Inês de Merânia ouInês de Andechs (em francês: Agnes; 1180 — Castelo de Poissy, 18 ou 20 de julho de 1201),[1] foi rainha consorte de França, terceira esposa de Filipe II de França. Era filha de Inês de Rochlitz e do Bertoldo IV, duque de Merânia, conde Andechs, um território na Baviera, e duque de Merânia, na Ístria.

Inês de Merânia
Inês de Merânia
Rainha consorte de França
Reinado 1 de junho de 11961200
Antecessor(a) Ingeborg da Dinamarca
Sucessor(a) Ingeborg da Dinamarca
Nascimento 1180
Morte 1201 (21 anos)
  Castelo de Poissy, Yvelines, França
Sepultado em Abadia de São Corentino, Septeuil, França
Cônjuge Filipe II de França
Descendência Filipe I, conde da Borgonha
Maria de França, duquesa de Brabante
Casa Andechs (por nascimento)
Capeto (por casamento)
Pai Bertoldo IV de Merânia
Mãe Inês de Rochlitz

Biografia

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Casou-se com Filipe Augusto a 1 de junho de 1196 em Compiègne, depois de este repudiar a sua segunda esposa Ingeborg da Dinamarca após a noite de núpcias, e de o seu matrimónio ter sido anulado por uma assembleia de bispos e nobres partidários do rei.

Mas papa Celestino III condenou o divórcio, e o seu sucessor papa Inocêncio III foi mais firme: revogou a decisão dos bispos, ordenou que Filipe se separasse de Inês e respeitasse o casamento com Ingeborg. Como não obtivesse uma reação do rei, pronunciou um interdicto (o equivalente à excomunhão para um território) sobre o reino da França a 13 de janeiro de 1200.

Com os fraceses proibidos de celebrar a liturgia e todos os sacramentos católicos e sem poderem dar um enterro cristão aos seus mortos, o papa pretendia criar um protesto dos súbitos contra o rei. Filipe fingiu ceder, enviou Inês para o convento de Poissy e trouxe Ingeborg de volta à corte, mas sem retomar a vida conjugal. Em contrapartida, preocupado com a sucessão mal assegurada por um único herdeiro, negociou o reconhecimento dos dois filhos sobreviventes havidos de Inês.

 
Representação de Filipe Augusto na Biblioteca Nacional de França

Filipe e Inês tiveram quatro filhos naturais, dos quais dois nados-mortos, e os outros dois posteriormente reconhecidos pelo papa Inocêncio III:

Levada a Senlis, na Picardia, morreu dois meses depois, a 20 de julho de 1201 em Poissy, ao dar à luz um segundo herdeiro varão ao rei, Filipe Hurepel. Foi sepultada no convento de Saint-Corentin em Mantes. A sua morte terá causado muito sofrimento rei que a amava,[2] mas também acabou por resolver o conflito deste com a Igreja, e Ingeborg seria rainha da França até à morte do monarca.

Posteriormente Inês seria a heroína de uma tragédia do século XIX com o seu nome, Agnès de Méranie, de François Ponsard. Por curiosidade a sua irmã Edwiges de Andechs casou-se com Henrique I, duque de Silésia e foi canonizada como Santa Edviges em 1267. Outra irmã, Gertrudes, casou-se com André II da Hungria e foi a mãe de Santa Isabel da Hungria.

Referências

  1. Foundation for Medieval Genealogy
  2. Dossier Actualité de l'Histoire e Spécial Actualité de l'Histoire, periódicos bimestrais

Ligações externas

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