Laudo Natel
Laudo Natel (São Manuel, 14 de setembro de 1920 – São Paulo, 18 de maio de 2020)[1] foi um político, empresário e dirigente esportivo brasileiro.
Laudo Natel | |
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46.° e 48.° Governador de São Paulo | |
Período | 1°- 6 de junho de 1966 até 31 de janeiro de 1967 2°- 15 de março de 1971 até 15 de março de 1975 |
Vice-governador | 1°- Cargo Vago (1966–1967) 2°- Antônio José Rodrigues Filho (1971–1975) |
Antecessor(a) | 1°- Ademar de Barros 2°- Abreu Sodré |
Sucessor(a) | 1°- Abreu Sodré 2°- Paulo Egydio Martins |
14.° Vice-governador de São Paulo | |
Período | 31 de janeiro de 1963 até 6 de junho de 1966 |
Governador | Ademar de Barros |
Antecessor(a) | Porfírio da Paz |
Sucessor(a) | Hilário Torloni |
15.° Presidente do São Paulo Futebol Clube | |
Período | 30 de abril de 1958 até 15 de março de 1971[nota 1] |
Antecessor(a) | Cícero Pompeu de Toledo |
Sucessor(a) | Henri Couri Aidar |
Dados pessoais | |
Nascimento | 14 de setembro de 1920 São Manuel, SP, Brasil |
Morte | 18 de maio de 2020 (99 anos) São Paulo, SP, Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Esposa | Maria Zilda Natel (1943–2002) |
Partido | PR (1945–1965) ARENA (1965–1979) PDS (1980–1993) PPR (1993–1995) PP (1995–2020) |
Profissão | empresário |
Biografia
editarFilho de Bento Alves Natel e Albertina Barone, Laudo estudou nas cidades de Mirassol e Araraquara.[2] Depois de formado, iniciou carreira no setor bancário, exercendo os mais diversos cargos.[2] Foi funcionário do Banco Noroeste, onde era colega de Amador Aguiar, que mais tarde o levaria para o Banco Brasileiro de Descontos, atual Bradesco. Natel acompanhou o amigo, sendo por muito tempo o seu braço-direito, chegando a diretor do banco.[3] Também foi diretor da Associação Comercial de São Paulo, diretor do Sindicato dos Bancos de São Paulo e presidente da comissão bancária do Conselho Monetário Nacional.
Eleito tesoureiro do São Paulo Futebol Clube em 1952,[2] cresceu politicamente no clube, alcançando os cargos de diretor financeiro e, mais tarde, presidente. É patrono do clube, graças a sua atuação na prospecção de recursos para viabilizar a construção do Estádio do Morumbi.
Carreira política
editarEm 1962, con a campanha eleitoral organizada por Osvaldo Moles, elegeu-se vice-governador,[2] concorrendo em faixa própria — no sistema eleitoral de então, o voto no "vice" era desvinculado. Elegeu-se, portanto, em chapa diferente da composta pelo governador eleito, Ademar de Barros. Em 1965, Laudo concorreu à prefeitura do município de São Paulo, mas perdeu as eleições para o Brigadeiro Faria Lima.[2]
Laudo Natel foi por duas vezes governador de São Paulo. A primeira, entre 6 de junho de 1966 e 31 de janeiro de 1967, deu-se quando, como vice-governador, substituiu o então governador Ademar de Barros, cassado pelo governo militar brasileiro.[3] Para assumir, licenciou-se do cargo de presidente do São Paulo, para o qual tinha sido eleito dois meses antes.[2] Nesse primeiro mandato no governo, continuando um projeto de Ademar, Natel unificou as onze usinas hidrelétricas de São Paulo, que deram origem à Companhia Energética de São Paulo (CESP) e modernizou o sistema fazendário estadual, por meio de seu secretário Antônio Delfim Netto.
A segunda, entre 15 de março de 1971 e 15 de março de 1975, deu-se quando foi eleito, de maneira indireta, pelo colégio eleitoral. Nesse período de governo, deu ênfase ao desenvolvimento do interior, com o Plano Rodoviário de Interiorização do Desenvolvimento (PROINDE), unificou toda a malha ferroviária paulista em torno da FEPASA (Ferrovia Paulista S/A), prosseguiu a construção da pista ascendente da Rodovia dos Imigrantes, criou a Sabesp e a Cetesb, inaugurou as primeiras estações do Metrô e elaborou plano para desenvolvimento do Vale do Ribeira.
Durante o mandato, demitiu por carta o prefeito de São Paulo, José Carlos de Figueiredo Ferraz, devido a inúmeras discordâncias administrativas. Para justificar tal ato, alegou "falta de sintonia" de Figueiredo Ferraz com o Estado e a União. A versão mais aceita é a de que Figueiredo Ferraz foi demitido por ter dito que São Paulo tinha que parar de crescer.[carece de fontes]
Escolhido pelo Palácio do Planalto, candidatou-se para um terceiro mandato em 1978, mas foi derrotado na convenção do seu partido (a ARENA) por Paulo Maluf, que fora o secretário de Transportes de sua segunda gestão. Aspirou novamente ao governo do Estado em 1982, mas também perdeu na escolha interna do partido (desta vez o PDS, sigla sucessora da ARENA), agora para Reynaldo de Barros, então prefeito de São Paulo e ligado ao malufismo.
Homenagens
editarEm 2005, recebeu homenagem do São Paulo Futebol Clube, tendo o novo centro de treinamento do clube sido batizado com seu nome.[4] Por ser do interior, Laudo Natel se definia como sendo o "governador caipira".
O Hospital Veterinário, Unidade Auxiliar da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária (FCAV) - UNESP - Câmpus de Jaboticabal, inaugurado em 1974, também leva também seu nome.[5]
Morte
editarLaudo Natel morreu de causas não reveladas em 18 de maio de 2020, em São Paulo, quatro meses antes de completar 100 anos.[6]
Notas
- ↑ Licenciado da presidência do São Paulo Futebol Clube entre 06/06/1966 e 31/01/1967 para assumir o Governo do Estado de São Paulo. Licenciou-se novamente do cargo entre 05/12/1970 e 11/01/1971.
Referências
- ↑ «Nota de pesar: Patrono Laudo Natel - SPFC». www.saopaulofc.net. Consultado em 18 de maio de 2020
- ↑ a b c d e f «Laudo Natel tem 45 anos». São Paulo: S.A. O Estado de S. Paulo. O Estado de S. Paulo (27 955). 7 páginas. 7 de junho de 1966. ISSN 1516-2931. Consultado em 10 de junho de 2016
- ↑ a b Puls, Mauricio (18 de maio de 2020). «Ex-governador de São Paulo, Laudo Natel morre aos 99 anos». Folha de S.Paulo. Consultado em 18 de maio de 2020
- ↑ «CFA Cotia». Site oficial SPFC. Consultado em 14 de Julho de 2016
- ↑ «Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias». FCAV Unesp. Consultado em 14 de Julho de 2016
- ↑ «Morre Laudo Natel, ex-governador de SP e ex-presidente do São Paulo, aos 99». Uol. Consultado em 18 de maio de 2020
Bibliografia
editar- VIVEIROS, Ricardo, Laudo Natel - Um Bandeirante. São Paulo: Editora Imprensa Oficial, 2010.