Gesamtkunstwerk

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Um gesamtkunstwerk, ou em português, obra de arte total,[1] é um conceito estético oriundo do romantismo alemão do século XIX. Geralmente associado ao compositor alemão Richard Wagner, o termo refere-se à conjugação de diversas formas de arte, como música, teatro, canto, dança e artes plásticas, em uma única obra de arte. Wagner acreditava que, na antiga tragédia grega, esses elementos estavam unidos, mas, em algum momento, separaram-se. O compositor criticava o estado da ópera do seu tempo, em que toda ênfase era dada à música, em detrimento da qualidade do drama.[2]

Escadaria da Casa Tassel, um dos primeiros exemplos de gesamtkunstwerk.

O termo é usado com frequência, principalmente na Alemanha, para descrever qualquer integração de diferentes formas de expressão artística.

Na construção de seu teatro em Bayreuth, Wagner deu grande importância a elementos que proporcionassem ao público uma total imersão no mundo da ópera — como o escurecimento do teatro, efeitos sonoros, rebaixamento da orquestra e reposicionamento dos assentos para focar a atenção no palco. Esses conceitos foram revolucionários na época e hoje fazem parte da maioria das produções operísticas.

Desenvolvimento

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O termo foi criado pelo escritor e filósofo alemão K. F. E. Trahndorff em seu ensaio Ästhetik oder Lehre von Weltanschauung und Kunst ('Estética, ou Doutrina de Visão de Mundo e Arte'), publicado em 1827.[3] O compositor de ópera Richard Wagner usou o termo em dois ensaios de 1849, e o termo agora é associado principalmente a seus ideais estéticos.[4]

No século XX, alguns escritos aplicaram o termo a algumas formas de arquitetura, enquanto outros o utilizaram em análises de filmes e meios de comunicação em massa.[nota 1]

Na arquitetura

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Alguns teóricos da arquitetura utilizaram o termo Gesamtkunstwerk para significar circunstâncias em que um arquiteto é responsável pela totalidade de uma construção: forma, decorações, e paisagem.[5] O termo em si só foi utilizado no contexto da arquitetura no século XX; mas já na era do Renascimento, artistas não viam uma separação estrita entre arquitetura, design de interiores, escultura, pintura e engenharia.[nota 2]

O historiador Robert L. Delevoy propôs que a Art Nouveau, representando uma tendência essencialmente decorativa, impulsionou a ideia do Gesamtkunstwerk arquitetônico.[6]

Notas

  1. Para discussões de arquitetura como Gesamtkunstwerk, ver a seção correspondente neste artigo. Para discussões de meios de comunicação em massa, ver Matthew Wilson Smith, The Total Work of Art: From Bayreuth to Cyberspace. New York: Routledge, 2007; Carolyn Birdsall, Nazi Soundscapes: Sound, Technology, and Urban Space in Germany, 1933–1945. Amsterdam: Amsterdam University Press, 2012. pp. 141–72; and Jeongwon Joe, 'Introduction: Why Wagner and Cinema? Tolkien Was Wrong'. Em Wagner and Cinema, editado por Jeongwon Joe e Sander L. Gilman, 1–26. Indiana: Indiana University Press, 2010.
  2. Ver Renascimento#Arte

Referências

  1. «ArtLex Art Dictionary». Consultado em 16 de março de 2014. Arquivado do original em 14 de agosto de 2016 
  2. Oxford English Dictionary, Gesamtkunstwerk
  3. Trahndorff (1827), Ästhetik oder Lehre von Weltanschauung und Kunst
  4. Wolfman, Ursula Rehn (12 de março de 2013). «Richard Wagner's Concept of the 'Gesamtkunstwerk'». Interlude (em inglês). Consultado em 8 de maio de 2016. Cópia arquivada em 3 de junho de 2016 
  5. Michael A. Vidalis, "Gesamtkunstwerk – 'total work of art'", Architectural Review, 2010-06-30.
  6. Robert L. Delevoy, 'Art Nouveau', in Encyclopaedia of Modern Architecture. Thames & Hudson, 1977.
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