Mitomania

comportamento caracterizado por mentir compulsivamente

Mitomania, também conhecida como mentira patológica ou pseudologia fantástica, é um comportamento crônico caracterizado pela tendência habitual ou compulsiva de mentir.[2][3][4][5] Envolve um padrão generalizado de fazer declarações falsas intencionalmente com o objetivo de enganar outras pessoas, às vezes sem uma razão clara ou aparente, ou mesmo se a verdade for benéfica para o mentiroso. Indivíduos mitomaníacos muitas vezes afirmam não ter consciência das motivações por trás de suas mentiras.[6][7][8][9][10]

O mentir patológico costuma começar por volta dos 16 anos e em igual proporção entre homens e mulheres.[1]

Na psicologia e na psiquiatria, há um debate contínuo sobre se a mentira patológica deve ser classificada como um transtorno distinto ou vista como um sintoma de outras condições subjacentes.[4][5] A falta de uma descrição amplamente aceita ou de critérios diagnósticos para a mitomania contribuiu para a controvérsia em torno de sua definição.[5][8][9] No entanto, têm sido feitos esforços para estabelecer critérios diagnósticos baseados em dados de investigação e avaliação, alinhados com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM).[11] Várias teorias foram propostas para explicar as causas da mentira patológica, incluindo o estresse, uma tentativa de mudar o lócus de controle para um interno e questões relacionadas à baixa autoestima.[9][7][8][10] Alguns pesquisadores sugeriram um modelo de desenvolvimento biopsicossocial para explicar esse conceito.[12] Embora as teorias tenham explorado as causas potenciais, os fatores precisos que contribuem para a mentira patológica ainda não foram determinados.

O fenômeno foi descrito pela primeira vez na literatura especializada em 1890 por G. Stanley Hall e em 1891 por Anton Delbrück.[2][4][10]

Sintomas

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Os principais sintomas são:[13]

  • As histórias contadas não são totalmente improváveis ​​e muitas vezes têm algum elemento de verdade. Elas não são uma manifestação de delírio ou de algum tipo de psicose mais amplo: quando confrontado, o contador pode admitir que elas são falsas, mesmo que a contragosto.
  • A tendência de contar mentiras é duradoura, não sendo provocada apenas por situação imediata ou pressão social, sendo uma característica natural da personalidade.
  • A motivação definitivamente emocional (medo, vergonha, desejo por aprovação), sem benefícios externos óbvios (como vender produtos, manter um relacionamento ou escapar impune de um crime).
  • As mentiras tendem a apresentar o mentiroso favoravelmente. Por exemplo, a pessoa pode ser apresentada como sendo fantasticamente corajosa, muito esperta, feliz, bem sucedida ou bem relacionada com pessoas famosas.

Tratamento

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O tratamento mais eficiente é a associação do tratamento psiquiátrico para tratar sintomas depressivos e ansiosos com um acompanhamento psicoterapêutico que vise a reflexão sobre os próprios comportamentos, o desenvolvimento de mais autocontrole, o aumento da autoestima e permita um treinamento do comportamento de dizer a verdade. Sem confiança, geralmente os relacionamentos sociais são muito prejudicados e o maior desafio da terapia é formar uma relação de confiança, conforto e intimidade com o mitomaníaco.[14]

Ver também

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Referências

  1. King BH, Ford CV (January 1988). "Pseudologia fantastica". Acta Psychiatrica Scandinavica 77 (1): 1–6. doi:10.1111/j.1600-0447.1988.tb05068.x. PMID 3279719.
  2. a b Hart, Christian L.; Curtis, Drew A. (7 de setembro de 2020). «What Is Pathological Lying». Psychology Today (em inglês). Consultado em 11 de novembro de 2020 
  3. Griffith, Ezra E. H.; Baranoski, Madelon; Dike, Charles C. (1 de setembro de 2005). «Pathological Lying Revisited». American Academy of Psychiatry and the Law. Journal of the American Academy of Psychiatry and the Law. 33 (3): 342–349. PMID 16186198. Consultado em 7 de abril de 2019. Cópia arquivada em 13 de janeiro de 2013 
  4. a b c Dike, Charles C. (1 de junho de 2008). «Pathological Lying: Symptom or Disease?». Psychiatric Times. 25 (7). Consultado em 28 de agosto de 2009. Cópia arquivada em 10 de janeiro de 2013 
  5. a b c Curtis, Drew A.; Hart, Christian L. (dezembro de 2020). «Pathological Lying: Theoretical and Empirical Support for a Diagnostic Entity». Psychiatric Research and Clinical Practice. 2 (2): 62–69. PMC 9176035 . PMID 36101870. doi:10.1176/appi.prcp.20190046  
  6. Thom, Robyn; Teslyar, Polina; Friedman, Rohn (2017). «Pseudologia Fantastica in the Emergency Department: A Case Report and Review of the Literature». Case Reports in Psychiatry. 2017: 1–5. PMC 5442346 . PMID 28573061. doi:10.1155/2017/8961256  
  7. a b Dike, Charles C.; Baranoski, Madelon; Griffith, Ezra E. H. (2005). «Pathological lying revisited». The Journal of the American Academy of Psychiatry and the Law. 33 (3): 342–349. PMID 16186198 
  8. a b c Treanor KE. Defining, understanding, and diagnosing pathological lying (pseudologia fantastica): an empirical and theoretical investigation into what constitutes pathological lying [Doctor of Psychology (Clinical) Thesis]. Wollongong, NSW: School of Psychology, University of Wollongong; 2012. Available at: https://ro.uow.edu.au/theses/3811/. Accessed December 2, 2019
  9. a b c Grey, Jessica S.; Durns, Tyler; Kious, Brent M. (maio de 2020). «Pseudologia Fantastica: An Elaborate Tale of Combat-related PTSD». Journal of Psychiatric Practice. 26 (3): 241–245. PMID 32421295. doi:10.1097/PRA.0000000000000462 
  10. a b c Pathological Lying: Theory, Research, and Practice. [S.l.]: American Psychological Association. 2022. ISBN 978-1-4338-3622-0 
  11. Curtis, D. (22 de junho de 2020). «Pathological Lying: Theoretical and Empirical Support for a Diagnostic Entity». Psychiatric Research and Clinical Practice. 2 (2): 62–69. PMC 9176035 . PMID 36101870. doi:10.1176/appi.prcp.20190046 
  12. Curtis & Hart (agosto de 2022). Pathological Lying: Theory, Research, and Practice 1 ed. [S.l.]: American Psychological Association. ISBN 978-1-4338-3622-0 
  13. [1]
  14. Dike, C. (2008). Pathological lying: symptom or disease? Lying with no apparent motive or benefit. Psychiatric Times, 25(7), 67–73. Retrieved from EBSCOhost.