Möngke Khan ou Mangu Cã[1][2] (em mongol médio: ᠮᠥᠩᠬᠡ; romaniz.: Möngke; em mongol: Мөнх; romaniz.: Mönkh; em chinês: 蒙哥; romaniz.: Ménggē (pinyin); 11 de janeiro de 1209 - 11 de agosto de 1259, Xunquim) foi o quinto e quarto grão-cã do Império Mongol de 1251 a 1259.

Möngke Khan
Möngke Khan
Möngke Khan em audiência, numa gravura da obra do século XIII Tārīkh-i Jahāngushāy de Ata Maleque Juveini
Grão-cã do Império Mongol
Reinado 1251-1259
Antecessor(a) Ogul Caimis (como regente)
Sucessor(a) Cublai Cã
Nascimento 11 de janeiro de 1209
Morte 11 de agosto de 1259
  Xunquim
Cônjuge Ogul Coimis
Pai Tolui Cã
Mãe Sorcaquetani

Primeiros anos

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Möngke nasceu em 11 de janeiro de 1209 e era o filho mais velho de Tolui (r. 1227–1229), um dos filhos de Gêngis (r. 1206–1227), e sua esposa Sorcaquetani. O xamã Tebe Tengueri teria supostamente visto nas estrelas a grande fortuna que o aguardava e por isso lhe deu seu nome, que significa "eterno". Foi criado por Anguequi, a terceira esposa de seu tio Oguedai Cã (r. 1229–1241), que não tinha filhos. Em agosto ou setembro de 1230, foi à guerra pela primeira vez ao participar na expedição de Oguedai e Tolui contra o Império Jim (1115–1234) no norte da China. Em 1232, seu pai faleceu e seu tio o devolveu à tenda do falecido, que agora estava sob comando da viúva Sorcaquetani. Ali, em respeito ao costume mongol de que o filho se casa com ao menos com uma das esposas do pai, desposou Ogul Coimis, a filha de Cutuca Bequi dos oirates. Segundo Guilherme de Rubruquis, era imensamente apaixonado por ela e favoreceu a sua filha mais velha Xirim. Ainda segundo ele, suas esposas foram fortemente influenciadas por sacerdotes cristãos armênios e assírios, mas o próprio Möngke se manteve firme na religião tradicional.[3]

Em 1235, Oguedai enviou o seu filho Guiuque com Möngke, Buri e vários outros príncipes jochidas para junto de Batu com a missão de atacar quipechaques, russos, alanos e outros povos da Europa Oriental.[3] Em 1239, Möngke subjugou o chefe quipechaque Bachemã no delta do Volga;[4] as fontes, por sua vez, divinizaram o episódio ao alegarem que foi possível graças a um vento celeste que secou a terra que separava a ilha onde Bachemã estava e Möngke, dando tempo de Möngke alcançá-lo e voltar ao continente antes da água regressar. Também participou nos cercos às cidades russas, estando presente na captura de Quieve, e liderou o cerco à cidade alana de Magas.[3] No inverno de 1240–41, quando Oguedai reconvocou ele e Guiuque,[5] já era um dos principais príncipes e tinha o apoio de Batu Cã e os jochidas, com quem firmou estreitos laços. Em 1248, quando Guiuque (r. 1246–1248) faleceu sem um herdeiro forte, surgiu como um dos candidatos favoritos à sucessão.[6]

Referências

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  1. Vicente 2004, p. 8-9.
  2. Carpine 2005, p. 21; 99.
  3. a b c Atwood 2004, p. 362.
  4. Golden 1988, p. 28-29.
  5. Hartog 2012, p. 168.
  6. Atwood 2004, p. 362-363.

Bibliografia

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  • Atwood, Christopher P. (2004). Encyclopedia of Mongolia and the Mongol Empire. Nova Iorque: Facts On File, Inc. 
  • Carpine, João de Pian del; Rubruc, Guilherme de; Montecorvino, João de; Pordenone, Odorico de (2005). Crônicas de viagem: franciscanos no Extremo Oriente antes de Marco Polo (1245-1330). Traduzido por Silveira, Ildefonso; Pintarelli, Ary E. Porto Alegre e Bragança Paulista: EDIPUCRS 
  • Golden, Peter B. (1988) [1986]. Cumanica II: The Oberli (Olperli): The Fortunes and Misfortunes of an Inner Asian Nomadic Clan. Archivum Eurasiae Medii Aevi. 6. Viesbade: Otto Harrassowitz. pp. 5–29 
  • Hartog, Leo de (2012). Genghis Khan : conqueror of the world. Londres: I.B. Tauris Parke 
  • Vicente, Luiz Rafael Xavier (2004). «As Relações Político-Religiosas entre o Império Mongol e a Europa Ocidental em meados do século XIII: Missionários Franciscanos no Oriente». Revista Vernáculo (11/12/13) 
 
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