entre 220°C e 260°C, sendo mais estável termicamente que o PLA, permitindo seu uso eficiente em impressoras 3D sem deformações ou encolhimento excessivo.[7]

Propriedades Mecânicas

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O PETG apresenta uma boa combinação de elasticidade e rigidez, tornando-o resistente a trincas e quebras. Comparado ao PLA e ao ABS, o PETG oferece uma relação superior de durabilidade e flexibilidade.[8]

Composição Química

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O *Polietileno Tereftalato Glicol* (PETG) é um copolímero obtido pela modificação do *Polietileno Tereftalato* (PET), ao qual se adiciona glicol durante o processo de polimerização. O glicol interrompe a formação de ligações cristalinas no PET, resultando em um material mais maleável e menos quebradiço.[9]

A fórmula química do PETG é baseada na repetição de unidades de etileno tereftalato, com a adição de glicol modificando suas propriedades finais. A estrutura química pode ser representada por um poliéster termoplástico com boa resistência a impactos e excelente clareza ótica.[10]

Durante a polimerização, a adição de glicol diminui o ponto de fusão do material em relação ao PET puro, facilitando o processo de moldagem e extrusão, especialmente em aplicações de impressão 3D. Essa alteração química resulta em um material com excelente adesão entre as camadas impressas e boa resistência a substâncias químicas.[11]

Em comparação com o PET, o PETG apresenta maior flexibilidade e resistência a impactos, embora tenha menor resistência ao calor e seja mais suscetível a arranhões. A modificação com glicol é essencial para conferir ao material as características que o tornam ideal para a impressão 3D e outras aplicações industriais.[12]

Como funciona a transição vítrea do PETG
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O PETG é um polímero amorfo, o qual mantém seu estado semi sólido quando aquecido, o que o torna adequado para a impressão 3D. Em um aspecto geral, o PETG consiste em um polímero com temperatura de transição vítrea próxima a 80ºC, com propriedades mecânicas semelhantes às do PET, tendo como vantagens uma notável tenacidade, flexibilidade, e alta capacidade de processamento.

Em comparação ao PLA, o filamento de PETG dispõe de uma maior temperatura de transição vítrea, cerca de 14,3ºC superior (76,2 ºC).

Diferentemente do PLA, o PETG mostra-se um material mais estável, isto é, menos suscetível a mudanças nas características térmicas em função da influência dos processos de fabricação ao qual é submetido. Além disso, quando olhamos para propriedades dos materiais, vemos que o PETG é um material menos rígido, precisando dispor de menos energia para deformá-lo, o que pode estar relacionado com a sua característica amorfa. Assim, a sua reciclagem pode ser melhor.

Portanto, para a realização da transição vítrea do PETG, precisamos de uma temperatura de cerca de 80°C para mudar suas propriedades. Logo, seus benefícios realizando o procedimento para a impressora 3D seriam:

1- maior resistência a degradação térmica

2- tendência a maior estabilidade térmica

3- a flexibilidade apresentada pelo PETG o torna interessante, principalmente na Impressão 3D, para aplicações que necessitam desta característica, como por exemplo, a construção de conexões do tipo snap-fits, em oposição ao PLA que é muito mais rígido.

Alteração da transição vítrea do PETG
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Para aumentar a transição vítrea de polímeros para a Tg, uma boa alternativa é a utilização de aditivos nucleantes, sendo seu principal objetivo o aumento da taxa de cristalização. Esses agentes são adicionados em polímeros parcialmente cristalinos para modificar a temperatura de cristalização.

Para realizar o processo, podemos contar que a adição do agente pode ser realizada durante sua produção via extrusão, na forma de pó ou masterbatch durante sua injeção. Os principais são o talco e caulim, em proporções baixas (<5%).

Quando olhamos mais especificamente para o talco, de acordo UNICAMP, observa-se que as amostras contendo esse nucleante tiveram a temperatura de cristalização deslocadas para maiores valores em relação à do polímero puro, indicando que estes aditivo de fato atuou como agente de nucleação, proporcionando uma cristalização mais rápida do polímero a partir do estado fundido.

Dentre todos os aditivos analisados, apesar de todos deslocarem a temperatura, o talco foi o que mais deslocou a temperatura de cristalização do PHB. Portanto, podemos escolher o talco como aditivo nucleante para deslocar a temperatura de transição vítrea do PETG. Com isso, teremos uma resistência maior desse material, para ser utilizado no filamento de temperatura 3D com mais resistência e rigidez, mas ainda sendo o material mais fácil de ser reciclado e sem composição tóxica. Além disso, o talco é um aditivo mineral, melhora a estabilidade do polímero e ainda reduz custos na sua fabricação.

Referências

  1. «Polyethylene Terephthalate G (PETG) - Material Properties». Consultado em 21 de outubro de 2024 
  2. «PETG Filament: All You Need to Know». Consultado em 21 de outubro de 2024 
  3. «PETG Material for 3D Printing - Properties Guide». Consultado em 21 de outubro de 2024 
  4. «PETG Material for 3D Printing - Properties Guide». Consultado em 21 de outubro de 2024 
  5. Wevolver (2023). «PLA vs PETG: Which Filament Should You Choose?». Consultado em 23 de outubro de 2024 
  6. All3DP (7 de novembro de 2023). «PLA vs ABS vs PETG: The Main Differences». Consultado em 23 de outubro de 2024 
  7. 3D Print Mentor (2023). «PLA vs PETG: Which Filament Should You Choose?». Consultado em 23 de outubro de 2024 
  8. Sunlu (2024). «Full Comparative Analysis PLA vs PETG». Consultado em 23 de outubro de 2024 
  9. «Polyethylene Terephthalate G (PETG) - Material Properties». Consultado em 21 de outubro de 2024 
  10. «PETG Material for 3D Printing - Properties Guide». Consultado em 21 de outubro de 2024 
  11. «PETG Filament: All You Need to Know». Consultado em 21 de outubro de 2024 
  12. «PETG Filament: All You Need to Know». Consultado em 21 de outubro de 2024