Memorial de Aires é o último romance de Machado de Assis, escrito em 1907 e publicado em livro em julho do mesmo ano de sua morte, 1908.[1] Está organizado como uma série de entradas em um diário, com escritos entre 1888 e 1889, de um conselheiro que volta a viver no Brasil após sua aposentadoria. Assim como Memórias Póstumas de Brás Cubas, não tem um enredo único, mas compõe-se de vários episódios e anedotas que se interpermeiam.

Memorial de Aires
Memorial de Aires
Primeira edição de Memorial de Aires
Autor(es) Machado de Assis
Idioma português
País  Brasil
Gênero romance
Linha temporal Século XIX
Lançamento 1908
Cronologia
Esaú e Jacó

Aires era um conselheiro que sempre acompanhou Machado em suas histórias, geralmente como um amigo dos personagens. Reportava à figura do próprio Machado. Nesta obra, idolatra uma mulher, D. Carmo, que possivelmente possa ser inspirada em Carolina Augusta Xavier de Novais, o que é sugerido talvez pela coincidência dos nomes Aguiar e Assis, D. Carmo e Carolina, e também pelo fato do casal não ter filhos.

Diz-se que se trata da obra machadiana de maior caráter autobiográfico.

Trecho

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Itens pessoais de Machado. O livro é Memorial de Ayres (1908), e traz uma dedicatória assinada pelo próprio autor.

9 de janeiro

Ora bem, faz hoje um ano que voltei definitivamente da Europa. O que me lembrou esta data foi, estando a beber café, o pregão de um vendedor de vassouras e espanadores: "Vai vassouras! vai espanadores!"

Costumo ouvi-lo outras manhãs, mas desta vez trouxe-me à memória o dia do desembarque, quando cheguei aposentado à minha terra, ao meu Catete, à minha língua. Era o mesmo que ouvi há um ano, em 1887, e talvez fosse a mesma boca.[2]

Características da Obra

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Memorial de Aires, o último livro escrito por Machado de Assis, é uma possível continuação do livro Esaú e Jacó, pois o personagem Aires participa da história, anotando em seu caderno, tudo que se passa em sua vida, dando continuidade em Memorial de Aires em que o próprio personagem relata seu dia-a-dia em um caderno.

Referências

  1. Revista Philologus, Ano 27, n. 79 Supl., Rio de Janeiro : CiFEFiL, jan./abr. 2021.
  2. Retirado de: Assis, Machado de. Memorial de Aires.

Ligações externas

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